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Apoiamos a instalação de negócios em territórios rurais

Glocal: Projecto que permitiu criar 56 empresas no Vale Douro Norte vai ser exportado para a Polónia e Cabo Verde

Vila Real, 23 Fev (Lusa) - O projecto Glocal, uma iniciativa que já ajudou a criar 56 pequenas empresas no Vale Douro Norte, vai ser "exportado" para a Polónia e Cabo Verde, disse hoje à Lusa, em Vila Real, a sua coordenadora.

Segundo Cristina Coelho, o projecto é também um dos parceiros do Governo português na recuperação urbanística e reinserção urbana de dois bairros críticos da capital, o da Cova da Moura e o do Vale da Amoreira, que está hoje a ser apresentada em Lisboa.

Quando Cristina Coelho arrancou com o Glocal - Empresas Locais com Orientações Globais, em 2002, estava longe de imaginar o sucesso do seu projecto e a sua internacionalização, que se vai concretizar já este ano.

O reconhecimento europeu da iniciativa chegou em Outubro, com a atribuição do Prémio Europeu para a Iniciativa Empresarial, no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia.

O Glocal pretende facilitar a criação de pequenas empresas e de novas oportunidades de emprego, disponibilizando um conjunto de serviços e metodologias, desde o Sistema de Microcrédito para o Auto-emprego e Criação de Empresas (SIM) ao "Programa de Mentores Voluntários" e o "Sistema de Apadrinhamento".

A eficácia do projecto, no âmbito do qual foram criadas 56 empresas, entre 2002 e 2007, nos municípios do Vale do Douro Norte, vai levar à sua exportação para alguns países do Leste Europeu, como a Polónia, ou africanos, como Cabo Verde.

"Estamos a fazer planos de acção, a preparar os projectos e a sua adaptação a outras realidades", afirmou Cristina Coelho.

Acrescentou que o produto foi concebido para o Vale do Douro Norte, um território com características fortemente rurais, com uma forte aposta nos produtos endógenos e onde as pessoas se conhecem e confiam umas nas outras.

Na Polónia, que poderá servir de ponto de partida para a disseminação do Glocal por outros países de Leste, o projecto vai começar por ser implementado numa região-piloto.

Numa ilha de Cabo Verde vai ser dado o arranque da iniciativa naquele país africano, onde o Glocal foi recentemente convidado a integrar uma parceria com vista à promoção e apoio ao empreendedorismo.

Em finais de 2007, foi a vez do Governo português convidar a Glocal a integrar um projecto de qualificação e de reinserção urbana dos bairros críticos de Lisboa, que está a avançar com dois bairros-piloto, nomeadamente da Cova da Moura e do Vale da Amoreira.

O Glocal é um dos parceiros de uma comissão interministerial criada para o efeito e está já, segundo Cristina Coelho, a trabalhar num plano de acção direccionado para aqueles bairros.

"Este conjunto de soluções que nós concebemos e que temos formatadas para poderem ser vendidas e disseminadas por outros espaços, podem ser perfeitamente adaptáveis a essas regiões", salientou.

O secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, João Ferrão, apresentou hoje na Cova da Moura e no Vale da Amoreira o projecto de recuperação urbanística daqueles dois bairros.

Mais de sete milhões e meio de euros vão ser investidos na Cova da Moura (Amadora) e no Vale da Amoreira (Moita), num projecto de recuperação urbanística e integração socioeconómica dos moradores coordenado pelo Instituto de Habitação.

A iniciativa envolve oito ministérios, bem como outras entidades governamentais e não governamentais, de base nacional, regional e local, num total de mais de 90 entidades, entre as quais o Glocal.

Cristina Coelho explicou à Lusa que "o SIM, que já está disponível em cerca de 50 concelhos, é um financiamento de 75 por cento do investimento até ao montante máximo de 25 mil euros, a uma taxa de juro próxima dos cinco por cento, com prazo de reembolso até cinco anos".

