Novos Povoadores®

Apoiamos a instalação de negócios em territórios rurais

Um regresso às origens

Agricultura biológica é âncora do Valmonte, que tem Espanha como meta

As videiras acabaram de ser vindimadas na quinta de Borba com 27 hectares que alberga o Hotel Valmonte. Os hóspedes também foram convidados a apanhar e a pisar uvas. “O vinho é um elemento fundamental do nosso conceito turístico de regresso às origens”, esclarece Artur Lourenço, o empresário que transformou um ermitério do séc. XVIII “que era uma ruína” num hotel de charme com 14 quartos, após investir de 2 milhões de euros “sem quaisquer ajudas”.

A grande marca do projecto hoteleiro é a agricultura orgânica que lhe serve de suporte. Além de vinho, aquela quinta produz azeite e todo o tipo de legumes e frutas, como maçãs, nêsperas, figos, ameixas, romãs ou melões “com estrume de cabra ou ovelha”, inteiramente para consumo dos hóspedes. “Tudo o que se come aqui são produtos naturais e é feito por cozinheiras do antigamente. Os ovos são das nossas galinhas e o porco preto do nosso vizinho”.

O Hotel Valmonte inaugura oficialmente em Novembro, e se tiver boa aceitação irá marcar o arranque de uma cadeia, que pode vir a abrir umas seis unidades em Espanha, segundo os cálculos do empresário. “Dentro de um ano já saberei se o conceito funciona. Mas julgo que poderá chegar a quatro hotéis em Portugal”, adianta Artur Lourenço, que já identificou o Douro como local privilegiado para outro hotel com o mesmo tipo de atmosfera.

Neste projecto, cuja marca também está nas obras de arte espalhadas pelas salas, no Spa com vista para as laranjeiras ou na simpatia do pessoal alentejano - para não falar nas plantações de lúcia-lima, alfazema ou rosmaninho que dão o nome aos quartos -, os turistas espanhóis são um mercado-alvo.

Proprietário da Sittis, empresa de motivação humana com escritórios em Portugal e Espanha, Artur Lourenço já garantiu a ocupação do hotel em Borba por vários meses com formação para quadros de grandes companhias. Também aqui se marca a diferença: “Despimo-los todos logo na recepção, tiramos-lhes os telemóveis, brincos e relógios. Vão ter de sobreviver como se fossem monges e fazer a sua própria comida. No fim deste retiro, vão repensar a sua actividade com outros olhos”.



in EXPRESSO, Conceição Antunes

Finanças locais


Questão existêncial: Fará sentido aplicar o principio da União Europeia sobre a distribuição de fundos monetários pelas regiões mais desfavorecidos nas leis das finanças locais?

Qual a importância das contribuições do OGE nas finanças autárquicas das duas áreas metropolitanas? Serão essas contribuições imprescindiveis?

Uma "ponte" tramada!


Depois do feriado de ontem (portugal), estamos hoje em frente aos pc's a "fazer horas" para o fim de semana.
Curiosamente, estes dias são para mim os mais interessantes: Permitem-me organizar a papelada que há muito anda entre "pendentes".

Vamos a isto!

Inconformismos!


O Bartsky anda inconformado com o ano que escolheu para nascer!

O que é triste é que tem razão: Nem é suficientemente novo para aprender e aplicar com a revolução económica que estamos a viver, nem suficentemente velho para já estar reformado em condições que qualquer cidadão anterior à década de 50 já está a beneficiar

Actores discretos

«O VALOR patrimonial do Vale do Côa é incomensurável», diz José Ribeiro, 58 anos, professor de História há 23 anos na Escola Secundária de Foz Côa e um dos protagonistas da «batalha» entre arte rupestre e barragem. Um célebre acampamento em defesa das gravuras, realizado na semana da Páscoa de 1995 - que terá mobilizado cerca de 2500 pessoas, na maioria estudantes, vindas inclusivamente de Salamanca e de Sanabria, Espanha -, foi apenas uma das acções em que participou apaixonadamente. «Era importante que a defesa do património tivesse gerado desenvolvimento económico», lamenta, dando voz a um sentimento muito partilhado em Foz Côa: «Sentimo-nos como índios dominados por vontades que nos ultrapassam. O interior continua esquecido».

