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Apoiamos a instalação de negócios em territórios rurais

Plano Tecnológico: Zorrinho desenho dos principais clusters portugueses pronto no final do ano

O coordenador da Estratégia de Lisboa, Carlos Zorrinho, espera ter até ao final do ano um "esboço" das principais apostas da economia portuguesa para os próximos anos e dos `clusters` com potencialidade para se tornarem pólos competitivos.

"Ambicionamos ter o desenho da grande matriz da economia portuguesa pronta até ao final do ano", disse Carlos Zorrinho, durante um almoço com jornalistas sobre o novo ciclo da Estratégia de Lisboa (2008-2010).

Carlos Zorrinho lembrou que a regulamentação para a estratégia de eficiência colectiva "está na sua fase de finalização", pelo que espera "ter definidos quais os principais `clusters` e sectores com ambição de se formar como pólos competitivos" à escala global.

O sector da Energia e o do Turismo são alguns dos sectores a que Zorrinho reconhece "particulares competências e capacidades óbvias" para que Portugal se afirme globalmente como pólo competitivo, mas a área da saúde tem também potencialidade.

"Sabemos que o sector da saúde se está a organizar no sentido de criar um plano de acção que lhe permita qualificar-se como um pólo de tecnologia", exemplificou.

De acordo com o Zorrinho, o objectivo do governo é "facilitar dinâmicas na sociedade civil em cinco ou seis áreas, para se afirmarem como pólos competitivos".

"Os sectores automóvel, aeronáutico, da moda, têxtil e do calçado também podem ser competitivos. O jogo neste momento não está fechado, está aberto. Não queremos à partida limitar que ocorram dinâmicas da sociedade civil, nem nos podemos auto-limitar", disse.

Relativamente ao plano tecnológico, o responsável sublinhou que "está em velocidade de cruzeiro", fruto de uma maior exigência dos cidadãos e concorrência entre empresas e adiantou que os planos tecnológicos da Justiça, Saúde, Redes e Estruturas já estão em elaboração, sem contudo avançar pormenores.

Mas um dos maiores desafios nos próximos meses "é preparar o país para aproveitar a onda de recuperação a nível internacional" assim que a conjuntura internacional melhorar, defendeu.

Por outro lado, para a Europa, Zorrinho defendeu sobretudo a necessidade de alcançar em 2010 a liderança "numa área-chave em termos globais": a das alterações climáticas e energia.

"A nossa agenda é a do pós-petróleo, pós-biocombustíveis, é a das energias renováveis, de nova geração. O facto de limitar as emissões à indústria europeia pode diminuir um pouco a competitividade nos primeiros anos, mas no futuro pode lançar uma nova indústria das energias alternativas", disse.

Questionado sobre a aprovação do princípio de uma União para o Mediterrâneo, que incluirá os Estados-membros da União Europeia e os estados costeiros que não fazem parte dela, Zorrinho é peremptório: "Se se tratar de uma acção concertada do ponto de vista político e económico, com uma vertente comunitária forte, esta é claramente a dimensão externa da Estratégia de Lisboa e a primeira experiência concreta".

JMG

in RTP, LUSA/FIM

“Memória e Criatividade são duas faces necessárias ao desenvolvimento durável" Gonçalo Byrne, Arquitecto

Consumismo e endividamento

Um número significativo de portugueses, obcecados pelo consumo, vive em situação de sobreendividamento ao longo de toda a vida

Nas duas últimas décadas o consumismo tornou-se uma doença em Portugal, levando a um endividamento recorde das nossas famílias. Na zona Euro apenas a Holanda nos supera no grau de endividamento dos particulares, ao mesmo tempo que a dívida das empresas atingiu o nível mais elevado dos países da zona, fazendo do endividamento um problema preocupante do nosso país.

Em menos de duas décadas, o peso das dívidas no rendimento disponível passou de 19,5% em 1990 para 124% em 2006, enquanto a taxa de poupança caiu de quase 20% para 8,3% apenas: a mais baixa da União Europeia.

O fenómeno não é só nosso, verificando-se também em países ricos como os EUA, a Inglaterra e a Holanda, e bem assim em Espanha; mas tornou-se particularmente preocupante entre nós. Uma parte muito elevada do endividamento das famílias portuguesas consiste em crédito hipotecário para pagar a habitação, mas o crédito ao consumo representa também uma porção importante. E, à semelhança do que sucede no país vizinho, um número significativo de portugueses, obcecados pelo consumo, vive em situação de sobreendividamento ao longo de toda a vida.