"É muitas vezes a única forma destas pessoas, sem recursos económicos, poderem criar o seu próprio emprego", salientou.

Em 2006, concretizou-se a disseminação da rede "SIM na Minha Terra", contanto com a parceria da Federação Nacional de Associações de Desenvolvimento Local.

"O SIM ainda não tem qualquer crédito mal parado, não tem qualquer irregularidade e tem, neste momento, sete milhões de euros disponíveis para apoiar iniciativas até 25 mil euros cada uma", sublinhou a coordenadora.

Mais tarde foi criado o Programa Premium que, segundo Cristina Coelho, funciona como um guia metodológico de implementação da iniciativa, ajuda no mapeamento de oportunidades, promove ateliês de ideias e a formação inicial dos empreendedores.

Em 2007, o Glocal arrancou com o "Programa de Mentores Voluntários", que promove o apoio voluntário do empresariado local a novos empreendedores na fase de projecto e arranque dos seus negócios, ou seja, apoia-os nos primeiros passos como empresários, através da partilha do seu conhecimento e experiência no mercado e na gestão de uma empresa.

O "Sistema de Apadrinhamento", é uma metodologia inovadora que concilia o financiamento e transmissão de competências empresarias, ou seja, "numa óptica de responsabilidade social, as empresas locais contribuem para a criação de novas empresas e para o aumento da riqueza e desenvolvimento da região", acrescentou a coordenadora.

"Estes programas correram muito bem e, por isso, este ano vão ser transformadas num programa nacional, em parceria com o IAPMEI", salientou Cristina Coelho.

A coordenadora frisou que se trata de soluções de empregabilidade, destinadas a quem está desempregado ou a quem tem emprego precário.

Brevemente vai decorrer, em Vila Real, a "Galeria de Negócios", uma iniciativa onde os empreendedores terão oportunidade de apresentar os seus negócios à comunidade, entidades e instituições.

Cristina Coelho faz um balanço "muito positivo" do projecto e salientou a cooperação entre os empreendedores.

"Temos a Susan a vender, através da sua empresa, produtos transmontanos no Estados Unidos da América, que compra ao Miguel, de Murça. Por sua vez, o Paulo criou uma empresa de informática que presta serviços às outras empresas", frisou.

Segundo a responsável, a iniciativa possui, neste momento "100 empreendedores para atender e está sem recursos para o fazer".

Por causa disso, e porque considera que o projecto necessita de ganhar dimensão e de se institucionalizar, o "grande objectivo" para 2008, é a criação de uma "estrutura de âmbito regional", que espera ver concretizada ainda durante o primeiro trimestre do ano.

"Queremos transformar esta região na mais dinâmica a nível do empreendorismo em Portugal", afirmou.

O Glocal conta com a parceria da Superação SPA Consultoria, da Associação Empresarial Nervir, da Cooperativa Cultural Voz do Marão, da Alto Fuste - Consultoria Agrária e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro .

in Lusa, PLI

Confederação quer tornar Lisboa numa referência europeia

A Confederação do Turismo Português vai apresentar um projecto que prevê a implementação de um mega Plano de Interesse Nacional na região de Lisboa. O objectivo é tornar a capital numa referência europeia do Turismo de Negócios.

Actualmente Lisboa está em 15º lugar do ranking europeu deste sector mas a confederação considera que Lisboa tem potencial para se tornar numa das sete mais importantes.

O projecto prevê a aposta na hotelaria, restauração, e empresas de transportes, com o investimento a cargo de privados e com apoios das autarquias e do Estado.

José Carlos Pinto Coelho, presidente da Confederação do Turismo, diz que vai ser necessário coordenar todos os projectos já existentes com outros que vão surgir, numa política comum que para alterar radicalmente a imagem de Portugal no estrangeiro.

«[Esta política] traz uma realidade competitiva com quem vai a frente na Europa. Queremos deixar de competir para sermos medianos e passarmos a competir para sermos os melhores», explicou Pinto Coelho à TSF.

