Novos Povoadores®

Apoiamos a instalação de negócios em territórios rurais

Interculturalidade: O fator chave do desenvolvimento





Somos os atores principais das nossas vidas.

A crise dos refugiados não deixa ninguém indiferente.
Tal como na tragédia do Titanic, alguns salva-vidas acolheram apenas metade da sua capacidade, enquanto outros 1514 passageiros morreram congelados ao largo da Terra Nova.

Hoje, 100 anos depois, discutimos o acolhimento daqueles que fogem da guerra.
Somos europeus e vivemos na terra desejada para os sírios. E entre nós, existe quem tenha a ousadia de pensar que deveremos barrar essa entrada, atirando milhões de seres humanos para a morte.

Irónico.
Um continente em envelhecimento entende que não tem espaço para acolher quem nos pede auxilio.

Mais grave.
A História, para quem a conhece, revela que o desenvolvimento nasce na interculturalidade.
Charles Darwin explica que aqueles que melhor se adaptam aos novos contextos são os que têm maior probabilidade de sobrevivência.

A pena de morte foi abolida na Europa - excepção da Ditadura Lukashentina na República da Bielorrússia - mas diversos governos europeus continuam a marginalizar milhões de seres humanos que apelam por auxilio.

Ruralidade com futuro!
Para além do despovoamento, os territórios rurais na Europa têm recursos para acolher novos residentes.
Se esses residentes trouxerem novas competências, poderemos construir uma ruralidade com futuro: mais inclusiva, mais inovadora, mais efectiva.

O desafio está nas mãos daqueles que não se resignam ao papel de figurantes das suas vidas.

Migrações - Retratos do nomadismo contemporâneo

"Os Portugueses precisam de sair da sua zona de conforto" por @JotaNR

Os empresários e investidores portugueses têm de ir para além da "proximidade", seja ela o espaço europeu (em que se concentram) ou o de língua comum. Têm de ter em conta a geoeconomia em profunda transformação, diz o guru indiano Pankaj Ghemawat

Os empresários e investidores portugueses têm de saber lidar com as diferenças quando se internacionalizam e ir para além da "proximidade", seja ela o espaço europeu (em que se concentram) ou o de língua comum. Têm de ter em conta a geoeconomia em profunda transformação e saber diversificar, procurando os mercados que estão a dar cartas no crescimento mundial. Mas para isso não se devem deixar vencer ou intimidar pelas barreiras.

Esta foi a principal mensagem de Pankaj Ghemawat (um nome difícil, que ele aconselha que se leia assim: pun-kuj ghé-má-wut), de 51 anos, nascido em Jodphur, na Índia, atual professor de estratégia global no IESE-Instituto de Estudios Superiores de la Empresa em Barcelona, na conferência que realizou em Lisboa na AESE-Escola de Direcção de Negócios no quadro do Programa de Alta Direcção, e que reafirmou em entrevista.

P: A principal mensagem que quis deixar em Lisboa é que os empresários portugueses têm de ser mais ousados na internacionalização?

R: Sim. Têm de sair da sua zona de conforto. Estão concentrados excessivamente na Europa. E os mercados europeus, em geral, não são os que mais vão crescer no futuro. É preciso avançar para além dessa proximidade. A Espanha fê-lo no caso da América Latina. A ideia de uma expansão internacional incremental, passo a passo, não é o futuro. E a híper-focalização na Europa é um enorme risco para o futuro. Onde é que vão estar os mercados de exportação e de investimento? - é essa a questão que se devem colocar.

P: Mas devem evitar algumas ilusões, é esse o outro lado da moeda? A globalização continua a ser um mito muito propagandeado?

R: Temos de ter um método empírico - olhar os dados da realidade. Por isso eu falo de semi-globalização para dar uma noção mais realista e para insistir na questão de que continua a haver fronteiras, de que há diferenças e da importância de saber lidar com elas. E tenho a sensação que o mito do "mundo plano" está a passar. Tudo começou com Ted Levitt nos anos 1980 e a ideia de uma estratégia para um mundo integrado de mercados, depois com Frances Cairncross e a "morte das distâncias" nos anos 1990 até à mais recente ideia de que o "mundo é plano" de Thomas Friedman.

