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“Apaixonei-me pela agricultura e pelos produtos locais”

Pode ter sido pelos piores motivos que o empresário Mark Kunz chegou a Serpa para “viver temporariamente”, mas foi pelos melhores que resolveu ficar. E foi exactamente no Alentejo, território pelo qual se apaixonou, que decidiu então investir e fez nascer, no Monte das Louzeiras, a marca GOTA.

“Em 2004, por motivos de saúde vim viver temporariamente para Serpa, foi nessa altura que pela primeira vez tomei contacto com as pessoas, hábitos e cultura da zona. Fui viver para a Serra de Serpa, sendo lá que, através dos agricultores habitantes da zona, aprendi as primeiras palavras em português, foi através deles que me apaixonei pela agricultura e pelos produtos locais”, recordou o empresário suíço.

Confrontado com o que de melhor se produz no Alentejo, Mark Kunz revelou que foi “batizado com cálice de ouro” em relação à qualidade dos produtos portugueses, de tal forma que, apesar da sua formação ser na área da arquitetura e design, surgiu a ideia de investir e valorizar esses produtos da terra, desde os azeites e vinagres ao mel, passando mesmo pelo setor da cosmética.

GOTA quer mostrar que “é possível uma melhor e mais diversificada” utilização dos produtos

Certo de que a tradição e a modernidade podem andar de mãos dadas, Mark Kunz manteve desde o arranque da empresa o respeito pela ancestralidade das suas origens, o Alentejo, mas apostando numa imagem atual. “Como a minha outra área é o design, é para mim um prazer aliar a qualidade do produto a uma imagem forte, até porque a tradição e a modernidade não conflituam, antes pelo contrário, completam-se. Queremos tornar o exterior mais apelativo ao consumidor sendo que o interior, por si só, já é de excelência”.

Assim, no que diz respeito ao desenvolvimento dos produtos GOTA e MONTE DAS LOUZEIRAS, a ideia foi apostar na inovação, “conjugando matérias-primas de excelência a uma nova tipologia de procura, designadamente na cosmética e nos vinagres, por exemplo”.

Explicando que a empresa tem dado também grande atenção às potencialidades terapêuticas de alguns produtos, como é o caso do azeite, que está a ser aliado com óleos essenciais naturais para utilizar na cosmética, Mark Kunz sublinhou que o objetivo é “mostrar que é possível uma melhor e mais diversificada utilização destes produtos”.

As vantagens do interior…

Apesar de reconhecer que podem existir dificuldade em termos de burocracia, o empreendedor acredita que existe vantagens no investimento no interior. “Há espaço, há qualidade de vida, há pessoas, há proximidade entre as entidades, facto que ajuda a resolver as situações e aqui somos tratados como pessoas e não como números”.

“As entidades locais ajudam e apoiam na instalação de empresas e projetos, porque estamos todos a trabalhar para o mesmo, para a criação de emprego, para a dinamização da economia, contribuindo para atenuar a tendência de despovoamento”, testemunhou frisando que “atualmente a questão da localização já não se coloca da mesma forma, porque as acessibilidades rodoviárias são boas e a internet facilita os contactos, sendo que já não existem distancias que não possam ser superadas com um clique”.

Quanto ao futuro, o objetivo é continuar a crescer porque “há muito para fazer” num setor que “tem fortes potencialidades”. “Vamos produzir vinho em talha de barro, vamos construir uma adega e um lagar que possa dar resposta a todas as solicitações, vamos continuar a trabalhar nos produtos inovadores e na imagem de todos os nossos produtos”, concluiu Mark Kunz.
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