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Apoiamos a instalação de negócios em territórios rurais

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“Coworking” reúne profissionais de diferentes áreas no mesmo espaço



Alguns são estilistas, outros programadores e outros escritores, mas todos estão unidos por um mesmo motivo: cansados do isolamento e de trabalhar na solidão de suas casas, decidiram compartilhar um escritório.

Trata-se do coworking, uma tendência cada vez mais popular nos Estados Unidos e que consiste em compartilhar o espaço de trabalho com outros profissionais, mesmo que não pertençam à mesma empresa nem realizem tarefas parecidas.

Os locais de coworking estão ganhando adeptos à medida que cresce no país o número de autônomos e de pessoas que trabalham em casa.

Segundo as últimas informações fornecidas pelo escritório federal de estatística, entre 2000 e 2005 foram registradas mais 4 milhões de empresas compostas por apenas uma pessoa.

Paralelamente, o aumento do preço da gasolina está encorajando muitos trabalhadores dos Estados Unidos --onde é habitual viver a muitos quilômetros do escritório-- a negociarem com suas empresas para poder trabalhar parcialmente em casa.

Calcula-se que cerca de 26 milhões de americanos trabalham em seus domicílios pelo menos um dia por semana, o que equivale a 18% da população empregada no país.

Entretanto, ter o escritório a poucos metros do sofá também cansa. A falta de companheiros e de uma clara divisão entre o espaço de trabalho e lazer pode ser psicologicamente dura para muitas pessoas.

Uma solução simples e econômica é o "coworking". Os locais que oferecem esse serviço estão se multiplicando nas grandes cidades americanas.

Com tarifas que ficam em cerca dos US$ 250 por mês, estes lugares oferecem mesa, conexão de internet, café de graça e, o mais importante, a possibilidade de se relacionar com outros profissionais na mesma situação.

Tendência forte

Por um pouco mais de dinheiro as pessoas podem usar outros serviços como salas de reuniões e até uma mesa cativa ou o acesso ao local a qualquer hora do dia.

Na Sandbox Suites, um dos muitos locais de San Francisco dedicados ao coworking, as tarifas variam de US$ 20 por dia para os visitantes esporádicos a até US$ 545 por mês para aqueles que querem dispor de uma escrivaninha própria permanente.

"Desde que comecei a trabalhar aqui, há cinco meses, o número de visitantes não parou de crescer e não parece que a tendência vá mudar", diz Dominick Del Bosque, um dos responsáveis pela Sandbox Suites e produtor de cinema independente.

Muitos dos clientes assíduos da Sandbox Suites costumavam trabalhar antes em cafés, mas, segundo Del Bosque, passaram para o coworking após a primeira visita ao local.

"Para começar, nós oferecemos conexão à internet e todos os serviços de um escritório, mas, sobretudo, aqui as pessoas encontram proximidade com outros. Em um Starbucks o profissional ficará cercado de pessoas que não têm interesse algum no que você está fazendo", declarou.

Um dos freqüentadores da Sandbox Suites é David Pascual, espanhol estabelecido em San Francisco que trabalha para o site YourStreet.com.

"Em nossa empresa, estamos espalhados pelo mundo. Aqui, somos apenas dois", diz ele. "Para uma pequena companhia com interesse em fazer contatos, é positivo ter um espaço no qual pode colaborar com mais pessoas e, além disso, é mais barato que alugar um escritório."

Como David Pascual, muitos visitantes habituais da Sandbox Suites têm ocupações ligadas à internet, para as quais o lugar físico de trabalho é secundário.

"Até certo ponto, eu poderia trabalhar até de Barcelona", reconhece Pascual, "mas estar aqui me oferece a possibilidade de ter um ambiente no qual seja possível me conectar a outros e fazer crescer um pouco o negócio".

FONTE: Folha Online

in Vida Curiosa

Agro-Urbes


Jack Schultz é um especialista em desenvolvimento imobiliário e autor de Boomtown USA um livro que aponta as pequenas cidades americanas como as que mais cresceram nos últimos meses. O aumento da ligações de banda-larga e wireless, as companhias aéreas low-cost e comboios de alta velocidade têm permitido a fixação de pessoas em pequenas cidades do interior.

Este estudo aponta para uma nova revolução e uma nova vaga de migração depois do advento da classe criativa proclamada por Richard Florida. Schultz em declarações ao jornal Expresso afirmava que as pessoas procuram qualidade de vida nas comunidades rurais e acabar com o stress do movimento diário entre as cidades e os subúrbios. "A pequenez deixou de contar. A questão da massa crítica urbana já não é tão importante como há 20 anos".