Adriano Ferreira observa com bonomia, aos 56 anos, o «Verão Quente» do Côa. Antigo funcionário de uma conservatória, mas pescador intimamente relacionado com cada palmo da região, tornou-se outro dos indefectíveis do património. Quando viu as primeiras imagens da Canada do Inferno na TV, recordou-se de sítios semelhantes. Foi nada menos que o descobridor das gravuras da Penascosa e de gravuras na Quinta da Barca e conduziu os investigadores a umas e outras. Sorri ao contar como aparece na história científica das descobertas citado como «popular»: «Popular? E eu a pensar que tinha um nome».

Médico, candidato à Câmara de Foz Côa em 1989 e 93, vereador independente nas listas do PS até 1997, dono de uma pastelaria com dulcíssimos produtos regionais: António Sotero, 52 anos, é uma figura. Esteve na preparação da visita de António Guterres, ainda secretário-geral do PS, ao Côa. «Conspirou» alegremente, levou várias personalidades a ver as gravuras, pagou jantares (muitos) a jornalistas e investigadores, expediu cartas, extenuou-se em contactos.

Como clínico, observa «o esvaziamento das aldeias do concelho e a falta de políticas para contrariar a desertificação». Membro da assembleia municipal desde as últimas autárquicas (a Câmara é PS), sonhou um destino diferente para os rabiscos do Paleolítico. «Pensei que podia ser o ponto de desenvolvimento da região. Mas puseram os lobos a guardar as ovelhas».

José Ribeiro, Adriano Ferreira e António Sotero são algumas das pessoas com uma acção pelo menos tão importante como a dos historiadores no desfecho da polémica pela preservação das gravuras. O seu papel pode ser equiparado ao de Mila Simões de Abreu (no alerta e na mobilização que provocou) e de João Zilhão (o arqueólogo que caucionou, com brilhantismo, a antiguidade das gravuras). Geralmente, os artigos científicos omitem-nas ou diminuem o seu papel, como se fossem apenas o instrumento que guia a sabedoria dos investigadores."


in Semanário Expresso, A.H.

Inovar.te



Foi lançada no passado fim de semana uma nova publicação.

Chama-se inovar.te e anuncia-se como "(...)partidários da inovação enquanto fenómeno transversal do desenvolvimento individual e organizacional. Conjecturamos e refutamos, discutimos, reflectimos mas sobretudo procuramos as respostas. Obedecemos ao tripleto: recombinação, mudança e inovação!"

Acesso ao blogue da revista

PÚBLICO: "Índice de competitividade coloca Évora no topo e Porto em último"


(imagem de João Espinho)

O jornal Público de hoje publica um artigo sobre a competitividade das capitais de distrito de Portugal continental.
O referido artigo reporta-se a um estudo de Paulo Mourão e Júlio Barbosa, docentes da Universidade do Minho, e aplica a grelha de avaliação do Forúm Económico Mundial (vulgo "Forúm de Davos").

No referido estudo, destacam-se pela positiva e por esta ordem, Évora, Lisboa, Coimbra, Beja, Leiria e Castelo Branco.

A presença de Lisboa no segundo lugar justifica-se apenas pela destacada performance "Laboral", uma vez que esteve mal classificada nos restantes items. Isto é, quer em termos "Demográficos" (3º lugar), "Empresarial" (6º lugar) e "Conforto" (14º lugar), Lisboa esteve longe de ficar bem classificada.

O que neste blogue temos defendido é que a redução da importância geográfica das unidades produtivas do sector terciário e quaternário, fruto da implementação da banda larga no território nacional, provocará um exôdo urbano justificado pela busca de melhores condições de vida ("Conforto") em que as cidades Évora, Beja e Castelo Branco ocupam as três primeiras posições. Sem surpresa, todas pertencem ao interior do País.