Como nota Octávio Uria, professor de Sociologia da Universidade Juan Carlos de Madrid, muitas famílias endividam-se hoje sem necessidade imperiosa, e apenas para satisfazer o desejo de possuir bens a que antes não tinham acesso e que pensam que lhes dão uma melhor posição social. Antes, estes casos eram raros, mas hoje, especialmente nas gerações mais jovens, a ânsia de comprar tornou-se uma autêntica doença ou «addiction», como a droga, a que não resistem, e que as leva a adquirir sem se pôr o problema de saber como vão pagar, fazendo simplesmente aumentar o volume de crédito malparado. Em Espanha, cerca de metade dos jovens consome em excesso, sem se preocupar em poupar, recorrendo ao crédito para depois passarem a vida num estado permanente endividamento.

Não dispomos de dados semelhantes para o nosso país, mas aqueles que possuímos mostram também que há cada vez mais gente nessa situação. Como alguém disse, já se não constroem catedrais, mas multiplicam-se os centros comerciais, ou templos do consumismo, que constituem cada vez mais lugares de atracção, sob a pressão de uma publicidade agressiva e por vezes enganadora!

in EXPRESSO, Valentim Xavier Pintado, Professor da FCEE- Católica

Fujitsu cria 300 empregos qualificados

Empresa japonesa expande em 2008 centro de atendimento de Lisboa que dá suporte a 106 países e 13 línguas
A Fujitsu Services vai investir 10 milhões de euros em 2008 na ampliação do Centro de Competências de Service Desk de Lisboa que vai passar dos actuais 200 para 500 colaboradores. A parte de leão deste investimento (80%) será canalizado para melhoria de recursos humanos, incluindo salários, formação, recrutamento e gestão, sendo o restante aplicado na adaptação das actuais instalações do Green Park em Lisboa.

Em cada um dos anos subsequentes a empresa projecta investir mais 4,2 milhões de euros na formação contínua e desenvolvimento de competências específicas. “Vamos criar valor e formar quadros de elevada qualificação tecnológica”, considera Andrew MacNaughton, director-geral da Fujitsu Services para a EMEA (Europa, Médio Oriente e África).

O centro da Fujitsu em Lisboa presta serviços de suporte nas áreas de aplicações e infra-estruturas de tecnologias de informação a cerca de 40 mil utilizadores (em 13 línguas de 106 países), de grandes empresas como a Reuters ou a BP. Para assegurar uma cobertura 24 horas por 7 dias da semana, funcionará em articulação com centros Fujitsu da Malásia e dos EUA. “As equipas são polivalentes e de diversas nacionalidades, devendo a equipa portuguesa representar cerca de 80%”, refere Andrew MacNaughton, director-geral da Fujitsu Services para a EMEA (Europa, Médio Oriente e África), adiantando que têm sido recrutados muitos emigrantes portugueses de segunda geração que têm a vantagem de ser fluentes na língua do país de acolhimento. “O domínio da língua é fundamental de forma a conseguirem uma compreensão e resolução rápida dos problemas dos utilizadores”, salienta o dirigente da Fujitsu Services.

Além da apetência dos portugueses para falar diversos idiomas, a escolha do nosso país para instalar este centro «nearshore» (deslocalização para perto, por oposição ao «offshore», para a Índia ou China) deve-se, segundo Andrew MacNaughton, ao custo mais reduzido da mão-de-obra portuguesa e à sua capacidade em “ integrar rapidamente equipas de trabalho”. E também destaca a “proximidade geográfica com os grandes centros de decisão europeus” e o “forte alinhamento cultural”. Até agora, os centros de suporte da Fujitsu situavam-se na Holanda, sendo a estratégia da empresa apostar em Portugal e na Irlanda do Norte, por ser o local escolhido para a prestação de serviços à Administração Pública do Reino Unido (a qual não vê com bons olhos a deslocalização de serviços públicos para países terceiros). Entretanto, a empresa estuda uma terceira localização no Leste europeu.

Andrew MacNaughton refere, por outro lado, que o «nearshore» está a recuperar terreno ao «offshore». “Alguns centros de «helpdesk» que tinham sido deslocalizados para a Índia estão a voltar para a Europa pelo facto de os indianos, apesar de serem fluentes em língua inglesa, terem um sotaque que muitas vezes não é entendido pelos britânicos”.