Em Portugal, com o seu atraso normal, ainda esperamos pela revolução, a sério, da classe criativa... Mas surgem cidades do interior de Portugal com forte ligação às Universidades, como a Covilhã, Braga ou Évora, que podem vir a ganhar alguma importância nas próximas décadas, num plano nacional e ibérico.

in Usabilidade | human-computer interaction

Guimarães: Avepark cria 750 empregos em 2008 e chega aos 1500 em 2009



Manuel Mota, que é também vice-reitor da Universidade do Minho, refutou a tese, defendida pela União de Sindicatos de Braga, de que a maioria dos empregos criados são "precários e temporários", garantindo que "nesta fase, está já garantido um retorno social de 20 por cento do investimento, e de 50 por cento em matéria económica".

O Avepark, onde foram investidos 15 milhões de euros, foi hoje inaugurado nas Caldas das Taipas pelo Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.

O vice-reitor Manuel Mota afirmou que, com as empresas já instaladas, o retorno financeiro do investimento está, também, garantido, refutando, assim, as críticas da CGTP, que acusou há dias o Estado de "investir dinheiro público em trabalho precário, enquanto há dezenas de empresas em falência no Vale do Ave".

O Parque de Ciência acolhe o Instituto Europeu de Excelência em Medicina Regenerativa de Tecidos, em que trabalham 120 investigadores, oito empresas da incubadora da Universidade do Minho, a SpinPark, e as empresas 3B`s - ligada ao Instituto Europeu, CRH - Consultoria e Valorização em Recursos Humanos, e Ortos, que se dedica ao fabrico de cadeiras de rodas de nova geração.

Na ocasião, o secretário de Estado leu uma mensagem do primeiro-ministro José Sócrates, na qual se enaltece o trabalho de parceria entre os promotores do projecto, a Câmara de Guimarães, a Universidade do Minho e a Associação de Parques de Ciência e Tecnologia do Porto.

O governante considerou que "o Avepark responde aos desafios de índole tecnológica que a economia tem de enfrentar nos mercados nacional e internacional, fundamental para a sua competitividade".

Manuel Mota disse à Lusa que as empresas que se vão instalar no Avepark, "operam nas áreas das tecnologias da informação, dos novos produtos, das nanotecnologias e das biotecnologias".

Frisou que o interesse das empresas no Avepark deriva da ligação à Universidade do Minho e, também, "da existência na região de Braga, do chamado `Silicon Valley português`, com 600 empresas de `software`, algumas com dimensão internacional".

Afirmou que a região do Minho "é a mais atractiva do país para o investimento, já que conjuga um vasto conjunto de infra-estruturas, com destaque para as tecnológicas de banda larga" e com o facto de ainda ter acesso aos fundos comunitários.

"Quando o projecto estiver concluído, daqui a dez anos, teremos 150 a 200 empresas no Avepark, com cinco mil empregos altamente qualificados", vaticinou. O investigador universitário sublinhou que, nessa fase, o Produto Bruto da região será aumentado, só através do Avepark, em mais de 200 milhões de euros anuais.

O Parque está instalado em 80 hectares de terrenos nas Caldas das Taipas em pleno Vale do Ave.

O projecto, que recebeu um subsídio governamental de 3,2 milhões de euros, é uma sociedade constituída pela Câmara de Guimarães, com 51 por cento do capital, pela Universidade do Minho, a Associação Industrial do Minho e a Associação do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto (com 15 por cento, cada) e pela Associação Industrial e Comercial de Guimarães, com quatro por cento.

O investimento total em infra-estruturas atinge os 15 milhões de euros, verba a que haverá que somar os 10 milhões do valor dos terrenos doados pela Câmara e os investimentos feitos pelos privados.

LUSA, LM.

Deslocalização posta em causa com o choque petrolífero

Paul Krugman cita estudo de Nuno Limão, da Universidade de Maryland

A globalização também prega partidas. O que deu, ontem, com uma mão, pode amanhã tirar com a outra. O terceiro choque petrolífero em curso está a alterar os padrões do comércio internacional. E, por mais paradoxal que pareça, as principais vítimas desta mudança poderão ser as ‘fábricas do mundo’, os campeões do «outsourcing» de produtos e bens físicos, com a China à cabeça.

