Um regresso às origens
Sat, Oct 7 2006 01:07
| Desenvolvimento Local, Empreendedorismo, Globalização, Inovação
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Agricultura biológica é âncora do Valmonte, que tem Espanha como meta
As videiras acabaram de ser vindimadas na quinta de Borba com 27 hectares que alberga o Hotel Valmonte. Os hóspedes também foram convidados a apanhar e a pisar uvas. “O vinho é um elemento fundamental do nosso conceito turístico de regresso às origens”, esclarece Artur Lourenço, o empresário que transformou um ermitério do séc. XVIII “que era uma ruína” num hotel de charme com 14 quartos, após investir de 2 milhões de euros “sem quaisquer ajudas”.
A grande marca do projecto hoteleiro é a agricultura orgânica que lhe serve de suporte. Além de vinho, aquela quinta produz azeite e todo o tipo de legumes e frutas, como maçãs, nêsperas, figos, ameixas, romãs ou melões “com estrume de cabra ou ovelha”, inteiramente para consumo dos hóspedes. “Tudo o que se come aqui são produtos naturais e é feito por cozinheiras do antigamente. Os ovos são das nossas galinhas e o porco preto do nosso vizinho”.
O Hotel Valmonte inaugura oficialmente em Novembro, e se tiver boa aceitação irá marcar o arranque de uma cadeia, que pode vir a abrir umas seis unidades em Espanha, segundo os cálculos do empresário. “Dentro de um ano já saberei se o conceito funciona. Mas julgo que poderá chegar a quatro hotéis em Portugal”, adianta Artur Lourenço, que já identificou o Douro como local privilegiado para outro hotel com o mesmo tipo de atmosfera.
Neste projecto, cuja marca também está nas obras de arte espalhadas pelas salas, no Spa com vista para as laranjeiras ou na simpatia do pessoal alentejano - para não falar nas plantações de lúcia-lima, alfazema ou rosmaninho que dão o nome aos quartos -, os turistas espanhóis são um mercado-alvo.
Proprietário da Sittis, empresa de motivação humana com escritórios em Portugal e Espanha, Artur Lourenço já garantiu a ocupação do hotel em Borba por vários meses com formação para quadros de grandes companhias. Também aqui se marca a diferença: “Despimo-los todos logo na recepção, tiramos-lhes os telemóveis, brincos e relógios. Vão ter de sobreviver como se fossem monges e fazer a sua própria comida. No fim deste retiro, vão repensar a sua actividade com outros olhos”.
in EXPRESSO, Conceição Antunes
As videiras acabaram de ser vindimadas na quinta de Borba com 27 hectares que alberga o Hotel Valmonte. Os hóspedes também foram convidados a apanhar e a pisar uvas. “O vinho é um elemento fundamental do nosso conceito turístico de regresso às origens”, esclarece Artur Lourenço, o empresário que transformou um ermitério do séc. XVIII “que era uma ruína” num hotel de charme com 14 quartos, após investir de 2 milhões de euros “sem quaisquer ajudas”.
A grande marca do projecto hoteleiro é a agricultura orgânica que lhe serve de suporte. Além de vinho, aquela quinta produz azeite e todo o tipo de legumes e frutas, como maçãs, nêsperas, figos, ameixas, romãs ou melões “com estrume de cabra ou ovelha”, inteiramente para consumo dos hóspedes. “Tudo o que se come aqui são produtos naturais e é feito por cozinheiras do antigamente. Os ovos são das nossas galinhas e o porco preto do nosso vizinho”.
O Hotel Valmonte inaugura oficialmente em Novembro, e se tiver boa aceitação irá marcar o arranque de uma cadeia, que pode vir a abrir umas seis unidades em Espanha, segundo os cálculos do empresário. “Dentro de um ano já saberei se o conceito funciona. Mas julgo que poderá chegar a quatro hotéis em Portugal”, adianta Artur Lourenço, que já identificou o Douro como local privilegiado para outro hotel com o mesmo tipo de atmosfera.
Neste projecto, cuja marca também está nas obras de arte espalhadas pelas salas, no Spa com vista para as laranjeiras ou na simpatia do pessoal alentejano - para não falar nas plantações de lúcia-lima, alfazema ou rosmaninho que dão o nome aos quartos -, os turistas espanhóis são um mercado-alvo.
Proprietário da Sittis, empresa de motivação humana com escritórios em Portugal e Espanha, Artur Lourenço já garantiu a ocupação do hotel em Borba por vários meses com formação para quadros de grandes companhias. Também aqui se marca a diferença: “Despimo-los todos logo na recepção, tiramos-lhes os telemóveis, brincos e relógios. Vão ter de sobreviver como se fossem monges e fazer a sua própria comida. No fim deste retiro, vão repensar a sua actividade com outros olhos”.
in EXPRESSO, Conceição Antunes
Finanças locais
Fri, Oct 6 2006 09:35
| Desenvolvimento Local, Ordenamento ou falta dele
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Questão existêncial: Fará sentido aplicar o principio da União Europeia sobre a distribuição de fundos monetários pelas regiões mais desfavorecidos nas leis das finanças locais?