P: As redes sociais na web podem alterar as estratégias de internacionalização, facilitam a globalização?

R: É algo ainda novo e parece-me haver muito exagero à volta. Tenho algum ceticismo, por isso. O meu exemplo favorito nas tecnologias de informação é o Linux. É uma força poderosa de mudança. Na realidade, dá poder às pessoas - mesmo às pessoas pobres, como acontece no meu estado de origem na Índia, o Rajistão, onde os camponeses podem verificar quem é dono da terra.

P: A semiglobalização pode ainda acentuar-se mais se as políticas protecionistas e eventuais guerras de divisas ganharem predominância?

R: Estou muito preocupado com os desequilíbrios mundiais. Por exemplo, os excedentes chineses - eis algo com que nos devemos preocupar seriamente. Se esses caminhos que refere ganharem predominância, coisas realmente muito más podem acontecer.

P: A estratégia de projeção global das grandes empresas das economias emergentes pode mudar esse contexto e reforçar a globalização? Por exemplo, o investimento chinês no estrangeiro excluindo o setor financeiro aumentou 36% em 2010.

R: Não creio que altere qualitativamente. Os grandes investimentos da China e da Índia no mundo não são mais do que 1 a 2% do PIB. A maioria desses investimentos fora são na energia, nos metais e em projetos agrícolas. Não creio que se trate de um novo tipo de estratégia.

P: Tem algum exemplo de internacionalização que o tenha surpreendido?

R: Há um caso fascinante - o da Orbea, do País Basco, o maior fabricante de bicicletas de Espanha, que é parte do grupo cooperativo Mondragón, mas que também fabrica roupa e capacetes. Acabou por criar uma linha de montagem no Arkansas para o mercado americano em que apostou. Realizou a externalização das componentes menos importantes na China. Mas mantiveram o design no país de origem.

P: Ter duas sedes, uma no país de origem, e outra numa região que se considere chave para o futuro, é uma boa solução?

R: A Cisco parece querer ser o modelo desse ponto de vista. Nomeou um chefe de globalização com sede em Bangalore, na Índia, cidade que foi designada como centro oriental de globalização. Julgo ser exequível em algumas funções, por exemplo o que fez a Wall-Mart com o centro de compras mundial em Shenzhen, no sul de Cantão, junto a Hong Kong O mesmo fez a IBM que deslocou o responsável global de aprovisionamentos da região de Nova Iorque para a mesma cidade do sul da China, onde ficou sediada essa função. Mas criar centros de poder iguais parece-me muito mais difícil. A matriz que se cria é muito complicada. E há um problema crítico - se quiser recuar, como é? Sou, por isso, um pouco cético.

P: Qual é a sua principal mensagem no novo livro que vai lançar em maio intitulado 'Word 3.0'?

R: Que a ideia do "mundo é plano" é terrivelmente errada. O que é fundamental é reconhecer as semelhanças, mas também as profundas diferenças entre países que têm de ser tomadas bem a sério. Os níveis de globalização, como já referi, são ainda limitados. Por isso falo de semi-globalização. Mas isso não invalida que não haja muitas oportunidades por descobrir - se souber lidar com as diferenças. É esse o mundo 3.0 de que falo no livro.

Evite atitudes bipolares

Pankaj Ghemawat tem insistido em alertar os empresários para a fantasia de que o "mundo é plano". Os escritores "globalistas" têm vendido a ideia de que a internacionalização de produtos e serviços é hoje um passeio triunfal por uma carpete vermelha, pois assistiríamos a uma uniformização no consumo (uma convergência de gostos, como dizia Ted Levitt) e a um desabar de barreiras geográficas, administrativas, culturais.

Ora a realidade é madrasta, está longe dessa ficção. Por isso fala de uma situação de semi-globalização em que, em 2010, as exportações são apenas 23% do produto mundial, os fluxos de investimento direto estrangeiro ocupam apenas uma fatia de 9,9% da formação bruta de capital fixo e o índice de transnacionalização das 100 maiores empresas do mundo é apenas de 63%.