A avaliação desta alteração estrutural é possível graças a um estudo de Dezembro de 2000 de um economista português radicado nos Estados Unidos. Nuno Limão, professor associado no Departamento de Economia da Universidade de Maryland, conseguiu identificar um indicador que leva uma designação técnica complexa - elasticidade do comércio em relação aos custos de transporte. O artigo científico, que escreveu com Anthony J. Venables, da London School of Economics, apurou que sempre que os custos de transportes aumentam de uma unidade o efeito negativo no comércio é multiplicado por três.

Esta relação foi, recentemente, tirada da prateleira pelo economista Paul Krugman que na sua coluna no ‘The New York Times’ usou a elasticidade encontrada por Limão para apurar a quebra potencial no comércio internacional “se os preços do petróleo se mantiverem aos níveis actuais (na altura, nos 130 dólares) por muito tempo”. Segundo Krugman, a quebra seria de 17% em relação ao ano 2000.

O economista mediático socorreu-se, também, de um estudo da consultora canadiana CIBC que referia que, fruto do disparo do preço do crude desde 2000, os fretes entre a China e os Estados Unidos quase triplicaram. Se os preços estabilizarem nos 150 dólares por barril no futuro, o frete pode ainda aumentar mais 40% em relação aos preços actuais. O que isso significará, com base na elasticidade apurada por Nuno Limão, é que o comércio internacional poderá emagrecer ainda mais 6% em relação ao nível actual.


China na berlinda

Nuno Limão, que nasceu no ano da Revolução do 25 de Abril, sublinha-nos que o «outsourcing» de produtos e bens físicos será o sector que mais vai sofrer. “O caso mais importante será, talvez, o da China, já que se tornou na fábrica do mundo. Dados mais recentes, revelam inclusive que já se nota um abrandamento das exportações chinesas de bens mais sensíveis aos custos de transporte para os Estados Unidos”. O investigador português antevê, por isso, que o «nearshoring», ou seja a deslocalização para regiões próximas dos clientes possa ganhar força. O que poderá acontecer com as ‘traseiras’ dos Estados Unidos (oportunidade, de novo, para o México) e com os países de mão-de-obra mais barata dentro da União Europeia e que a circundam.

Limão, apreciando o que já ocorreu com o falhanço da última sessão da Ronda de Doha, arrisca que outra consequência poderá ser o crescimento do regionalismo. “Esta regionalização do comércio internacional pode ter alguns efeitos negativos, mas é bastante difícil, senão mesmo impossível, calcular um efeito preciso”, conclui este académico, que desde os 16 anos estuda fora.

Ainda adolescente ganhou uma bolsa para estudar no United World College, nos Estados Unidos, depois tirou a licenciatura na London School of Economics, e em 1996 regressou ao outro lado do Atlântico doutorando-se em economia na Universidade de Columbia.

in Expresso, Jorge Nascimento Rodrigues

Portugal como destino de nearshoring

Portugal está numa fase decisiva do seu percurso como nação competitiva, viável economicamente e com perspectivas de qualidade de vida para os seus cidadãos. Está mais do que visto que o modelo económico baseado no baixo valor acrescentado está esgotado, bem como a actividade rentista tradicional. As elites económicas e empresariais nacionais necessitam de uma forte renovação, que inpute massa crítica que entenda e posicione o país na nova configuração da economia global.

Mais não será dizer que é preciso uma aposta séria no desenvolvimento e reforço do capital intelectual português que mude estruturalmente o padrão de especialização da nossa economia. Um reforço que não passa por alocar só mais dinheiro na educação ou dar computadores. É preciso agir mais na zona entre o final da cadeia de valor do ensino e o início da do mercado de trabalho.

Um dos desafios nessa «buffer zone» está em conseguir que Portugal seja um destino atractivo para o nearshoring, ou seja, a deslocalização de actividades de médio-alto valor acrescentado de economias mais desenvolvidas (I&D, desenvolvimento de software, call-centers, design, etc).

Para que tal aconteça, é preciso que:

1 - o Ministério da Economia simplifique a burocracia dos licenciamentos e na atribuição de incentivos financeiros atribuídos aos investimentos estrangeiros.