Qual a importância das contribuições do OGE nas finanças autárquicas das duas áreas metropolitanas? Serão essas contribuições imprescindiveis?
Uma "ponte" tramada!
Fri, Oct 6 2006 09:28
| Actualidade, Não saia do seu lugar (6ª feira)
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Inconformismos!
Wed, Oct 4 2006 08:04
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O Bartsky anda inconformado com o ano que escolheu para nascer!
O que é triste é que tem razão: Nem é suficientemente novo para aprender e aplicar com a revolução económica que estamos a viver, nem suficentemente velho para já estar reformado em condições que qualquer cidadão anterior à década de 50 já está a beneficiar
Actores discretos
Wed, Oct 4 2006 02:08
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«O VALOR patrimonial do Vale do Côa é incomensurável», diz José Ribeiro, 58 anos, professor de História há 23 anos na Escola Secundária de Foz Côa e um dos protagonistas da «batalha» entre arte rupestre e barragem. Um célebre acampamento em defesa das gravuras, realizado na semana da Páscoa de 1995 - que terá mobilizado cerca de 2500 pessoas, na maioria estudantes, vindas inclusivamente de Salamanca e de Sanabria, Espanha -, foi apenas uma das acções em que participou apaixonadamente. «Era importante que a defesa do património tivesse gerado desenvolvimento económico», lamenta, dando voz a um sentimento muito partilhado em Foz Côa: «Sentimo-nos como índios dominados por vontades que nos ultrapassam. O interior continua esquecido».
Adriano Ferreira observa com bonomia, aos 56 anos, o «Verão Quente» do Côa. Antigo funcionário de uma conservatória, mas pescador intimamente relacionado com cada palmo da região, tornou-se outro dos indefectíveis do património. Quando viu as primeiras imagens da Canada do Inferno na TV, recordou-se de sítios semelhantes. Foi nada menos que o descobridor das gravuras da Penascosa e de gravuras na Quinta da Barca e conduziu os investigadores a umas e outras. Sorri ao contar como aparece na história científica das descobertas citado como «popular»: «Popular? E eu a pensar que tinha um nome».
Médico, candidato à Câmara de Foz Côa em 1989 e 93, vereador independente nas listas do PS até 1997, dono de uma pastelaria com dulcíssimos produtos regionais: António Sotero, 52 anos, é uma figura. Esteve na preparação da visita de António Guterres, ainda secretário-geral do PS, ao Côa. «Conspirou» alegremente, levou várias personalidades a ver as gravuras, pagou jantares (muitos) a jornalistas e investigadores, expediu cartas, extenuou-se em contactos.
Como clínico, observa «o esvaziamento das aldeias do concelho e a falta de políticas para contrariar a desertificação». Membro da assembleia municipal desde as últimas autárquicas (a Câmara é PS), sonhou um destino diferente para os rabiscos do Paleolítico. «Pensei que podia ser o ponto de desenvolvimento da região. Mas puseram os lobos a guardar as ovelhas».
José Ribeiro, Adriano Ferreira e António Sotero são algumas das pessoas com uma acção pelo menos tão importante como a dos historiadores no desfecho da polémica pela preservação das gravuras. O seu papel pode ser equiparado ao de Mila Simões de Abreu (no alerta e na mobilização que provocou) e de João Zilhão (o arqueólogo que caucionou, com brilhantismo, a antiguidade das gravuras). Geralmente, os artigos científicos omitem-nas ou diminuem o seu papel, como se fossem apenas o instrumento que guia a sabedoria dos investigadores."
in Semanário Expresso, A.H.
Adriano Ferreira observa com bonomia, aos 56 anos, o «Verão Quente» do Côa. Antigo funcionário de uma conservatória, mas pescador intimamente relacionado com cada palmo da região, tornou-se outro dos indefectíveis do património. Quando viu as primeiras imagens da Canada do Inferno na TV, recordou-se de sítios semelhantes. Foi nada menos que o descobridor das gravuras da Penascosa e de gravuras na Quinta da Barca e conduziu os investigadores a umas e outras. Sorri ao contar como aparece na história científica das descobertas citado como «popular»: «Popular? E eu a pensar que tinha um nome».
Médico, candidato à Câmara de Foz Côa em 1989 e 93, vereador independente nas listas do PS até 1997, dono de uma pastelaria com dulcíssimos produtos regionais: António Sotero, 52 anos, é uma figura. Esteve na preparação da visita de António Guterres, ainda secretário-geral do PS, ao Côa. «Conspirou» alegremente, levou várias personalidades a ver as gravuras, pagou jantares (muitos) a jornalistas e investigadores, expediu cartas, extenuou-se em contactos.
