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Enfrentar a transição


Os acontecimentos económicos e financeiros que têm ocorrido nos últimos vinte anos poderão estar a ‘repetir’ o padrão do que se passou desde final dos anos 1920 até 1950. Esse é o ponto de vista de Brian Berry, de 74 anos, um economista e geógrafo inglês radicado nos Estados Unidos desde 1955, que é reitor da Escola de Ciências Económicas e Políticas da Universidade do Texas em Dallas.

O cientista encontra «similitudes» na tripla assinatura de «crashes» financeiros ocorridos de 1929 a 1942 e de 1987 até ao actual ‘Outubro negro’ indiciando um período descendente num ciclo longo tecnoeconómico. Prevê, por isso, que, tal como há 60 anos, estejamos a atravessar um período de transição para outro ciclo, a que tecnicamente os especialistas chamam “depressão entre duas ondas” ou uma espécie de ‘vala’.

No final dos anos 1940 do século passado, nesse tal período de ‘vala’, deixámos para trás um ciclo de emergência do imperialismo (então dissecado pelo economista inglês John A. Hobson em ‘Imperialism: a study’, 1902) que arrastou duas guerras mundiais para entrarmos no ciclo da Revolução da Informação, desde que o efeito do transístor foi demonstrado em 1947. Mais tarde, Alvin Toffler baptizaria a nova era de ‘Terceira Vaga’.

Berry considera que “o impacto dessa revolução ainda estará nos 50%”. Falta a outra metade - o que significa que essa vaga está ainda repleta de oportunidades.


A luz ao fundo do túnel

Para este especialista, é provável que a actual brutal correcção bolsista e o abrandamento económico mundial que se espera para os próximos três a quatro anos sejam a parte mais dolorosa dessa transição. Mas como se trata de um ciclo, depois da tormenta virá a bonança.

A luz ao fundo do túnel advirá do facto que, depois destas dores prolongadas, seguir-se-á um período de crescimento como o que ocorreu até à 1ª Guerra Mundial ou como o que ficou conhecido como ‘os trinta gloriosos anos’ até ao segundo ‘choque petrolífero’ dos anos 1980.

O segredo da sobrevivência durante estes períodos dolorosos de transição é ter uma estratégia que minimize os efeitos da transição e que aponte para a ‘alavancagem’ do novo ciclo. Não só nas bolsas se deve agir de cabeça fria, em contracorrente ao pânico, como aconselha o investidor Warren Buffett.

As reflexões de Berry implicam, ainda, outro aspecto - não será muito apropriado comparar a situação actual com a de 1929 (o motivo mais habitual nalgum discurso catastrofista actual) ou continuar à espera de uma terceira guerra mundial, como a que ocorreu em 1939-1945, para ‘decretar’ o fim do ciclo.

Berry é um dos especialistas mundiais neste tipo de ciclos longos (mais apropriadamente designados por ondas longas) que o economista Joseph Schumpeter trouxe para a ribalta em 1939 repescando os estudos de um economista soviético, morto no gulag no ano anterior, de nome Kondratieff. A obra mais importante de Berry foi publicada há algum tempo - ‘Economic Development and Political Behavior’ (1991).

Jorge Nascimento Rodrigues


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