Novos Povoadores®

Apoiamos a instalação de negócios em territórios rurais

Inovar.te



Foi lançada no passado fim de semana uma nova publicação.

Chama-se inovar.te e anuncia-se como "(...)partidários da inovação enquanto fenómeno transversal do desenvolvimento individual e organizacional. Conjecturamos e refutamos, discutimos, reflectimos mas sobretudo procuramos as respostas. Obedecemos ao tripleto: recombinação, mudança e inovação!"

Acesso ao blogue da revista

PÚBLICO: "Índice de competitividade coloca Évora no topo e Porto em último"


(imagem de João Espinho)

O jornal Público de hoje publica um artigo sobre a competitividade das capitais de distrito de Portugal continental.
O referido artigo reporta-se a um estudo de Paulo Mourão e Júlio Barbosa, docentes da Universidade do Minho, e aplica a grelha de avaliação do Forúm Económico Mundial (vulgo "Forúm de Davos").

No referido estudo, destacam-se pela positiva e por esta ordem, Évora, Lisboa, Coimbra, Beja, Leiria e Castelo Branco.

A presença de Lisboa no segundo lugar justifica-se apenas pela destacada performance "Laboral", uma vez que esteve mal classificada nos restantes items. Isto é, quer em termos "Demográficos" (3º lugar), "Empresarial" (6º lugar) e "Conforto" (14º lugar), Lisboa esteve longe de ficar bem classificada.

O que neste blogue temos defendido é que a redução da importância geográfica das unidades produtivas do sector terciário e quaternário, fruto da implementação da banda larga no território nacional, provocará um exôdo urbano justificado pela busca de melhores condições de vida ("Conforto") em que as cidades Évora, Beja e Castelo Branco ocupam as três primeiras posições. Sem surpresa, todas pertencem ao interior do País.

PDF do estudo referido.

Constituição de Empresas

O custo para o registo de novas empresas comerciais passou de 200 euros para 500 euros.
Parece-me excessivo, mas não sei justificar se é caro ou barato.

Pergunto-me apenas se faz sentido permitir que o custo do registo comercial seja factor impeditivo ao empreendorismo a população desempregada

Turismo, no dia mundial?






Celebrou-se supostamente o Dia Mundial do Turismo.
Eu não dei por nada!

Aquele sector supostamente estratégico e crucial para o desenvolvimento equilibrado do território, galinha dos ovos de ouro de um país estranhamente absorvido em reflexões existenciais... o Turismo.

Lia-se no site da Publituris: "Continua-se, praticamente, a usar os métodos de promoção dos anos 60 - distribuição de folhetos e give-aways, participação em feiras de turismo, sem suporte publicitário nem iniciativas que chamem a atenção dos media internacionais, tudo em numerosas caravanas de executivos à beira da reforma e que contratam cada ano promissores quadros estagiários de marketing com pouca experiência e sem espaço de manobra criativa. Há poucos portais electrónico de turismo com o dinamismo da indispensável actualização diária dos conteúdos. E a presença de Portugal nas publicações do trade prima por ser escassa, ineficaz e, por vezes, inconsistente."

Pois, é sobre um modelo de desenvolvimento arcaico que insistimos em trabalhar. isto numa área supostamente decisiva para o futuro do país. Não basta seguir os bons exemplos. Inovar. Inovar. Inovar. Uma necessidade...

Revejo-me num país de líricos. Uma capacidade de sonhar fora de série, uma capacidade de executar fora de qualquer explicação racional... Só neste contexto admito tanta inércia.

A Europa Tecnológica

Deixar passar ao lado a oportunidade criada pelo Instituto Europeu de Tecnologia será um erro grave

Escrevi há uns meses nesta coluna («Viagem à Lua», 14.01.2006) que a única forma da Europa se manter competitiva é através da aposta renovada e reforçada na inovação nas novas áreas do conhecimento.

A Europa não se pode deixar encurralar entre a capacidade criativa dos EUA e a pujança industrial da China, sob pena de, dentro de duas a três décadas, perder definitivamente a influência na definição do ‘mundo desenvolvido’. Para isso, a Europa tem de começar já a criar e explorar comercialmente as novas fronteiras do conhecimento.