Por outro lado, Andrew MacNaughton mostra-se agradado com o desempenho comercial da subsidiária portuguesa da Fujitsu Services, que tem ganho importantes contratos na área do retalho e da Administração Pública. Embora manifeste preferência pelo crescimento orgânico, não descarta a possibilidade de acelerar a expansão em Portugal através de alguma aquisição táctica, a exemplo do que aconteceu recentemente na Alemanha com a aquisição da TDS e em França com a compra da GFI. “Temos tido um crescimento médio nos últimos três anos de 17%, sendo 12% orgânicos e os restantes 5% por aquisições”, refere.

Sobre as tendências actuais do mercado, o director-geral da Fujitsu EMEA observa que o crescimento do BPO (Business Process Outsourcing, ou externalização de processos de negócio) na Europa está aquém das expectativas dos analistas. “É no «outsourcing» de tecnologias de informação que observo mais oportunidades”, observa, considerando que em Portugal o mercado vai expandir-se no sector bancário como resultado de eventuais consolidações e também na área da saúde.

in Expresso, João Ramos

APOSTAR NAS PESSOAS

80%
dos 10 milhões que a Fujitsu Services vai investir em Portugal em 2008 serão gastos nos recursos humanos, nomeadamente na qualificação e valorização das competências dos 500 colaboradores

Atocha


Foi há quatro anos.

Chegou a Quarta Vaga

Alvin e Heidi Toffler dizem que definir o que é ‘ser humano’ vai ser a questão mais polémica

“Saber o que significam as palavras Ser Humano” será o grande desafio que temos pela frente. Esta é a opinião do futurista Alvin Toffler, que esteve esta semana em Lisboa, acompanhado da sua inseparável mulher e companheira intelectual Heidi, a convite da Ordem dos Biólogos para discutir a importância da bioeconomia - uma nova realidade “que faz parte de uma quarta vaga de transformação da sociedade e da economia”.

Conhecido por ser um antecipador de mudanças que vão ocorrer, Toffler é um visionário, que nos anos 70 do século passado já afirmava que o mundo ia ser controlado por computadores quando ninguém falava de «bites» e «bytes». A Toffler se deve, por exemplo, a antecipação do declínio da vida familiar, da aceleração do ritmo de vida, da diversificação de informação, do medo do terrorismo, da procura de micronichos - que substituirão os mercados de massa.


A era da diversidade

Em entrevista ao Expresso, o autor de a ‘A Revolução da Riqueza’ (2006) volta a surpreender. Aos 79 anos, com um invejável espírito aberto e global, fala com muita lucidez não só do presente mas sobretudo sobre o futuro. Um futuro onde “a economia não pode ser separada dos factores sociais, políticos, culturais e religiosos” e que, na sua opinião, será marcado pela grande diversidade de escolhas, de famílias, de produtos. “Caminhamos cada vez mais para uma era marcada pela diversidade”, diz este analista que considera que “existe uma série de assuntos intermédios que vão estar na nossa agenda nas próximas décadas, tais como a energia e o desafio da religião”.

Porém, o grande desafio que vamos ter recairá na nossa escolha sobre o que significam as palavras ‘Ser Humano’. “Temos tecnologias, aplicações e outros factores que vão colocar em causa a nossa definição sobre o que isso é. E eu acredito que vai dar origem a confrontos globais sobre o uso das tecnologias, que podem na verdade mudar as características das nossas espécies. Isso é a maior batalha que vamos atravessar”.

Numa outra escala de inquietude vem ainda a dessincronização das instituições que fará com que o progresso económico esteja a ser comprometido. Segundo os Toffler, “não podemos ter uma revolução tecnológica sem ter uma revolução social e estrutural”. O que está a acontecer, segundo este casal, é que os modelos institucionais que mantinham a sociedade coesa na fase da era industrial estão a cair e os sistemas burocráticos estão a ser postos em causa.

Autor de ‘O Choque do Futuro’ (1970) , diz que ‘A Terceira Vaga’ (1980) é o livro mais importante que escreveu. Considerado por vários organismos ocidentais como “o futurista mais influente do mundo”,

Toffler é também uma referência no mundo asiático. Na China, por exemplo, está na lista dos 50 homens mais influentes. País onde o seu livro ‘O Choque do Futuro’ é a segunda obra mais vendida de sempre, só perdendo para os discursos do político reformador Deng Xiaoping.

