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País macrocéfalo

O concentracionismo é o entorse que o crescimento, a eficiência e a acumulação fazem ao desenvolvimento

O concentracionismo é o que é. É entorse que o crescimento, a eficiência e a acumulação fazem ao desenvolvimento. Uma entorse que os políticos têm o dever de contrariar, como o demonstra esta história cativante. A UE criou dez agências em dez países. Quase todas ficaram fora das capitais.

Há dias, a notabilíssima Agência Europeia de Segurança Marítima, com apetecível missão técnica e científica, inaugurou a sede em Lisboa. É caso para dizer, parabéns, Lisboa. Renovo, porém, dúvidas de 2004. Por que razão se cometeu, de raiz, à nascença, mais um genuíno acto concentracionário? Não haveria, entre nós, outras cidades que reunissem requisitos de mar, porto, universidade? Questão política, esta, que magoa governantes, primeiro Guterres, depois Barroso, depois não sei mais quem. As explicações para a escolha foram frouxas, rudimentares, evasivas, estavam já encalhadas no belo estuário. Releio, a propósito, ‘Portugal, país macrocéfalo’, 1966. O livro mereceria uma adenda, 40 anos volvidos, em jeito de espantosa confirmação das tendências que o jornalista Silva Costa desnudou aos olhos do regime, estava Salazar para partir, Marcelo para chegar.

In Expresso, Miguel Cadilhe
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