Aponta estes números para que os empresários caiam na realidade - pois, todos os "testes" de perguntas que se fazem sobre estes indicadores revelam uma sobrestimação enorme, na ordem do dobro ou mesmo do triplo. "Continua a haver uma intuição muito exagerada sobre a globalização. As pessoas erram por margens enormes - dão largas ao exagero", diz o professor de estratégia. Aliás, isso foi bem patente no "teste" que Ghemawat fez junto dos participantes do Programa de Alta Direção em Lisboa.

Por isso, o professor indiano de estratégia é particularmente ácido contra "a petulante superioridade das elites classificadas como 'homens de Davos' y globocratas, a insegurança terminal de todos aqueles que tentam estar atualizados ao dia, ou a utopia cândida dos internacionalistas".

Há quatro anos publicou na editora da Harvard Business School um primeiro manifesto contra esse mito, carregado de exemplos práticos e com "dicas" práticas, que intitulou 'Redefinindo a Estratégia Global - atravessando fronteiras num mundo em que as diferenças ainda contam'.

Nesse livro, Ghemawat desenvolve um modelo de avaliação das distâncias (culturais, administrativas, geográficas e económicas) para tornar visíveis as diferenças tanto nacionais como a nível setorial e advoga uma palete de estratégias de criação de valor que designa por triplo A: adaptação, agregação e arbitragem. Chama a atenção, em particular, para a arbitragem, ou seja "explorar as diferenças, em vez de as tratar como limitações que se devem modificar ou superar" ou, em muitos casos, que levam a desistir à partida. Recomenda, por isso, que se evitem "atitudes bipolares face à globalização" - da euforia à negação, ou vice versa.

Ghemawat foi professor na Harvard Business School durante 25 anos até vir para Barcelona em 2006.

in Expresso, Jorge Nascimento Rodrigues

Google Vs Facebook: A Battle Of Colossal Proportions [Infographic]

Economia Social - Resolução do Parlamento Europeu






























Foi publicada no Jornal Oficial da União Europeia, a Resolução do Parlamento Europeu (2010/C 76 E/04) sobre Economia Social. Este documento integra um conjunto de considerações gerais que caracterizam as especificidades da economia social, reconhecimento a sua importância a vários níveis: conceptual; jurídico; estatístico; como parceiro social.

A resolução salienta ainda e considera a economia social como actor-chave para a concretização dos objectivos da Estratégia de Lisboa.

Por fim,e sugere à Comissão Europeia e aos Estados Membros que congreguem os meios necessários para atingir os objectivos, nomeadamente na elaboração das políticas da União Europeia.

Destacamos as seguintes recomendações:

(...)

36. Convida os Estados-Membros a incentivar o desenvolvimento de organizações de apoio às pequenas e médias organizações da economia social, tendo em vista reduzir a dependência de subvenções e aumentar a sustentabilidade;

37. Solicita à Comissão que convide os participantes na economia social a aderirem a instâncias permanentes de diálogo e a participarem e colaborarem com os grupos de peritos de alto nível que possam ocupar-se de questões relativas à economia social; convida a Comissão a participar no reforço das estruturas de representação da economia social a nível regional, nacional e comunitário, bem como a criar um quadro jurídico concebido para promover uma parceria activa entre autarquias e empresas da economia social;

38. Convida a Comissão a promover o diálogo entre os organismos públicos e os representantes da economia social a nível nacional e comunitário, promovendo assim a compreensão mútua e as boas práticas

(...)