PDF do estudo referido.

Constituição de Empresas

O custo para o registo de novas empresas comerciais passou de 200 euros para 500 euros.
Parece-me excessivo, mas não sei justificar se é caro ou barato.

Pergunto-me apenas se faz sentido permitir que o custo do registo comercial seja factor impeditivo ao empreendorismo a população desempregada

Turismo, no dia mundial?






Celebrou-se supostamente o Dia Mundial do Turismo.
Eu não dei por nada!

Aquele sector supostamente estratégico e crucial para o desenvolvimento equilibrado do território, galinha dos ovos de ouro de um país estranhamente absorvido em reflexões existenciais... o Turismo.

Lia-se no site da Publituris: "Continua-se, praticamente, a usar os métodos de promoção dos anos 60 - distribuição de folhetos e give-aways, participação em feiras de turismo, sem suporte publicitário nem iniciativas que chamem a atenção dos media internacionais, tudo em numerosas caravanas de executivos à beira da reforma e que contratam cada ano promissores quadros estagiários de marketing com pouca experiência e sem espaço de manobra criativa. Há poucos portais electrónico de turismo com o dinamismo da indispensável actualização diária dos conteúdos. E a presença de Portugal nas publicações do trade prima por ser escassa, ineficaz e, por vezes, inconsistente."

Pois, é sobre um modelo de desenvolvimento arcaico que insistimos em trabalhar. isto numa área supostamente decisiva para o futuro do país. Não basta seguir os bons exemplos. Inovar. Inovar. Inovar. Uma necessidade...

Revejo-me num país de líricos. Uma capacidade de sonhar fora de série, uma capacidade de executar fora de qualquer explicação racional... Só neste contexto admito tanta inércia.

A Europa Tecnológica

Deixar passar ao lado a oportunidade criada pelo Instituto Europeu de Tecnologia será um erro grave

Escrevi há uns meses nesta coluna («Viagem à Lua», 14.01.2006) que a única forma da Europa se manter competitiva é através da aposta renovada e reforçada na inovação nas novas áreas do conhecimento.

A Europa não se pode deixar encurralar entre a capacidade criativa dos EUA e a pujança industrial da China, sob pena de, dentro de duas a três décadas, perder definitivamente a influência na definição do ‘mundo desenvolvido’. Para isso, a Europa tem de começar já a criar e explorar comercialmente as novas fronteiras do conhecimento.

Neste contexto, a recente decisão do Conselho Europeu e da Comissão Europeia de criar o Instituto Europeu de Tecnologia (IET), reveste-se da maior relevância estratégica para o nosso futuro. Pretende-se que o IET venha a ser a referência mundial nos domínios da educação, da investigação e da inovação tecnológica. A «Agenda de Lisboa» não se concretiza com boas intenções, mas com acções objectivas. O IET é, muito provavelmente, a medida mais estratégica e estruturante para se atingir os objectivos da «Agenda de Lisboa».

Os meios financeiros do próximo quadro comunitário de apoio para 2007-2013 vão em grande parte ser canalizados para a inovação e, em particular, para a capacidade de transformar essa inovação em bens e serviços capazes de competir no mercado global. Neste sentido, o IET deverá desempenhar um papel fundamental.

Acho extraordinário que uma decisão tão importante tenha passado praticamente despercebida na comunicação social do nosso país. Espero que as nossas Universidades e os nossos Institutos de Investigação de referência estejam muito atentos e a elaborar já uma estratégia para virem a participar activamente no IET. Penso que a forma mais eficaz de participação portuguesa seja através de uma estratégia comum dos nossos principais agentes da inovação, não esquecendo as nossas empresas mais inovadoras. O IET vai ser organizado em ‘comunidades do conhecimento’ que arrancarão em 2009 e quem estiver já mais bem posicionado ganhará uma vantagem competitiva no desenho definitivo do IET. Uma coisa é certa: deixar passar ao lado o IET será um erro grave para Portugal.

In Expresso, João Picoito,Professor catedrático convidado, Universidade de Aveiro
See Older Posts...