Para terminar, o visionário fala da importância de entendermos as actuais crises (da educação à saúde) de forma interligada e deixa uma crítica aos candidatos à Casa Branca: “Nenhum diz que as crises estão interligadas”, mas confessa que votará em Barak Obama.

Mafalda Avelar


"

Os chineses têm uma política clara e correcta. Entendem a diferença entre a segunda vaga da economia industrial e a terceira vaga da economia do conhecimento e estão a ser capazes de ter as duas ao mesmo tempo.

O grande desafio é saber res- ponder à questão: Quem é que é humano e quem é que não pode ser definido como huma- no por causa da tecnologia e das mudanças genéticas.

O que acontece é que temos empresas que correm e insti- tuições que andam muito devagar e que estão a deitar abaixo a produtividade da economia.

Em termos de educação é esperado que as escolas preparem os jovens para vidas produtivas; mas enquanto os negócios mudam muito rapidamente as escolas mudam muito muito devagar.

O que se está a passar com as novas tecnologias é que o conceito de sociedade de massas está a ficar desactualizado. Na verdade, as pessoas estão a ficar cada vez mais diferentes.

in Expresso

Valores: a cidadania adormecida


No próximo fim-de-semana, cem jovens com menos de 45 anos vão debater, a bordo de um barco que subirá o Douro, sete grandes desígnios para Portugal. O Expresso começa hoje a revelar os documentos, que depois serão entregues a Cavaco Silva

No séc. XIX, no apogeu do Império Britânico, era habitual dizer-se que o Parlamento inglês poderia fazer tudo menos transformar um homem numa mulher. Entre nós, só a partir de 1969 a mulher pôde transpor qualquer fronteira sem autorização escrita do marido.

Na década de oitenta, o então primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro tinha o estigma de ser divorciado. O que mudou, primeiro lenta e depois cada vez mais rapidamente, para que o que antes era errado e impossível seja hoje apenas normal?

O sentido e percepção do tempo, a evolução técnica, a globalização, a fragmentação do colectivo, a diluição da autoridade e o relativismo axiológico, são algumas das respostas imediatas que, contudo, não preenchem a ausência de sentido ou diminuem o vazio que vai alastrando pela sociedade, transformando de forma cada vez mais profunda os nossos dias.

Confrontamo-nos hoje com percepções, discursos e racionalidades distintas entre si, as quais criam e promovem no mesmo tempo e espaço várias representações, imagens, linguagens, percepções e valores alegadamente não hierarquizáveis. A imposição externa (religiosa, estadual ou colectiva) de valores coerentes e congruentes fragmentou-se, e o colectivo deu lugar ao primado, cada vez mais subjectivo e autónomo, do eu individual todo-poderoso.

Se esses resultados foram positivos, como se demonstra nos exemplos indicados, tiveram também consequências nefastas. Compartilhamos hoje um espaço que aparentemente vive dominado pelo império do lucro económico imediato e desigual. Esta é, também, a primeira era em que a beleza, a verdade e a justiça não existem como entidades aglutinadoras e verticais, mas apenas como algo parcelar, aprendido, formulado e hierarquizado por sistemas próprios de referências e valores, tão distintos e autónomos entre si como cada uma das liberdades do indivíduo.

Mas se cada cidadão é, só por isso, livre de agir e de “conformar o seu mundo”, essa mesma liberdade de acção pressupõe que seja responsável pelos seus actos, perante si próprio, perante os outros e perante a comunidade onde se integra e na qual exerce a sua liberdade, à qual, por tudo isso pertence inelutavelmente. Somos, por isso, nós com e para os outros.

Nesta nova ordem socioeconómica multicêntrica, construída num quadro de conflitualidade próprio das democracias modernas, o desafio está em encontrar um postulado intercultural, com pluralismo ideológico e religioso que possa sedimentar uma co-existência construtiva eticamente fundada.

Um debate sedimentado e pluridisciplinar é a única alternativa para a reflexão que deve preceder o discurso e a acção.

Um dos caminhos será a procura do valor como espaço simbólico fundado num discurso convincente e por isso aglutinador.