Neste contexto, a recente decisão do Conselho Europeu e da Comissão Europeia de criar o Instituto Europeu de Tecnologia (IET), reveste-se da maior relevância estratégica para o nosso futuro. Pretende-se que o IET venha a ser a referência mundial nos domínios da educação, da investigação e da inovação tecnológica. A «Agenda de Lisboa» não se concretiza com boas intenções, mas com acções objectivas. O IET é, muito provavelmente, a medida mais estratégica e estruturante para se atingir os objectivos da «Agenda de Lisboa».

Os meios financeiros do próximo quadro comunitário de apoio para 2007-2013 vão em grande parte ser canalizados para a inovação e, em particular, para a capacidade de transformar essa inovação em bens e serviços capazes de competir no mercado global. Neste sentido, o IET deverá desempenhar um papel fundamental.

Acho extraordinário que uma decisão tão importante tenha passado praticamente despercebida na comunicação social do nosso país. Espero que as nossas Universidades e os nossos Institutos de Investigação de referência estejam muito atentos e a elaborar já uma estratégia para virem a participar activamente no IET. Penso que a forma mais eficaz de participação portuguesa seja através de uma estratégia comum dos nossos principais agentes da inovação, não esquecendo as nossas empresas mais inovadoras. O IET vai ser organizado em ‘comunidades do conhecimento’ que arrancarão em 2009 e quem estiver já mais bem posicionado ganhará uma vantagem competitiva no desenho definitivo do IET. Uma coisa é certa: deixar passar ao lado o IET será um erro grave para Portugal.

In Expresso, João Picoito,Professor catedrático convidado, Universidade de Aveiro

País macrocéfalo

O concentracionismo é o entorse que o crescimento, a eficiência e a acumulação fazem ao desenvolvimento

O concentracionismo é o que é. É entorse que o crescimento, a eficiência e a acumulação fazem ao desenvolvimento. Uma entorse que os políticos têm o dever de contrariar, como o demonstra esta história cativante. A UE criou dez agências em dez países. Quase todas ficaram fora das capitais.

Há dias, a notabilíssima Agência Europeia de Segurança Marítima, com apetecível missão técnica e científica, inaugurou a sede em Lisboa. É caso para dizer, parabéns, Lisboa. Renovo, porém, dúvidas de 2004. Por que razão se cometeu, de raiz, à nascença, mais um genuíno acto concentracionário? Não haveria, entre nós, outras cidades que reunissem requisitos de mar, porto, universidade? Questão política, esta, que magoa governantes, primeiro Guterres, depois Barroso, depois não sei mais quem. As explicações para a escolha foram frouxas, rudimentares, evasivas, estavam já encalhadas no belo estuário. Releio, a propósito, ‘Portugal, país macrocéfalo’, 1966. O livro mereceria uma adenda, 40 anos volvidos, em jeito de espantosa confirmação das tendências que o jornalista Silva Costa desnudou aos olhos do regime, estava Salazar para partir, Marcelo para chegar.

In Expresso, Miguel Cadilhe

Acesso à Net a 100 Mb na rede PT em 2007

A Portugal Telecom vai disponibilizar, nos primeiros meses de 2007, largura de banda de 100 Mb, informou a empresa em conferência de imprensa hoje realizada em Aveiro.

Através da PT Inovação, a operadora encontra-se, de momento, a desenvolver o projecto, «inovador a nível mundial», de acordo com a empresa, com o objectivo de potenciar o par de cobre da tradicional linha telefónica.

A iniciativa inclui o desenvolvimento de um módulo que permitirá «dotar as casas do cidadão comum com uma velocidade de acesso à Internet cerca de cinco vezes maior que a melhor oferta comercial actual», acrescenta a empresa em comunicado.

O projecto incide sobre uma tecnologia chamada VDSL2, ainda em fase de normalização internacional, e está em andamento há vários meses nos laboratórios da PT Inovação, em Aveiro, prevendo-se que os primeiros protótipos possam estar disponíveis ainda no decurso do mês de Outubro.

A PT informou ainda que, «até ao final do corrente ano, todo o sistema deverá estar estabilizado, do ponto de vista da tecnologia, prevendo-se que as primeiras unidades comerciais possam ser lançadas para o mercado no decurso dos primeiros meses de 2007.»