2 - criar parques de nearshoring junto das universidades e dos parques de ciência e tecnologia, para facilitar o acesso à massa crítica e gerar laços efectivos de entre as cadeias de valor do sistema de ensino e empresarial

3 - promover Portugal como destino competitivo de nearshoring, ao ponto deste conceito se confundir com o próprio país

4 - «se não consegues vencê-los, junta-te a eles»: constituir parcerias com a Irlanda e a Índia, oferecendo Portugal como mecanismo de entrada para mercados estratégicos da América do Sul, África e Europa (vide este artigo de JNR na Janela na Web)


in Capital Intelectual, Ruben Eiras

Aviões no Sul, computadores no Norte


Duas fábricas de componentes de aviões em Évora; consórcio com a Intel para fazer PCs em zona a anunciar

A empresa brasileira Embraer vai instalar duas fábricas de componentes para aviões, em Évora, criando mais de 3500 postos de trabalho directos. O anúncio oficial é feito hoje, às 10:30 horas, no CCB, pelo primeiro-ministro, José Sócrates, e pelo director presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, na presença do presidente brasileiro Lula da Silva.

Segundo o Expresso apurou, serão investidos de início 148 milhões de euros em instalações que terão capacidade para produzir componentes para 13 a 14 aviões por mês. O investimento contempla, igualmente, a ligação a universidades portuguesas para a concepção, engenharia e desenvolvimento de aeronaves.

Segundo o ministro da Economia, Manuel Pinho, “este é um grande investimento tecnológico que só tem paralelo com a AutoEuropa”, a fábrica da Volkswagen em Palmela.

A Embraer é o terceiro maior fabricante de aviões a nível mundial, depois dos gigantes Boeing e Airbus. As unidades industriais de Évora - as primeiras desta empresa na Europa - deverão começar a produzir em 2011. A primeira, no fabrico de estruturas, maquinação e montagem de peças metálicas para asas; a segunda, para conjuntos em materiais compósitos das caudas de aviões como os Embraer 170, 190 e Legacy (jactos executivos).

O primeiro passo para as negociações entre o Governo português e a Embraer foi dado, em Agosto de 2006, quando José Sócrates visitou a sede da empresa brasileira, a cerca de 100 quilómetros de São Paulo. Na época, o primeiro-ministro regressou de mãos vazias, mas seguiram-se quase dois anos de negociação em torno do reforço dos investimentos dos brasileiros na OGMA-Indústria Aeronáutica de Portugal (da qual controlam 65% do capital, em associação com a EADS/Airbus). As negociações foram fechadas na quinta-feira, dia 17, tendo o ministro da Economia cancelado a sua deslocação a Angola para se reunir com os investidores brasileiros.

“O maior desafio será o de incentivar a participação portuguesa no projecto do cargueiro militar C-390, um avião que está a despertar o interesse do Brasil e de alguns países da América do Sul”, declarou ao Expresso Eduardo Bonini, presidente executivo da OGMA. A confirmar-se esta participação, Portugal poderá optar pelo Embraer C-290 para substituir os Hércules C-130, ao serviço da Força Aérea há mais de 30 anos.


Fábrica de computadores

Na quarta-feira José Sócrates recebe a visita de Craig Barrett, presidente da Intel, que será um dos parceiros num novo consórcio de fabricação de computadores pessoais de baixo custo.

O projecto, que terá nome português, conta ainda com a participação de empresas nacionais (J.P. Sá Couto e Infolândia). O Expresso apurou que a fábrica será instalada no Norte do país, aproveitando as competências existentes nas universidades do Minho, Porto e Aveiro.

Além do mercado interno, ligado ao programa e-Escolas, o objectivo é desenvolver um «cluster» exportador deste tipo de equipamentos, idênticos aos que já são distribuídos aos alunos do secundário. Venezuela e Líbia são os primeiros mercados garantidos, na sequência das vistas de Hugo Chávez a Lisboa e de Sócrates a Trípoli.

in Expresso, Alexandre Coutinho, Cristina Figueiredo e João Ramos

Alentejo é o futuro do potencial do País


O Alentejo é o espaço que apresenta a mais forte concentração de potencial de crescimento do conjunto da economia portuguesa". Quem o diz é o antigo ministro das Finanças, Ernâni Lopes, que refuta a ideia de que a região Sul do País "não tem futuro".


Em conferência de imprensa para apresentar o relatório da SaeR - Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco, à qual preside, o ex-governante considera que todo o território a Sul do Tejo, "e não só Almada e Seixal", constituem o que chama ‘Grande Ogiva do Sul’, com destaque para o Alentejo. Para Ernâni Lopes, a região deve investir na agricultura de valor acrescentado e num tipo de turismo particular: o de atracção para segunda residência para os mais idosos do norte da Europa que possuem um elevado poder de compra.