Outro, a reformulação e neocontextualização das virtudes cívicas da justiça, temperança, tolerância, harmonia e equidade.

Uma terceira via seria simplesmente substituir esses conceitos pela pura eficácia ou racionalidade económica.

Contudo, a história ensinou-nos, depois de Nuremberga, que a pura racionalidade utilitária pressupõe e exige uma delimitação baseada em critérios fundamentais, inalienáveis, que não se esgotem no imediato e útil, mas que salvaguardando o indivíduo potenciem também a coesão social.

Se tudo já foi dito, tudo foi feito e nada mais resta do que a “perpétua agonia da indecisão individual”, valerá a pena a discussão, o simples gesto de começar o caminho descruzando os braços e levantando os olhos para lá de cada espelho. Talvez sim se, além dos grandes princípios, mas com base neles, procurarmos as simples boas práticas e concretizarmos os pequenos nadas que, juntos entre si, podem transformar muitos quotidianos. Afinal, o mesmo tijolo que hoje eleva os muros que nos vão separando, pode ser removido para abrir algumas janelas, construir pontes e talvez trazer algum equilíbrio à nossa triste e bela cidade, suavemente adormecida.

in Expresso, Paulo Duarte Teixeira, Juiz de Direito e Coordenador do Grupo Valores do ‘Novo Portugal - Opções de uma geração’

A língua portuguesa é misteriosa.




Parece contradizer a opinião generalizada dos linguistas, segundo a qual a relação entre a palavra e o seu significado é perfeitamente aleatória. Isto é, de acordo com a ciência da língua, não há razão nenhuma para chamarmos "pedra" a uma pedra. Mas imaginemos esta circunstância: após dias e dias de navegação, em que apenas temos por companhia o mar e o céu e nada mais, eis que surge, de repente, no horizonte, uma ilha. Qual é a nossa reacção perante esta inesperada visão? O que é que eu vi no mar? (NO) MAR VI (A) ILHA. Juntemos as palavras: MAR-VI-ILHA. Não terá nascido de uma visão detas a palavra portuguesa MARAVILHA? Haverá maravilha maior do que ver surgir, de repente, no mar, uma ilha? Então, o significado da palavra MARAVILHA não é aleatório. Há uma razão para que essa palavra significa aquilo que significa. Foi prestando atenção a estes mistérios da língua portuguesa que descobrimos a esência da Região Centro de Portugal. O que é que caracteriza a Região Centro de Portugal? O que é que têm em comum a Guarda e Castelo Branco? Viseu e Aveiro? A Covilhã, Leiria e Coimbra? Não há em todo o País uma região tão diversificada, ao ponto de Jaime Cortesão ter afirmado que, nas três Beiras, estão todas as paisagens do País. A Região Centro é um mosaico de paisagens, de pessoas, de subculturas. E, não osbstante, a língua portuguesa revela-nos, há séculos um elemento comum a todo o Centro, que é pertença desta Região mais do que qualquer outra do País. Que elemento comum é esse? O que está no centro da palavra Portugal? POR-TU-GAL TU
TU - o indivíduo, a pessoa, o sujeito. Não a massa anónima que se concentra nas grandes cidades, mas a pessoa individual descrita por Sá de Miranda como, "homem de um só parecer, um só rosto e uma só fé, dantes quebrar que torcer". O que há em comum, no meio da aparente diversidade que caracteriza a Região Centro de Portugal, é este "TU", que está exactamente no Centro da própria palavra "Portugal" e que aponta para a importância decisiva e inultrapassável da pessoa que habita nesta região. Esta coincidência serviu de base para todo o trabalho de criação da Marca "Regão Centro". Sublinhar a importância da pessoa significa colocar, pela primeira vez, no decurso evolutivo que o nosso País vem empreendendo nos últimos anos, o valor da pessoa acima do valor da obra - indicando claramente que a obra só vale se tiver as pessoas por destinatários - e, neste particular, a Região Centro é percursora de uma nova mentalidade que poderá ter importantes consequências para todo o país. Numa primeira fase, foi lançado o conceito "TU ÉS O CENTRO" e a assinatura da Região "A REGIÃO SÃO AS PESSOAS" numa Campanha Institucional que teve início nos últimos dias de Maio. Como é que este conceito pode ser aplicado aos mais diversos temas que, ao longo do tempo, farão eventualmente parte das múltiplas acções de dinamização da Região? Uma segunda Campanha - especialmente destinada a promover o investimento na Região, atraindo empreendedores e quadros, é um primeiro exemplo das virtualidades de exploração do conceito atrás referido. Neste caso, o conceito exprime-se desta forma: TU FAZES O NOVO CENTRO