44. Convida a Comissão e os Estados-Membros a apoiarem o desenvolvimento de competências e o profissionalismo neste sector, a fim de se reforçar o papel da economia social na integração no mercado de trabalho;

45. Requer à Comissão que defina um enquadramento jurídico na UE favorável à constituição e manutenção de parcerias territoriais entre o sector da economia social e as autoridades locais, definindo critérios para o reconhecimento e a valorização da economia social, para o desenvolvimento local sustentável e para o fomento do interesse geral;

(...)

via site da Minha Terra - Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local

Novos Povoadores à conquista do Interior



"Sou a prova viva de que com Internet podemos trabalhar em qualquer lado"

Frederico Lucas tem 37 anos, três filhos e uma ambição: promover o êxodo urbano, trazer consumidores para os territórios de baixa densidade.
Com o projecto Novos Povoadores, de que é co-autor, quer também demonstrar que se pode ganhar dinheiro a partir de qualquer sítio. Ele está a tentar fazê-lo, a partir de Trancoso. E há muitas famílias interessadas em seguir-lhe os passos.
Por Luísa Pinto

Quando cheguei, estava deslumbrado. Vim para Trancoso em 2004, atrás da minha ex-mulher. Depois de termos vivido em Telheiras, mudámo-nos para Azeitão. Foi lá que nasceu o nosso terceiro filho, em 2002. Foi em Azeitão que fiquei quando nos separámos, com os dois mais velhos, de três e cinco anos, na altura. Eu trabalhava como consultor na área da comunicação. Demorava uma hora a chegar a Lisboa, e outro tanto a regressar, gastava dez euros por dia, já sem contar com combustível, que nem me lembro a quanto estava. Quando me mudei, os meus custos fixos passaram de 1750 euros por mês, entre casa e infantários e ATL dos filhos, para 390 euros.

Poder almoçar e jantar fora os dias que me apetecesse era uma coisa que havia saído há muito das minhas possibilidades.
Aqui, passaram-me a sobrar semanas. Deslumbrei-me. Também com a qualidade de vida. Uma pessoa pode entrar às nove e sair às cinco, ganhar três vezes mais do que paga de renda e infantários (que aqui são subsidiados por toda a gente, entre câmara, Misericórdia e Segurança Social). É uma tranquilidade. O único dia em que há trânsito, isto é, dois carros num semáforo, é à sexta-feira, em que há mercado semanal.

Lembro-me que nos primeiros dias, depois de chegar, deixavam-me um saquinho de legumes à porta. Fazem muito isso. Sabem que alguém chega, não tem terras cá, e lá nos põem à porta batatas, cenouras… é uma coisa muito agradável. Mas há o outro lado, o do controlo social. Dá-me um certo gozo dizer que se o meu filho sair da escola, e se eu perguntar a duas ou três pessoas, alguém saberá onde ele está. Mas isto também significa uma perda de privacidade e de anonimato a que estávamos habituados nas cidades, onde nem se sabe o nome do vizinho de baixo.
Uma vez cheguei de Lisboa, bati à porta da minha ex-mulher, e foi a do lado que se abriu, e foi a vizinha quem me disse: ‘Os seus filhos foram ao cinema.’ Temos de aprender a viver com isto. Eu não conhecia a senhora. Mas ela sabia que os meus filhos estavam no cinema. Aliás, aqui há dias, voltei ao cinema com eles em Lisboa. Foi um susto. Paguei 38 euros. Em Trancoso pagamos pouco mais de sete.

Foi aqui, em Trancoso, que conheci a Ana Linhares e o Alexandre Ferraz e que, a três, desenhámos o projecto dos Novos Povoadores. O Alexandre, que é do Pombal, tirou um curso de turismo, era recepcionista de um hotel, e veio para cá em 2002 porque foi aqui que encontrou um emprego qualificado.
A Ana é de Barcelos e veio atrás do Alexandre, e atrás de emprego.

Somos o Santo António
Foi aqui que nos cruzámos todos, e isto já é um sinal das dificuldades que pode haver na integração numa comunidade rural. Não é por acaso que três pessoas que são de fora é que se juntam. Porque há dificuldade. Se tivéssemos sido acolhidos de outra maneira, este projecto não teria sido concebido assim e até podia ter sido feito com pessoas de cá. projecto Novos Povoadores surgiu de uma conversa com o Alexandre. Começamos a partilhar as dificuldades do desenvolvimento nestes territórios. Se estes territórios têm qualidade de vida para oferecer, por que é que as pessoas não os habitam? Chegamos à questão simples: porque não têm emprego.
Mas, então, eu também não tenho emprego em Trancoso e é aqui que eu moro. Sou assim uma ave tão rara? Há mais pessoas que podem fazer isto.