O projecto estabelece um prazo de 15 anos para atingir os objectivos: colocar Lisboa entre as sete principais cidades europeias no sector do Turismo de Negócios, com centenas de empresas e milhares de postos de trabalho.

A Confederação do Turismo Português prevê anunciar este projecto ao Governo dentro de 15 dias.

in TSF

Lisboa, pelo seu espólio patrimonial, é sem dúvida um dos melhores destinos turísticos nacionais.
Com menos escritórios seria, sem dúvida, um local agradável para se visitar.

SEDES alerta para "mal-estar" na sociedade

Lisboa, 22 Fev (Lusa) - A Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) alertou quinta-feira para um "mal-estar" na sociedade portuguesa que, a manter-se, poderá originar uma "crise social de contornos difíceis de prever".

Em comunicado divulgado no seu portal, a SEDES sustenta que "sente-se hoje na sociedade portuguesa um mal-estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional".

Esse "mal-estar" deve-se a "sinais de degradação da qualidade cívica", como a "degradação da confiança dos cidadãos nos representantes partidários", a "combinação de alguma comunicação social sensacionalista com uma Justiça ineficaz" e o aumento da "criminalidade violenta" e do "sentimento de insegurança entre os cidadãos".

A SEDES adverte que, a manter-se o "mal-estar e a degradação da confiança (...), emergirá, mais ou cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de prever".

Por isso, a associação apela à intervenção da sociedade civil mas sobretudo do Presidente da República e dos partidos políticos com representação parlamentar.

O comunicado é assinado pelo conselho coordenador, do qual fazem parte Vítor Bento, que o preside, Alves Monteiro, Luís Barata, Campos e Cunha, Ferreira do Amaral, Henrique Neto, Ribeiro Mendes, Paulo Sande e Amílcar Theias.

Criada em 1970, a SEDES é uma estrutura que tem como preocupação reflectir sobre a situação económico-social do país.

No comunicado, a associação manifesta a sua preocupação com "o afunilamento da qualidade dos partidos", devido à "dificuldade em atraírem e reterem os cidadãos mais qualificados" e a "critérios de selecção cada vez mais favoráveis à gestão de interesses".

A SEDES critica igualmente a "tentacular expansão da influência partidária na ocupação do Estado e na articulação com interesses da economia privada".

Para a estrutura, a "combinação" entre uma "comunicação social sensacionalista" e uma "Justiça ineficaz" traduz-se num "estado de suspeição generalizada sobre a classe política", que leva ao afastamento de "muitas pessoas sérias e competentes da política, empobrecendo-a".

A "banalização da suspeita" nos media e a "incapacidade" da Justiça em "condenar os culpados (e ilibar os inocentes)" favorecem os "mal-intencionados", o que conduz à "desacreditação do sistema político", reforça a SEDES.

A associação considera que o Estado "tem uma presença asfixiante sobre toda a sociedade": deixa cada vez menos espaço "verdadeiramente livre para a iniciativa privada" e "demite-se, muitas vezes, do seu dever de isenta regulação, para desenvolver duvidosas articulações com interesses privados".

Referindo-se à criminalidade, o comunicado aponta a falta de "uma acção consistente - da prevenção, investigação e da Justiça - para transmitir a desejada tranquilidade" e uma "espécie de fundamentalismo ultra-zeloso, sem sentido de proporcionalidade ou bom-senso" do Estado.

"Calculem-se as vítimas da última década originadas por problemas relacionados com bolas de Berlim, colheres de pau ou similares e os decorrentes da criminalidade violenta ou da circulação rodioviária e confronte-se com o zelo que o Estado visivelmente lhes dedicou", sublinhou a SEDES, responsabilizando os legisladores portugueses, que "transcrevem para o direito português, mecânica e por vezes levianamente, as directivas" europeias.

Para a "regeneração" da sociedade portuguesa, a associação advoga que os partidos políticos devem "abrir-se à sociedade, promover princípios éticos de decência (...) e desenvolver processos de selecção que permitam atrair competências e afastar oportunismos".