Glocal: Projecto que permitiu criar 56 empresas no Vale Douro Norte vai ser exportado para a Polónia e Cabo Verde

Vila Real, 23 Fev (Lusa) - O projecto Glocal, uma iniciativa que já ajudou a criar 56 pequenas empresas no Vale Douro Norte, vai ser "exportado" para a Polónia e Cabo Verde, disse hoje à Lusa, em Vila Real, a sua coordenadora.

Segundo Cristina Coelho, o projecto é também um dos parceiros do Governo português na recuperação urbanística e reinserção urbana de dois bairros críticos da capital, o da Cova da Moura e o do Vale da Amoreira, que está hoje a ser apresentada em Lisboa.

Quando Cristina Coelho arrancou com o Glocal - Empresas Locais com Orientações Globais, em 2002, estava longe de imaginar o sucesso do seu projecto e a sua internacionalização, que se vai concretizar já este ano.

O reconhecimento europeu da iniciativa chegou em Outubro, com a atribuição do Prémio Europeu para a Iniciativa Empresarial, no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia.

O Glocal pretende facilitar a criação de pequenas empresas e de novas oportunidades de emprego, disponibilizando um conjunto de serviços e metodologias, desde o Sistema de Microcrédito para o Auto-emprego e Criação de Empresas (SIM) ao "Programa de Mentores Voluntários" e o "Sistema de Apadrinhamento".

A eficácia do projecto, no âmbito do qual foram criadas 56 empresas, entre 2002 e 2007, nos municípios do Vale do Douro Norte, vai levar à sua exportação para alguns países do Leste Europeu, como a Polónia, ou africanos, como Cabo Verde.

"Estamos a fazer planos de acção, a preparar os projectos e a sua adaptação a outras realidades", afirmou Cristina Coelho.

Acrescentou que o produto foi concebido para o Vale do Douro Norte, um território com características fortemente rurais, com uma forte aposta nos produtos endógenos e onde as pessoas se conhecem e confiam umas nas outras.

Na Polónia, que poderá servir de ponto de partida para a disseminação do Glocal por outros países de Leste, o projecto vai começar por ser implementado numa região-piloto.

Numa ilha de Cabo Verde vai ser dado o arranque da iniciativa naquele país africano, onde o Glocal foi recentemente convidado a integrar uma parceria com vista à promoção e apoio ao empreendedorismo.

Em finais de 2007, foi a vez do Governo português convidar a Glocal a integrar um projecto de qualificação e de reinserção urbana dos bairros críticos de Lisboa, que está a avançar com dois bairros-piloto, nomeadamente da Cova da Moura e do Vale da Amoreira.

O Glocal é um dos parceiros de uma comissão interministerial criada para o efeito e está já, segundo Cristina Coelho, a trabalhar num plano de acção direccionado para aqueles bairros.

"Este conjunto de soluções que nós concebemos e que temos formatadas para poderem ser vendidas e disseminadas por outros espaços, podem ser perfeitamente adaptáveis a essas regiões", salientou.

O secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, João Ferrão, apresentou hoje na Cova da Moura e no Vale da Amoreira o projecto de recuperação urbanística daqueles dois bairros.

Mais de sete milhões e meio de euros vão ser investidos na Cova da Moura (Amadora) e no Vale da Amoreira (Moita), num projecto de recuperação urbanística e integração socioeconómica dos moradores coordenado pelo Instituto de Habitação.

A iniciativa envolve oito ministérios, bem como outras entidades governamentais e não governamentais, de base nacional, regional e local, num total de mais de 90 entidades, entre as quais o Glocal.

Cristina Coelho explicou à Lusa que "o SIM, que já está disponível em cerca de 50 concelhos, é um financiamento de 75 por cento do investimento até ao montante máximo de 25 mil euros, a uma taxa de juro próxima dos cinco por cento, com prazo de reembolso até cinco anos".

"É muitas vezes a única forma destas pessoas, sem recursos económicos, poderem criar o seu próprio emprego", salientou.