Eu posso trabalhar a partir de qualquer lado – aliás, agora estou a pensar mudar-me para Marvão –, a única coisa que preciso é ter acesso à Internet. É a economia DNS (Domain Name Server). Com ela, as pessoas já podem vir para estes territórios de baixa densidade, que precisam desesperadamente de consumidores, mas que não têm empregos para oferecer. Com a economia DNS, já não é o território que gera o seu posto de trabalho. Os postos de trabalho ganharam independência geográfica, o meu contabilista pode estar em Vila Real, onde quiser, só tem de receber os meus papéis.
Eu vou contratar o contabilista que me for mais barato, e o que conseguir ser mais competitivo.
Eu fiz o mesmo. A minha tabela de honorários desceu 30 por cento, desde que me mudei para Trancoso, onde continuo a trabalhar como consultor de várias empresas. O trabalho para uma dessas empresas obriga-me a ir uma vez por semana a Lisboa.

Não sou formado em economia do desenvolvimento, nem em gestão territorial. Mas especializei-me a devorar estes temas, e a frequentar tudo o que é congressos e seminários. Acho que a economia acabou com os postos de trabalho, para haver cada vez mais empreendedores. Cada vez mais ganhamos em função das peças que fazemos e cada vez menos ganhamos um ordenado de uma empresa, mas sim de um projecto específico. Isso acontece comigo há já 17 anos. Foi o que sempre fiz.

Tirei um curso técnico de realização, que nunca utilizei, e sou a prova viva de que se pensarmos em algo com Internet podemos trabalhar em qualquer lado. E habitar estes territórios que nos dão qualidade de vida.
Sabemos que há pessoas que procuram estes sítios. Sabemos que há municípios que precisam de quadros qualificados, de consumidores. Nós somos o Santo António. Casamos território com pessoas. Estivemos três anos a discutir o projecto, a desenhá-lo. Não sabíamos como fazer deste modelo um negócio. Só o conseguimos em Dezembro de 2008, quatro meses antes de apresentar o projecto.

Ganhar dinheiro
Quem paga o nosso serviço são as câmaras, por cada cinco famílias que se mudam para o território, e que lá ficam pelo menos um ano.
Mas nós não cobramos um cêntimo às famílias, e não lhes pagamos, sequer, um café. As despesas e as poupanças serão todas por sua conta. Nós só as ajudamos a maturar este processo, esta ideia. Para que elas percebam que estes territórios têm muitas características boas, e outras menos boas.
Não andámos à procura de ninguém. As famílias que se querem mudar é que nos procuram no site [http://www.novospovoadores.pt].
E trabalhamos com municípios aderentes, com aqueles que têm verdadeiramente um projecto, um objectivo.

(...)

Nós não somos uma agência imobiliária, mas ajudamos a identificá-las nos territórios que as famílias querem ocupar. Não somos agência de emprego, mas ajudamos a criar empreendedores.
E não procuramos só projectos de turismo e de agricultura biológica.
Os territórios de baixa densidade são sistematicamente vistos como oportunidades sempre coladas ao turismo. O que sabemos é que o turismo cresce e representa normalmente à volta de 20 por cento da actividade económica do país. E não cresce mais porque as pessoas procuram territórios autênticos, não vão para os sítios onde está tudo feito para o turista.
Trancoso tem 16 mil turistas por ano. Se duplicarmos o número de turistas, para 32 mil, e não há exemplos destes, ganhamos três dias de autonomia anual de orçamento municipal. Temos de multiplicar por cem o turismo para deixarmos de depender do orçamento [público]. Não é por aí que vamos conseguir a independência que se está a pedir aos territórios.