As novas unidades vão permitir alargar o conceito de Triple Play (dados, voz e vídeo) sobre a linha telefónica para o de Multi Play, em que será possível aceder, em simultâneo, a vários canais de TV, diversos video-on-demand e a um número ilimitado de outras aplicações, como tele-trabalho, vídeo-chamadas, vídeo-vigilância, controlo domótico ou jogos em rede, sobre a linha telefónica actual.

in SOL

Em que medida deve a PRODUÇÃO de serviços de comunicação e informação continuar centralizada nas áreas metropolitanas?

"O Portugal que vence a crise!"

A edição de ontem da revista Visão escreve sobre o Portugal que está a reagir positivamente ao actual momento de crise.
Os diversos exemplos indicados são reveladores de mérito e coragem dos seus actores, mas porventura ficou de fora o principal instrumento de combate à crise económica portuguesa: A deslocalização de empresas para o interior do país.

Qualquer pequeno e médio empresário sabe o que aqui já se escreveu: Em valores anuais, empregar 10 pessoas em Lisboa custa 150.000 euros (sector terciário) aos quais acresce o valor das instalações que estimo em 15.000 euros. No interior esse valor desce para 85.000 euros de custos com pessoal e de 2500 euros (15% do valor nas grandes cidades) com instalações. Isto é, 87.500 euros contra 165.000 euros.

Estou a ocultar propositadamente os incentivos que os municipios das regiões de Baixa Densidade oferecem aos empresários, porque varia consoante os objectivos estratégicos de cada uma dessas regiões. Posso no entanto adiantar que entre os incentivos comuns está a preferência na entrega de contratos de prestação de serviços a essas organizações e a cedência temporária de instalações e/ou terrenos para a actividade dessas organizações.


Obviamente que esta tendência está a ocorrer fundamentalmente em empresas prestadoras de serviços, cuja "produção" não está condicionada à proximidade fisica do seu mercado, por estar operacionalizada sobre a rede de banda larga.

A provar o exposto está o serviço de reexpedição de correspondência dos CTT. Crescem de forma galopante os contratos de reexpedição de correspondência a partir de Lisboa para o interior do país.

Mas mais importante do que tudo o que se escreveu, está a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores.

Áreas Rurais de Baixa Densidade

O Prof. António Covas da Universidade do Algarve sintetizou a problemática das Áreas Rurais de Baixa Densidade, no âmbito do 1º Encontro Nacional sobre esta problemática. Um texto a não perder.

Ainda do mesmo autor, segue a transcrição do texto "O espaço rural: de espaço produtor a espaço produzido"