Como clínico, observa «o esvaziamento das aldeias do concelho e a falta de políticas para contrariar a desertificação». Membro da assembleia municipal desde as últimas autárquicas (a Câmara é PS), sonhou um destino diferente para os rabiscos do Paleolítico. «Pensei que podia ser o ponto de desenvolvimento da região. Mas puseram os lobos a guardar as ovelhas».
José Ribeiro, Adriano Ferreira e António Sotero são algumas das pessoas com uma acção pelo menos tão importante como a dos historiadores no desfecho da polémica pela preservação das gravuras. O seu papel pode ser equiparado ao de Mila Simões de Abreu (no alerta e na mobilização que provocou) e de João Zilhão (o arqueólogo que caucionou, com brilhantismo, a antiguidade das gravuras). Geralmente, os artigos científicos omitem-nas ou diminuem o seu papel, como se fossem apenas o instrumento que guia a sabedoria dos investigadores."
in Semanário Expresso, A.H.
Inovar.te
Mon, Oct 2 2006 10:18
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Foi lançada no passado fim de semana uma nova publicação.
Chama-se inovar.te e anuncia-se como "(...)partidários da inovação enquanto fenómeno transversal do desenvolvimento individual e organizacional. Conjecturamos e refutamos, discutimos, reflectimos mas sobretudo procuramos as respostas. Obedecemos ao tripleto: recombinação, mudança e inovação!"
Acesso ao blogue da revista
PÚBLICO: "Índice de competitividade coloca Évora no topo e Porto em último"
Sat, Sep 30 2006 08:11
| Desenvolvimento Local
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(imagem de João Espinho)
O jornal Público de hoje publica um artigo sobre a competitividade das capitais de distrito de Portugal continental.
O referido artigo reporta-se a um estudo de Paulo Mourão e Júlio Barbosa, docentes da Universidade do Minho, e aplica a grelha de avaliação do Forúm Económico Mundial (vulgo "Forúm de Davos").
No referido estudo, destacam-se pela positiva e por esta ordem, Évora, Lisboa, Coimbra, Beja, Leiria e Castelo Branco.
A presença de Lisboa no segundo lugar justifica-se apenas pela destacada performance "Laboral", uma vez que esteve mal classificada nos restantes items. Isto é, quer em termos "Demográficos" (3º lugar), "Empresarial" (6º lugar) e "Conforto" (14º lugar), Lisboa esteve longe de ficar bem classificada.
O que neste blogue temos defendido é que a redução da importância geográfica das unidades produtivas do sector terciário e quaternário, fruto da implementação da banda larga no território nacional, provocará um exôdo urbano justificado pela busca de melhores condições de vida ("Conforto") em que as cidades Évora, Beja e Castelo Branco ocupam as três primeiras posições. Sem surpresa, todas pertencem ao interior do País.
PDF do estudo referido.
Constituição de Empresas
Fri, Sep 29 2006 03:47
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O custo para o registo de novas empresas comerciais passou de 200 euros para 500 euros.
Parece-me excessivo, mas não sei justificar se é caro ou barato.
Pergunto-me apenas se faz sentido permitir que o custo do registo comercial seja factor impeditivo ao empreendorismo a população desempregada
Parece-me excessivo, mas não sei justificar se é caro ou barato.
Pergunto-me apenas se faz sentido permitir que o custo do registo comercial seja factor impeditivo ao empreendorismo a população desempregada
Turismo, no dia mundial?
Wed, Sep 27 2006 10:04
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Celebrou-se supostamente o Dia Mundial do Turismo.
Eu não dei por nada!
Aquele sector supostamente estratégico e crucial para o desenvolvimento equilibrado do território, galinha dos ovos de ouro de um país estranhamente absorvido em reflexões existenciais... o Turismo.
Lia-se no site da Publituris: "Continua-se, praticamente, a usar os métodos de promoção dos anos 60 - distribuição de folhetos e give-aways, participação em feiras de turismo, sem suporte publicitário nem iniciativas que chamem a atenção dos media internacionais, tudo em numerosas caravanas de executivos à beira da reforma e que contratam cada ano promissores quadros estagiários de marketing com pouca experiência e sem espaço de manobra criativa. Há poucos portais electrónico de turismo com o dinamismo da indispensável actualização diária dos conteúdos. E a presença de Portugal nas publicações do trade prima por ser escassa, ineficaz e, por vezes, inconsistente."
Pois, é sobre um modelo de desenvolvimento arcaico que insistimos em trabalhar. isto numa área supostamente decisiva para o futuro do país. Não basta seguir os bons exemplos. Inovar. Inovar. Inovar. Uma necessidade...