Por isso mesmo, defende que é necessário dotar o Alentejo de uma rede que permita o "acesso a serviços de saúde de padrão europeu" de forma a responder à necessidade destes novos turistas. O economista faz ainda questão de salientar que, com dezenas de milhões de potenciais clientes nos países escandinavos, o Alentejo tem condições "quase inultrapassáveis" para garantir o sucesso desta iniciativa.

"O Alentejo não é um caso perdido. O mercado está lá e neste momento tem uma oportunidade muito clara que durará pelos próximos trinta anos", referiu sem, no entanto, ignorar os efeitos que a crise na economia espanhola poderão ter no desenvolvimento da região. "Temos um verdadeiro problema com a economia espanhola, mas este tipo de investimento é planeado durante anos", salienta.

Já em Junho passado, os autarcas do Alentejo, reunidos no Congresso Alentejo XXI, em Beja, manifestaram a convicção de que "é possível, a médio prazo, transformar o Alentejo no principal factor de de-senvolvimento do País".

"São medidas de circunstância"

O antigo ministro das Finanças de Mário Soares, Ernâni Lopes, considera que as medidas tomadas pelo Governo para combater a crise são "de circunstância e que pouco fazem para um problema conjuntural. "São medidas pontuais que não fazem a diferença", disse reconhecendo-lhes apenas um efeito imediato. Quanto ao futuro da economia portuguesa, o especialista não se mostra optimista: "Está mal e tenderá, possivelmente, a piorar até 2010". E defendeu que "o importante não é sair da crise, mas sim como passar por ela".

Perigos do choque petrolífero

O relatório da SaeR, empresa de avaliação de empresas e risco liderado por Ernâni Lopes, alerta para o perigo do choque petrolífero que a economia mundial atravessa. "Não se sabe quando vai acabar", defende o especialista, recordando as consequências da crise da OPEP, em 1973, que aumentou os preços do petróleo em 300 por cento. No relatório da SaeR consta o alerta para o agravar de "tensões internas na sociedade portuguesa", como reflexo da instabilidade criada pelos constantes aumentos dos preços dos combustíveis.
in Correio da Manhã, Pedro H. Gonçalves

Visão Periférica e Strategic Early Warning


Quantos gestores e empresários ouviram até hoje a palavra “surpreendentemente” ou a expressão “fomos apanhados de surpresa”, referindo-se à performance da sua organização?

Aceitando que o factor surpresa não se pode eliminar, podemos no entanto, evitá-lo criando e mantendo um sistema de strategic early warning (SEW).

E, em que consiste um SEW?
Trata-se de um sistema de visão periférica que coloca a organização a olhar para todos os ângulos e não apenas para o seu mercado tradicional e stakeholders.

Tradicionalmente, uma organização monitorizava a sua indústria, o seu mercado e os seus stakeholders. Hoje, numa era de mudanças rápidas e de partilha instantânea de conhecimento, isso tornou-se insuficiente para garantir o sucesso e a sobrevivência das organizações. Hoje, mais do que nunca se impõe o que chamamos: Visão Periférica.

Vejamos o caso concreto de uma empresa que tem bons indicadores económicos, os resultados estão óptimos, os clientes satisfeitos, mantém um controlo de gestão eficaz e com ferramentas de análise de indústria avançadas. Perfeito. Está no bom caminho, diríamos. Pode continuar assim.

Mas é este cenário que, historicamente tem colocado as maiores empresas do mundo em dificuldades quando, “surpreendentemente”, surgem novas e alternativas formas de fazer. E que não vêm dos concorrentes óbvios, porque esses estão a ser monitorizados. Vêm habitualmente de players novos que aparecem no mercado com novos paradigmas.

Os sinais habitualmente estão lá mas são negligenciados por vários motivos ou, pura e simplesmente ignorados.

Ben Gilad (professor de estratégia e competitive intelligence) aponta as “Convicções dos Gestores” como um dos factores de insucesso devido à não interpretação de sinais precoces do mercado. Porquê? Porque os gestores de topo chegam ao topo precisamente pelos seus êxitos e pelos sucessos alcançados. Logo, existem nas suas mentes determinadas premissas para o sucesso.
Perante uma situação nova, a tendência é para aplicar conhecimentos e prática anteriores. E, na maioria dos casos em que existe dissonância de mercado, é necessário olhar para os sinais do mercado sem preconceitos, dogmas ou ideias preconcebidas. Precisamente porque se tratam de novos paradigmas.
Só com um olhar aberto se conseguem cartografar os perigos actuais, os perigos eminentes e as oportunidades que advêm do perigo.