Eu acho que o interior sofre de excesso de dinheiro. Os recursos humanos desses territórios são indiscriminadamente integrados nos municípios, e, por falta de trabalho, são “anestesiados” para nada produzirem. São recursos com os quais o território deixa de poder contar para qualquer estratégia para a sua competitividade. E os outros, os empreendedores locais, são contratados pelos municípios ao preço que lhes é confortável para manterem o seu quadro de pessoal.
Deste modo não lhes resta qualquer motivação para competirem, ainda menos no mercado global. Receio que em muitos casos esta falta de visão estratégica não seja obra do acaso. E nesses locais não haverá projecto Novos Povoadores, com toda a certeza.

in Público, Luísa Pinto

População portuguesa estagnada, interior cada vez mais despovoado

No ano passado a população portuguesa praticamente estagnou, com um crescimento de 0,09%. Os dados do Instituto Nacional de Estatística divulgados nos Anuários Estatísticos Regionais mostram que essa evolução foi muito desigual e foi raro o concelho do interior que não perdeu população.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) conta 195 municípios que perderam população no último ano. Quase todos estes casos ficam no interior do país. Na grande maioria, a perda de pessoas deve-se a resultados negativos na taxa de crescimento natural, ou seja, mais mortes do que nascimentos.

Ao contrário do interior, a maioria dos municípios do litoral viram a população aumentar em 2008 - o litoral alentejano é uma excepção. Pampilhosa da Serra, Gavião e Almeida, são, no Continente, os concelhos que mais pessoas perderam no ano passado. Na lista de concelhos com descidas na população destaca-se, claramente, o interior do país.

No Litoral, Lisboa e Porto são, no entanto, algumas das excepções. A capital terá tido uma descida de 2,05% na população. Com menos 2,61%, o Porto é o sexto concelho do país onde se perderam mais habitantes. Sesimbra, Alcochete e Mafra (na Área Metropolitana de Lisboa) registaram os maiores crescimentos populacionais (acima de 3%). Esses aumentos devem-se sobretudo à taxa de crescimento migratória.

As migrações internas e externas foram aliás as principais responsáveis pelos crescimentos populacionais registados, segundo o INE, em 113 municípios.

A TSF contactou o presidente da câmara que, segundo o INE, mais perdeu população em 2008. O autarca de Pampilhosa da Serra não acredita nos números do INE e contrapõe com a evolução positiva dos eleitores registados.

José Brito diz que foi possível arranjar emprego e fixar a maioria dos jovens no concelho. A existir desertificação no interior do país, ela deve-se, de acordo com o presidente de câmara, à falta de investimento dos sucessivos governos, por exemplo, naquela parte da região Centro.

Contactado pela TSF, o Instituto Nacional de Estatística explica que o cálculo da evolução da população é feito com base no saldo natural (nados vivos menos óbitos) e no saldo migratório estimado (calculado com base em inúmeras fontes).

Os valores são provisórios e podem ser corrigidos no próximo recenseamento, mas o INE explica que o «recurso a estas fontes permite quantificar, de forma precisa, o saldo natural (devido à obrigatoriedade do registo dos nados vivos e óbitos), e analisar tendências que permitem estimar os saldos migratórios anuais».

Taxa de crescimento efectivo da população 2008
Os concelhos que mais pessoas perderam
Pampilhosa da Serra - 3,06%
Gavião - 2,82%
Almeida - 2,78% Os concelhos que mais pessoas ganharam
Sesimbra + 4,16%
Alcochete + 3,80
Mafra + 3,09


in tsf.pt, Nuno Guedes

Don Tapscott em Lisboa (CCB)

Don Tapscott - co-autor do best seller WIKINOMICS - vem a Lisboa no âmbito da conferência de Abertura do Ano Europeu da Criatividade e Inovação.

A abertura oficial do Ano Europeu da Criatividade e Inovação em Portugal decorrerá no dia 3 de Fevereiro, no Centro Cultural de Belém, sala Luís de Freitas Branco, em Lisboa.

