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Novas estratégias à volta de temas centrais para o futuro do País e da Europa estão em cima da mesa.
Francisco Jaime Quesado


Novas estratégias à volta de temas centrais para o futuro do País e da Europa estão em cima da mesa. Pensar a Inovação e Criatividade como factores centrais duma nova sustentabilidade em que a participação dos cidadãos se assume numa lógica colaborativa em rede justifica uma atenção muito especial aos novos factores estratégicos de competitividade que devem nortear qualquer actuação para o futuro. Não se pode conceber uma lógica de mudança na sociedade portuguesa se não se fizer da Inovação e Criatividade os "enablers" estratégicos duma nova atitude perante a participação individual em sociedade. O evento "Business Innovation" que traz a Portugal especialistas como Kjell Nordstrom, Henry Chesbrough e Peter Skarzinsky é um importante marco na discussão desta pretendida mudança de agenda.

A importância estratégica que a temática da Inovação e Criatividade assume justifica uma participação activa da sociedade civil na discussão dos caminhos que se têm que definir daqui para a frente. Há claramente um sentido de urgência no envolvimento dos "actores operacionais" (Estado, universidades, centros I&D, empresas) na abordagem estruturada das opções que estão em cima da mesa na definição dos investimentos a realizar. A vinda destes especialistas a Lisboa afigura-se neste contexto muito oportuna: a mensagem de mudança e de abertura a um novo compromisso que terão ocasião de deixar bem expressa será certamente um sinal de confiança para com os desafios que se colocam à economia e sociedade portuguesa nos próximos tempos.

Mudar a agenda para agendar a mudança é um desafio colectivo no qual a participação individual se configura como estrategicamente mais do que necessária. O objectivo de consolidação da Sociedade do Conhecimento em Portugal não se pode fazer por mero decreto e face à dimensão estratégica assumida pelos objectivos da sustentabilidade torna-se fundamental que o Estado, as universidades e os players empresariais na área das telecomunicações firmem um verdadeiro pacto estratégico sobre as parcerias a desenvolver para a implementação de plataformas em que os cidadãos se revelem nesta nova lógica participativa que cada vez mais é o Portugal 2.0.

A participação empreendedora da sociedade civil neste amplo movimento de reflexão estratégica sobre as novas temáticas para o futuro do país fecha o circuito. São boas as notícias que nos chegam quanto à oportunidade de afirmação da Plataforma Construir Ideias, na linha do capital de intervenção de prestigiados "Think tanks" como é o caso do Policy Network ou do Bruegel, entre outros. Também aqui a actualidade estratégica da temática energética veio ao de cima, corporizada na discussão profunda sobre as questões suscitadas pela opção do nuclear como fonte energética alternativa em Portugal. Trata-se duma matéria polémica e a sua abordagem torna-se fundamental para sustentar opções que se venham a fazer daqui para a frente.

A construção duma Sociedade da Inovação e Criatividade é um desafio complexo e transversal a todos os actores e exige um capital de compromisso colaborativo entre todos. Em 2009 Portugal é já claramente um país da linha da frente em matéria de infra-estruturas de última geração na área das telecomunicações e da produção de novas fontes de energia. Assumir o desafio duma perspectiva estratégica de aposta num novo modelo de economia sustentável, centrada na Inovação e Criatividade, implica por isso saber dar resposta às solicitações das várias frentes e acima de tudo tomar de forma consciente opções sobre qual as melhores soluções a adoptar para o futuro.

A Estratégia de Lisboa em que assenta o compromisso para o futuro de Portugal e da Europa é um processo em permanente renovação. Assumir o desafio das melhores opções para Portugal numa Europa indefinida e num mundo global complexo passa por saber discutir as questões que estão em cima da mesa. A Inovação define uma agenda que tem que ser "agarrada" com sentido de futuro. Por isso, os "diálogos" que a partir de agora se vão desenvolver um pouco pelo País vai são um sinal de resposta ao desafio. O primeiro passo é dado com o "Business Innovation" em Lisboa. Esperemos que os resultados correspondam às expectativas.


Gestor do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento

in Jornal de Negócios
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