Falamos muito na gestão do risco mas gerimos de facto o risco estratégico?
Olhemos para as áreas funcionais das empresas: área operacional, área financeira e área de marketing e/ou comunicação. Focamos a gestão do risco aí, ou seja, analisamos o risco das operações, analisamos o risco financeiro e analisamos o risco de imagem ou reputação. E podemos dizer que a maioria das organizações estão preparadas para enfrentar contrariedades nestas áreas.

E o risco estratégico? Quantas dessas organizações gerem de facto o risco estratégico? Quem, nos organogramas é responsável por essa gestão do risco?
E, quando falamos de risco estratégico falamos de risco de vida transversal a todas as áreas da empresa, falamos de um risco que envolve a interacção da empresa com o mercado actual e potencial em que actua assim como toda a envolvente directa e indirecta.

Muitas vezes uma empresa que segue o seu caminho de forma segura e estável vem a verificar mais tarde que estava em dissonância de mercado sem se aperceber, ou seja, não se adaptou às alterações que se perfilaram lentamente no seu mercado.
É esta a empresa que acabará dizendo que foi surpreendida por uma nova tecnologia, por um novo operador de mercado, pela redução das margens, etc.

Um sistema de visão periférica bem implementado evita muitas destas surpresas. Não se pode dizer que evite os maus resultados ou o colapso de empresas, mas evita certamente a surpresa. E, o que se faz com a identificação dos sinais precoces será certamente diferente do que se fará com base no desconhecimento.

Uma empresa com visão periférica olha para todos os cantos de si mesma, para os concorrentes e para o mercado como um todo. Esta vigilância permanente dará os alertas necessários a tempo de mudar o que houver a mudar. E isso faz toda a diferença.

É baseado nesta premissa que as grandes organizações de todo o mundo, criaram os seus próprio sistemas de SEW que, funcionando de forma transversal a todas as áreas funcionais da organização, são o radar e suporte da definição de estratégias e tácticas de sucesso.


in Machete, Fátima Rebelo

Automóvel: Portugal é um dos primeiros mercados de aposta da Renault-Nissan para comercializar veículos eléctricos

Portugal será um dos primeiros mercados mundiais onde serão introduzidos os modelos veículos eléctricos da aliança Renault-Nissan, no âmbito do memorando de entendimento que o governo assina com o grupo quarta-feira.
De acordo com o protocolo, a Renault-Nissan vai comercializar em larga escala veículos eléctricos para os consumidores portugueses a partir de 2010.

A cerimónia de assinatura do memorando de entendimento contará com as presenças do primeiro-ministro, José Sócrates, do ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, e do presidente e CEO da Nissan e da Renault, entre outros.

O Governo português vai estudar conjuntamente com a Renault-Nissan a forma de criar condições adequadas para os veículos eléctricos serem uma oferta atractiva para os consumidores portugueses, as infra-estruturas e organizações necessárias para criar uma ampla rede de estações de carga para os veículso eléctricos, a nível nacional, e identificar os canais mais eficazes de comunicação e educação para sensibilizar para a importância destes modelos, que permitem reduzir as emissões.

A escolha de Portugal acontece numa altura em que o Governo aposta em assumir a liderança em termos de desenvolvimento sustentável e na diversificação de fontes de energia renovável.

As negociações entre o Governo e a Renault-Nissan arrancaram em Maio e com este protocolo o objectivo será promover a mobilidade com zero emissões no país.

A assinatura deste memorando surge numa altura em que os países procuram alternativas aos combustíveis, atendendo à escalada dos preços e a uma maior aposta das empresas e dos governos em medidas de redução de emissões de CO2.

Em meados de Junho, o Conselho Europeu introduziu uma proposta de Portugal sobre o apoio europeu ao desenvolvimento de tecnologias alternativas ao petróleo, nomeadamente os veículos eléctricos.

"A Europa precisa de mostrar músculo político e decisão política relativamente ao dos combustíveis. É isso que os cidadãos europeus e a economia europeia esperam", afirmou na altura José Sócrates à entrada para o Conselho Europeu.

"Acho que é este o momento para dizermos ao mercado petrolífero que a Europa não aceita que esta situação de dependência do petróleo se mantenha e, para isso, temos que dar uma oportunidade a alternativas de transporte, nomeadamente os carros eléctricos", acrescentou o primeiro-ministro.

in RTP
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