11h00 ‐ Sessão de Abertura
Carlos Zorrinho ‐ Coordenador Nacional do AECI
Representante da Comissão Europeia
11h45 ‐ Don Tapscott ‐ “Governação 2.0: Como a geração Internet está a mudar a
governação, a inovação e a democracia”
12h45‐ Almoço
14h30 – Workshop: Aplicações da Criatividade e da Inovação
Dinamização: Arminda Neves (Coordenadora Adjunta da Estratégia de Lisboa), Alexandra Sá Carvalho
(Representação da Comissão Europeia em Portugal)
1ª parte: Aprender, Inventar Imaginar, Cooperar
Leonel Moura – Artista plástico, Representante Português no lançamento do Ano Europeu da Criatividade e
Inovação – “ A nova cultura do Séc XXI”
Dulce Maria Santa Marta Soure – Directora da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro – “A criatividade na
aprendizagem”
Elvira Fortunato – Directora do CENIMAT ‐ Centro de Investigação em Materiais da FCT/ UNL , Laboratório
Associado I3N – Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação ‐ “O Papel do Futuro”
Teresa Ricou – Directora do Chapitô – “As artes e as novas tecnologias – uma boa conjunção no combate à
exclusão”
Manuel Brandão Alves – Professor Catedrático no ISEG “O microcrédito: Uma experiência económica e
socialmente Inovadora”
Debate
16h00‐ 16h15 – Pausa café
2ª parte: Comunicar, Criar, Realizar, Viver
Augusto Mateus, Professor no ISEG ‐ “ Cultura, criatividade, competitividade”
Nuno Gaioso Ribeiro, Presidente N‐Partner – “Capital de risco e as indústrias criativas”
Jorge Cerveira Pinto – Agência INOVA – “Arte, cultura e indústrias criativas: Uma realidade de valor,
sustentabilidade e desenvolvimento”
António Câmara – Ydreams – “Realizar nas empresas do futuro”
António Cunha, Presidente da Escola de Engenharia da Universidade do Minho e Júlio Mendes, Verador na Câmara
Municipal de Guimarães – “Guimarães: O futuro tem um coração antigo”
Debate
17h30 Encerramento: Conclusões e Perspectivas

Mais informações em Criar2009

Portugal tem de mudar "tão rapidamente quanto possível" a sua estrutura produtiva - Cavaco Silva


"Para conseguirmos de facto competir no mercado global, temos de alterar tão rapidamente quanto possível a estrutura da nossa produção", afirmou Cavaco Silva, na inauguração de um novo edifício do Tecmaia -- Parque de Ciência e Tecnologia da Maia.

O chefe de Estado elogiou o "esforço que Portugal tem vindo a desenvolver" na inovação e tecnologia, mas sublinhou que é necessário "fazer muito mais".

À semelhança do que tinha feito momentos antes na Efacec, em Matosinhos, Cavaco Silva considerou o Tecmaia "um bom exemplo" do caminho que a economia portuguesa deve seguir para se tornar competitiva.

Empreendedorismo, cultura de inovação e aposta na investigação são as três áreas em que, na opinião do Presidente da República, o Tecmaia tem dado um "contributo muito positivo".

Cavaco Silva afirmou que gosta de "apresentar bons exemplos", para "aumentar a auto-estima" dos portugueses.

"Neste tempo que atravessamos, de notícias que nos caem todos os dias sobre as nossas cabeças, notícias de recessão, às vezes mesmo de depressão, de índices de confiança a níveis baixos historicamente, estive há pouco noutro caso de sucesso, a Efacec", salientou.

O Presidente da República reconheceu que o Tecmaia "nasceu de uma adversidade", a transferência para outro país da antiga fábrica da Texas Instruments e Samsung, mas sublinhou a atitude positiva do então presidente da Câmara da Maia, Vieira de Carvalho.

"Perante uma adversidade, não se baixou os braços", frisou, enaltecendo o facto de o Tecmaia ser o segundo parque tecnológico do país em nível de desenvolvimento, depois do TagusPark, com 48 empresas instaladas.