Lusa/ER.

Lisboa adere programa internacional redução emissões carbono

Lisboa vai aderir à segunda fase de um programa de redução das emissões de carbono, a par de Birmingham, Hamburgo e Madrid, disse à Lusa fonte do gabinete do presidente da autarquia, António Costa.

O autarca desloca-se na quarta-feira a São Francisco, uma das cidades pioneiras do programa CUD, de redução das emissões de carbono, juntamente com Seul e Amesterdão.

O programa resulta de uma parceria entre a Clinton Global Initiative, da Fundação Bill Clinton, a empresa de consultoria Cisco e o Massachusetts Institute of Technology (MIT).

As áreas-chave para a redução das emissões de carbono são a gestão de tráfego, teletrabalho, edifícios inteligentes, planeamento urbano, energias renováveis e promoção de tecnologias «verdes».

A Cisco, empresa onde está o antigo conselheiro da Presidência da República Diogo Vasconcelos, já criou um grupo de trabalho para a cidade de Lisboa.

Em São Francisco, o programa teve repercussão em diversas áreas, desde os transportes à criação para cada cidadão da sua «pegada» ambiental, ou seja, as consequências para o ambiente dos seus gestos quotidianos.

Em Seul, o projecto centrou-se essencialmente na componente do teletrabalho e na melhoria do sistema de transportes.

ACL.

in Diário Digital

The Original Video of Lilly: The World Map Master

DESEMPREGO: Aumento de 61% entre licenciados em três anos

O número de desempregados licenciados aumentou 61 por cento nos últimos três anos, disse à TSF o economista Eugénio Rosa. Cerca de 40 por cento são das Ciências Sociais, enquanto apenas nove por cento vêm das áreas tecnológicas.

O número de desempregados licenciados aumentou 61 por cento nos últimos três anos, disse à TSF o economista da CGTP Eugénio Rosa, esta sexta-feira, dia em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga os últimos números do desemprego em Portugal.

«O desemprego total, de acordo com os dados do INE, aumentou cerca de oito por cento, enquanto que o desemprego de portugueses com escolaridade superior aumentou à volta dos 61 por cento», disse.

Para o economista, isto acontece porque «há uma desadequação entre aquilo que as universidades estão a produzir em licenciaturas» e as «necessidades de desenvolvimento do país», ou seja, na criação de emprego.

Eugénio Rosa conferiu os dados estatísticos dos desempregados entre 2000 e 2006 e verificou que 40 por cento são de Ciências Sociais, sobretudo das áreas de «Educação, Artes, Humanidades, Sociologia, Psicologia, Direito e Jornalismo», enquanto que «apenas nove por cento» são das áreas tecnológicas.

«Há uma desproporção muito grande», porque a maior «parte dos licenciados são precisamente os que estão mais na situação de desemprego», frisou o economista da CGTP.

De acordo com os últimos números oficiais, existem actualmente 47 mil desempregados com licenciatura.

A TSF ouviu alguns desempregados licenciados, entre os quais Rui, que é licenciado em Física e Química e que se revolta quando ouve os governantes dizerem que é necessário apostar na formação profissional.

Para além de apostar na qualificação, «é preciso termos emprego para que essa formação tenha continuidade após as saídas da faculdade», disse, lembrando que muitos licenciados estão a trabalhar em áreas diferentes daquelas que queriam seguir.

Teresa, que tirou o curso de Arquitectura e é empregada de mesa, entende que não consegue emprego na sua área, porque o seu curso insere-se num «meio muito fechado e competitivo», onde preferem pagar menos a quem não tem formação específica.

in TSF

Uma notícia pouco abonatória para um país que tem boa parte dos seus trabalhadores intelectuais a fazer trabalhos manuais.

Sugestão de Leitura

“As cidades são colmeias de actividade humana”

No seu livro “Criar cidades sustentáveis” (nº2 dos Cadernos Shumacher para a Sustentabilidade, das edições Sempre Em Pé) Hébert Girardet apresenta-nos a cidade como um ser vivo que para sobreviver tem de acumular recursos, fazer a triagem dos que lhe trarão mais benefícios e mais valias, e eliminar aquilo de que já não precisa, o lixo orgânico e não orgânico.