Revejo-me num país de líricos. Uma capacidade de sonhar fora de série, uma capacidade de executar fora de qualquer explicação racional... Só neste contexto admito tanta inércia.
A Europa Tecnológica
Tue, Sep 26 2006 02:16
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Deixar passar ao lado a oportunidade criada pelo Instituto Europeu de Tecnologia será um erro grave
Escrevi há uns meses nesta coluna («Viagem à Lua», 14.01.2006) que a única forma da Europa se manter competitiva é através da aposta renovada e reforçada na inovação nas novas áreas do conhecimento.
A Europa não se pode deixar encurralar entre a capacidade criativa dos EUA e a pujança industrial da China, sob pena de, dentro de duas a três décadas, perder definitivamente a influência na definição do ‘mundo desenvolvido’. Para isso, a Europa tem de começar já a criar e explorar comercialmente as novas fronteiras do conhecimento.
Neste contexto, a recente decisão do Conselho Europeu e da Comissão Europeia de criar o Instituto Europeu de Tecnologia (IET), reveste-se da maior relevância estratégica para o nosso futuro. Pretende-se que o IET venha a ser a referência mundial nos domínios da educação, da investigação e da inovação tecnológica. A «Agenda de Lisboa» não se concretiza com boas intenções, mas com acções objectivas. O IET é, muito provavelmente, a medida mais estratégica e estruturante para se atingir os objectivos da «Agenda de Lisboa».
Os meios financeiros do próximo quadro comunitário de apoio para 2007-2013 vão em grande parte ser canalizados para a inovação e, em particular, para a capacidade de transformar essa inovação em bens e serviços capazes de competir no mercado global. Neste sentido, o IET deverá desempenhar um papel fundamental.
Acho extraordinário que uma decisão tão importante tenha passado praticamente despercebida na comunicação social do nosso país. Espero que as nossas Universidades e os nossos Institutos de Investigação de referência estejam muito atentos e a elaborar já uma estratégia para virem a participar activamente no IET. Penso que a forma mais eficaz de participação portuguesa seja através de uma estratégia comum dos nossos principais agentes da inovação, não esquecendo as nossas empresas mais inovadoras. O IET vai ser organizado em ‘comunidades do conhecimento’ que arrancarão em 2009 e quem estiver já mais bem posicionado ganhará uma vantagem competitiva no desenho definitivo do IET. Uma coisa é certa: deixar passar ao lado o IET será um erro grave para Portugal.
In Expresso, João Picoito,Professor catedrático convidado, Universidade de Aveiro
Escrevi há uns meses nesta coluna («Viagem à Lua», 14.01.2006) que a única forma da Europa se manter competitiva é através da aposta renovada e reforçada na inovação nas novas áreas do conhecimento.
A Europa não se pode deixar encurralar entre a capacidade criativa dos EUA e a pujança industrial da China, sob pena de, dentro de duas a três décadas, perder definitivamente a influência na definição do ‘mundo desenvolvido’. Para isso, a Europa tem de começar já a criar e explorar comercialmente as novas fronteiras do conhecimento.
Neste contexto, a recente decisão do Conselho Europeu e da Comissão Europeia de criar o Instituto Europeu de Tecnologia (IET), reveste-se da maior relevância estratégica para o nosso futuro. Pretende-se que o IET venha a ser a referência mundial nos domínios da educação, da investigação e da inovação tecnológica. A «Agenda de Lisboa» não se concretiza com boas intenções, mas com acções objectivas. O IET é, muito provavelmente, a medida mais estratégica e estruturante para se atingir os objectivos da «Agenda de Lisboa».
Os meios financeiros do próximo quadro comunitário de apoio para 2007-2013 vão em grande parte ser canalizados para a inovação e, em particular, para a capacidade de transformar essa inovação em bens e serviços capazes de competir no mercado global. Neste sentido, o IET deverá desempenhar um papel fundamental.
Acho extraordinário que uma decisão tão importante tenha passado praticamente despercebida na comunicação social do nosso país. Espero que as nossas Universidades e os nossos Institutos de Investigação de referência estejam muito atentos e a elaborar já uma estratégia para virem a participar activamente no IET. Penso que a forma mais eficaz de participação portuguesa seja através de uma estratégia comum dos nossos principais agentes da inovação, não esquecendo as nossas empresas mais inovadoras. O IET vai ser organizado em ‘comunidades do conhecimento’ que arrancarão em 2009 e quem estiver já mais bem posicionado ganhará uma vantagem competitiva no desenho definitivo do IET. Uma coisa é certa: deixar passar ao lado o IET será um erro grave para Portugal.
In Expresso, João Picoito,Professor catedrático convidado, Universidade de Aveiro