À medida que a cadeia de valor alimentar se foi afastando da matéria-prima agrícola, isto é, à medida que a industria e a cidade foram determinando o ciclo de vida da produção alimentar, a produção teórica da economia rural deixou de falar de espaço rural como um espaço-produtor para falar dele, cada vez mais, como um espaço- produzido. É certo que a actividade agrícola e florestal ainda delimita a paisagem dominante, mas o mundo rural é, hoje, um palco imenso onde se desenrolam todas as representações do mundo actual, das mais paroquiais e populares às mais cosmopolitas e sofisticadas. Em boa verdade, trabalhamos mais com representações do mundo rural, quase todas de proveniência e inspiração urbanas, do que com o “mundo rural propriamente dito”. Estas representações alimentam, de resto, a produção teórica sobre o mundo rural por via de binómios, dualidades e polarizações, em redor dos quais redesenha, ela também, novas representações da “dita realidade”. E, paradoxalmente, ou talvez não, são estas mesmas representações, práticas e teóricas, que criam as novas procuras e os mercados emergentes que atravessam, hoje, em todas as direcções, o espaço rural, matéria-prima de que o “marketing” territorial se apropria para fazer a sua particular estratégia de publicidade e comunicação.
Assim, os urbanos criaram, em primeiro lugar, a dualidade urbano-rural para marcar a superioridade do seu modelo industrial e do seu território urbano ou para se auto- convencerem dessa superioridade. Hoje, após décadas de artificialização do seu insustentável habitat urbano, recriam uma imagem idílica e nostálgica do mundo rural que já não existe. Não é por acaso que se fala, hoje, de agricultura urbana e de hortas sociais ou comunitárias, a lembrar a antiga cintura saloia das grandes cidades.
Do binómio/dualidade em redor dos territórios passámos para a polarização em redor dos produtos. Em pano de fundo, os produtos frescos e as suas sucessivas transformações, um “claro sinal de progresso”. Os acasos do progresso e os acidentes de percurso têm explicado, mal ou bem, as repetidas crises alimentares mas não evitam a polarização da discussão em redor do conceito de segurança alimentar/rastreabilidade dos produtos, logo surgindo, associado a este, o binómio agricultura convencional- agricultura biológica.
Mais recentemente, e na mesma linha de raciocínio, a polarização centra-se sobre os valores naturais intrínsecos, sobre a conservação e a biodiversidade dos recursos naturais, em redor de uma acepção larga do binómio agricultura-ambiente.
Cada uma destas abordagens cria a sua própria verdade, mas, também, o seu arsenal de “propaganda”, ideias simplistas e imagens desfocadas sobre “o seu” mundo rural.
Temos, assim, um mundo rural que é uma espécie de campo de forças em busca de um novo equilíbrio, se quisermos, uma espécie de” não-modelo”, em que nenhuma das representações ainda se tornou maioritária para assentar uma nova realidade agro-rural.
Estamos, portanto, numa situação transitória, num momento de mudança, em que os valores específicos da ruralidade, mais tradicionais ou mais modernos, são objecto de apropriação por actores muito diversos que os usam para estratégias muito variadas que, para simplificar, podemos apelidar de “marketing comunicacional”. Não vamos discutir, aqui e agora, a bondade ou maldade destas estratégias de apropriação levadas a cabo por interesses diversos, desde os mais comerciais até aos mais culturais. O que importa realçar, nesta altura, é a evidência de que o espaço rural se transmutou de espaço- produtor em espaço-produzido. Esta transmutação, feita essencialmente por agentes citadinos ou urbanos, significa umas vezes verdadeira modernização agrária, outras vezes turistificação vinícola, oleícola ou cinegética, outras vezes, ainda, simples elemento decorativo para “happenings” cosmopolitas, aproveitando a amenidade de uma barragem, de um rio ou outra linha de água. Tudo isto, para além, obviamente, do “folclore local” que vende ao passante de ocasião os “produtos típicos” da região.
Quer dizer, estamos em plena fase de artificialização do espaço rural, espaço reconstruído a partir de elementos exteriores de proveniência muito diversa, que se combinam com a paisagem rural para fazer uma espécie de decoração de interiores, ao sabor da imaginação comunicacional, publicitária e comercial dos seus promotores.
Todos os dias os meios de comunicação social nos fazem chegar estas incursões urbanas em meio rural, como casos de “sucesso fulgurante”, devidamente acompanhados de elementos publicitários que visam passar a imagem da moda, a saber, a sábia combinação do tradicional e do moderno.
O que se lamenta, nesta trajectória, não é a quantidade e a qualidade destas incursões urbanas em meio rural, que muitas virtudes terão, mas, antes, a ausência quase absoluta das associações científicas, técnico-profissionais e sindicais do mundo agro-rural que se demitiram de ter voz própria sobre os problemas que o afectam. Fica-se com a sensação de que a subsídio-dependência dos últimos vinte anos envergonhou de vez os representantes do sector agrícola e do mundo rural e que a distorção de imagem assim produzida teima em persistir. O mesmo acontece com o mundo universitário e politécnico na área das ciências agrárias e da economia e sociologia rural que perdeu alunos e públicos, nos últimos anos, ao nível das formações inicial e contínua. Já para não referir a própria a instituição política “Assembleia da República” que acabou com a comissão parlamentar de agricultura, sem um único gemido que se ouvisse por parte do mundo rural. E, no entanto, apesar de todas as dificuldades, o mundo rural volta a estar na moda, como, de resto, é fácil de constatar na comunicação social.
O tempo que vivemos é de um silêncio ensurdecedor. Aguarda-se uma nova distribuição de subsídios. Ninguém está interessado em causar muita turbulência. Atenção que o espectáculo vai continuar.

5 Anos



Será a "TOLERÂNCIA" uma atitude fundamental à sobrevivência do nosso planeta?!
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