Conforme vai crescendo, a cidade vai-se tornando numa sorvedora de recursos e numa aglutinadora de necessidades que tende a esgotar os bens à sua volta necessitando, por isso, de se abastecer cada vez mais longe. Esgota assim as reservas que lhe estão mais próximas e muitas vezes as que lhe estão muito distantes.

O autor refere que as cidades são hoje centros de mobilização (de pessoas, produtos, bens) que constituem a matriz do desenvolvimento económico, que nem sempre se tem mostrado coincidente com as necessidades do mundo natural.

As cidades são actualmente o “habitat” humano e a tendência dominante é para que se tornem no local preferencial para o ser humano viver e, devido a isso, devemos analisar o que será preferencial, ter cidades compactas que centralizam serviços e permitem uma poupança de energia e recursos, ou, cidades em extensão, quase sem limite espacial, que permitem construir habitações ajardinadas mas que obrigam a que haja um maior gasto de transporte (e dos recursos associados).

Qual deve ser então o modelo ideal de cidade? Como tornar então a cidade num espaço mais apetecível para viver? Como podemos torná-la sustentável? Como podemos potenciar a qualidade de vida das pessoas no espaço urbano minimizando os impactos ambientais inerentes? Como conseguir uma maior eficiência energética? “Poderão as cidades modernas reduzir o seu impacto na biosfera por processos de auto-regulação e auto-limitação esclarecidos?” (Hébert Girardet)

Estas poderão ser algumas das grandes questões que assolam os espíritos preocupados. São também alguns dos temas que a humanidade discute e precisa de continuar a discutir para o bem da sua sobrevivência e da do planeta.

Enquanto cidadãos do mundo e habitantes das cidades não nos podemos aliar de participar no debate e de desenvolver esforços para contribuir para uma maior sustentabilidade da vida urbana e do ambiente natural. Como alguém dizia “Nós não herdámos a Terra dos nossos pais, pedimo-la emprestada aos nossos filhos”.

in Região Sul Cláudia Luz, Mestre em Gestão Pública

Deputados PS recomendam criação sistema dinamização parcerias e apoio à gestão das PME`s

Lisboa, 09 Fev (Lusa) - Deputados socialistas entregaram esta semana no Parlamento um projecto de resolução que recomenda ao Governo a criação de um sistema de dinamização de parcerias e apoio à gestão das Pequenas e Médias Empresas, no âmbito do QREN.

"O objectivo é criar um interface interactivo, dinâmico, que não seja apenas um ponto de prestação de informação aos empresários das PME e aos potenciais empreendedores. É fundamental que assuma uma atitude flexível e pro-activa, suportada num modelo de intervenção dinâmico", lê-se no diploma que tem a deputada Paula Nobre de Deus como primeira subscritora e ao qual a Lusa teve acesso.

Por isso, é referido no documento, o sistema deverá ter duas dimensões: por um lado assegurar assistência técnica nas fases de pré e pós candidatura e, por outro, deverá ir ao encontro do empresário através de um plano de contacto.

No diploma, os deputados socialistas defendem ainda que "um sistema de apoio desta natureza deve privilegiar a capacidade instalada, numa lógica de articulação local em que se envolvam administração central, autarquias locais e associações empresarias bem como outras organizações da sociedade civil, ao nível da gestão de candidaturas e incentivos às empresas aproveitando a estrutura da administração pública central e local já existentes".

"A heterogeneidade das soluções que vierem a ser encontradas deve contribuir para aproximar o QREN dos cidadãos, das empresas e das organizações, em geral. A existência de um sistema de dinamização de parcerias e de apoio no processo de candidaturas, à gestão, próximo, acessível e dinâmico, preferencialmente em cada concelho do país que, de forma eficaz e eficiente dê uma resposta às PME promovendo o crescimento da economia portuguesa", lê-se ainda no projecto de resolução.