Em 2006, concretizou-se a disseminação da rede "SIM na Minha Terra", contanto com a parceria da Federação Nacional de Associações de Desenvolvimento Local.

"O SIM ainda não tem qualquer crédito mal parado, não tem qualquer irregularidade e tem, neste momento, sete milhões de euros disponíveis para apoiar iniciativas até 25 mil euros cada uma", sublinhou a coordenadora.

Mais tarde foi criado o Programa Premium que, segundo Cristina Coelho, funciona como um guia metodológico de implementação da iniciativa, ajuda no mapeamento de oportunidades, promove ateliês de ideias e a formação inicial dos empreendedores.

Em 2007, o Glocal arrancou com o "Programa de Mentores Voluntários", que promove o apoio voluntário do empresariado local a novos empreendedores na fase de projecto e arranque dos seus negócios, ou seja, apoia-os nos primeiros passos como empresários, através da partilha do seu conhecimento e experiência no mercado e na gestão de uma empresa.

O "Sistema de Apadrinhamento", é uma metodologia inovadora que concilia o financiamento e transmissão de competências empresarias, ou seja, "numa óptica de responsabilidade social, as empresas locais contribuem para a criação de novas empresas e para o aumento da riqueza e desenvolvimento da região", acrescentou a coordenadora.

"Estes programas correram muito bem e, por isso, este ano vão ser transformadas num programa nacional, em parceria com o IAPMEI", salientou Cristina Coelho.

A coordenadora frisou que se trata de soluções de empregabilidade, destinadas a quem está desempregado ou a quem tem emprego precário.

Brevemente vai decorrer, em Vila Real, a "Galeria de Negócios", uma iniciativa onde os empreendedores terão oportunidade de apresentar os seus negócios à comunidade, entidades e instituições.

Cristina Coelho faz um balanço "muito positivo" do projecto e salientou a cooperação entre os empreendedores.

"Temos a Susan a vender, através da sua empresa, produtos transmontanos no Estados Unidos da América, que compra ao Miguel, de Murça. Por sua vez, o Paulo criou uma empresa de informática que presta serviços às outras empresas", frisou.

Segundo a responsável, a iniciativa possui, neste momento "100 empreendedores para atender e está sem recursos para o fazer".

Por causa disso, e porque considera que o projecto necessita de ganhar dimensão e de se institucionalizar, o "grande objectivo" para 2008, é a criação de uma "estrutura de âmbito regional", que espera ver concretizada ainda durante o primeiro trimestre do ano.

"Queremos transformar esta região na mais dinâmica a nível do empreendorismo em Portugal", afirmou.

O Glocal conta com a parceria da Superação SPA Consultoria, da Associação Empresarial Nervir, da Cooperativa Cultural Voz do Marão, da Alto Fuste - Consultoria Agrária e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro .

in Lusa, PLI

Confederação quer tornar Lisboa numa referência europeia

A Confederação do Turismo Português vai apresentar um projecto que prevê a implementação de um mega Plano de Interesse Nacional na região de Lisboa. O objectivo é tornar a capital numa referência europeia do Turismo de Negócios.

Actualmente Lisboa está em 15º lugar do ranking europeu deste sector mas a confederação considera que Lisboa tem potencial para se tornar numa das sete mais importantes.

O projecto prevê a aposta na hotelaria, restauração, e empresas de transportes, com o investimento a cargo de privados e com apoios das autarquias e do Estado.

José Carlos Pinto Coelho, presidente da Confederação do Turismo, diz que vai ser necessário coordenar todos os projectos já existentes com outros que vão surgir, numa política comum que para alterar radicalmente a imagem de Portugal no estrangeiro.

«[Esta política] traz uma realidade competitiva com quem vai a frente na Europa. Queremos deixar de competir para sermos medianos e passarmos a competir para sermos os melhores», explicou Pinto Coelho à TSF.

O projecto estabelece um prazo de 15 anos para atingir os objectivos: colocar Lisboa entre as sete principais cidades europeias no sector do Turismo de Negócios, com centenas de empresas e milhares de postos de trabalho.

A Confederação do Turismo Português prevê anunciar este projecto ao Governo dentro de 15 dias.

in TSF

Lisboa, pelo seu espólio patrimonial, é sem dúvida um dos melhores destinos turísticos nacionais.
Com menos escritórios seria, sem dúvida, um local agradável para se visitar.
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