No texto do diploma, os deputados socialistas salientam o "papel da maior importância na estrutura empresarial portuguesa" desempenhado pelas PME`s, recordando que entre 2000 e 2005 conseguiram gerar, por ano, e em média, aproximadamente mais 77,2 mil postos de trabalho e mais 3,4 mil milhões de euros de negócios, em termos reais.

Estes números, acrescentam, representam um resultado seis vezes superior ao das grandes empresas em matéria de emprego e 1,7 vezes superior em matéria de facturação.

"Em 2005 operavam em Portugal perto de 297 mil PME, as quais geravam cerca de 2,1 milhões de postos de trabalho e mais de 170,3 mil milhões de euros de facturação. Isto significa que as PME representavam então 99,6 por cento das sociedades do país, sendo geradoras 75,2 por cento dos empregos e realizando mais de metade dos negócios (56,4 por cento) empresariais", é ainda referido.

in RTP

Global Telecom

"Com problemas graves de desemprego no país, PT desloca serviços para a Índia”. Era este o título de uma nota ontem enviada às redacções pela Comissão de Trabalhadores da Portugal Telecom.

Pedro Marques Pereira


O assunto é sério e mobilizará os adeptos dos centros de decisão nacionais nos próximos dias. Afinal, dirão, não é este um dos pilares fundamentais da economia portuguesa que urge proteger à força de acções douradas se necessário? É um debate distorcido que se resume de forma lapidar na primeira metade do título do comunicado, em que se conclui que em época de dificuldades económicas, caberia a empresas como a Portugal Telecom zelar pela manutenção dos índices de desemprego a níveis simpáticos.

É uma visão de um mundo que há muito deixou de existir, em que as empresas viviam fechadas em mercados protegidos. Mantinham muito emprego, é verdade, mesmo quando não havia trabalho. Mas à custa de ineficiências pagas pelos clientes em preços mais caros e na qualidade dos serviços. A concorrência foi o remédio encontrado para obrigar as empresas a mudarem. Para não engordarem à custa dos seus clientes. Para procurarem vantagens competitivas em qualquer parte do planeta e desenvolverem os serviços que mais ninguém consegue oferecer.

Foi, de resto, essa pressão competitiva – e no sector das telecomunicações mais do que em qualquer outro – que tornou possível que hoje as empresas possam ter funcionários a trabalhar na Índia ou na China. O saldo dessa revolução não pode senão ser considerado positivo por qualquer observador de boa fé. Em primeiro lugar – paradoxalmente – por um dogma marxista que os pensadores das esquerdas solidárias do ocidente não gostam de lembrar: permitiu retirar da pobreza extrema centenas de milhões de pessoas naqueles países.

Num ponto de vista mais egoísta, os benefícios da globalização são igualmente inquestionáveis para as economias ocidentais, já que estes países do chamado Terceiro Mundo se tornaram em verdadeiros motores da economia mundial. Hoje, sem a China, a Índia, toda a bacia do Pacífico, o Brasil e até alguns países africanos a puxar pela economia mundial, as perspectivas para o desemprego em Portugal – a começar pelos trabalhadores da Portugal Telecom – seriam bem mais sombrias.

Neste cenário, as empresas não têm verdadeiramente uma escolha: ou fazem melhor uso destas armas do que os concorrentes, ou serão engolidas. Se fosse a Comissão de Trabalhadores a mandar na empresa, num prazo mais rápido do que se imagina deixaria de existir Comissão, porque deixariam de existir trabalhadores.

Seria melhor que seguissem o exemplo dos seus patrões, que se globalizassem e abrissem uma filial na Ásia. É lutando pela melhoria das condições sociais na Índia, recuperando o lema da solidariedade da classe operária, e não engordando os direitos adquiridos em Lisboa, que conseguirão manter algumas regalias – e os próprios empregos – em casa.

in DiarioEconomico.com
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