FZ.
Lusa

in RTP

Human Network Effect


Cria entendimento, onde antes existiam barreiras.
Liga uma criança a um cientista a um director-geral para salvar um glaciar.
Junta ideias. Junta paixões. E junta pessoas.
É o efeito da Rede Humana.
O efeito que está a mudar o mundo.
Quando a tecnologia se cruza com a humanidade na rede humana, a forma como trabalhamos muda.
A forma como vivemos muda.
Tudo muda.
Esse é o Efeito da Rede Humana.

cisco.com

Enfrentar a transição


Os acontecimentos económicos e financeiros que têm ocorrido nos últimos vinte anos poderão estar a ‘repetir’ o padrão do que se passou desde final dos anos 1920 até 1950. Esse é o ponto de vista de Brian Berry, de 74 anos, um economista e geógrafo inglês radicado nos Estados Unidos desde 1955, que é reitor da Escola de Ciências Económicas e Políticas da Universidade do Texas em Dallas.

O cientista encontra «similitudes» na tripla assinatura de «crashes» financeiros ocorridos de 1929 a 1942 e de 1987 até ao actual ‘Outubro negro’ indiciando um período descendente num ciclo longo tecnoeconómico. Prevê, por isso, que, tal como há 60 anos, estejamos a atravessar um período de transição para outro ciclo, a que tecnicamente os especialistas chamam “depressão entre duas ondas” ou uma espécie de ‘vala’.

No final dos anos 1940 do século passado, nesse tal período de ‘vala’, deixámos para trás um ciclo de emergência do imperialismo (então dissecado pelo economista inglês John A. Hobson em ‘Imperialism: a study’, 1902) que arrastou duas guerras mundiais para entrarmos no ciclo da Revolução da Informação, desde que o efeito do transístor foi demonstrado em 1947. Mais tarde, Alvin Toffler baptizaria a nova era de ‘Terceira Vaga’.

Berry considera que “o impacto dessa revolução ainda estará nos 50%”. Falta a outra metade - o que significa que essa vaga está ainda repleta de oportunidades.


A luz ao fundo do túnel

Para este especialista, é provável que a actual brutal correcção bolsista e o abrandamento económico mundial que se espera para os próximos três a quatro anos sejam a parte mais dolorosa dessa transição. Mas como se trata de um ciclo, depois da tormenta virá a bonança.

A luz ao fundo do túnel advirá do facto que, depois destas dores prolongadas, seguir-se-á um período de crescimento como o que ocorreu até à 1ª Guerra Mundial ou como o que ficou conhecido como ‘os trinta gloriosos anos’ até ao segundo ‘choque petrolífero’ dos anos 1980.

O segredo da sobrevivência durante estes períodos dolorosos de transição é ter uma estratégia que minimize os efeitos da transição e que aponte para a ‘alavancagem’ do novo ciclo. Não só nas bolsas se deve agir de cabeça fria, em contracorrente ao pânico, como aconselha o investidor Warren Buffett.

As reflexões de Berry implicam, ainda, outro aspecto - não será muito apropriado comparar a situação actual com a de 1929 (o motivo mais habitual nalgum discurso catastrofista actual) ou continuar à espera de uma terceira guerra mundial, como a que ocorreu em 1939-1945, para ‘decretar’ o fim do ciclo.

Berry é um dos especialistas mundiais neste tipo de ciclos longos (mais apropriadamente designados por ondas longas) que o economista Joseph Schumpeter trouxe para a ribalta em 1939 repescando os estudos de um economista soviético, morto no gulag no ano anterior, de nome Kondratieff. A obra mais importante de Berry foi publicada há algum tempo - ‘Economic Development and Political Behavior’ (1991).

Jorge Nascimento Rodrigues


CICLO TERCEIRA VAGA

Peter Drucker teoriza a revolução do «management»

Período de crescimento do pós-guerra atinge o pico com os ’choques petrolíferos’

Arranca a terceira vaga da globalização

URSS ultrapassa EUA em poder mundial (1985) mas começa a desagregar-se

«Crash» de 1987 marca o ponto de viragem para a fase descendente do ciclo

Massificação do computador pessoal e da Internet

2º «crash» mais violento dos últimos 150 anos (Nasdaq, 2000/2002)

Emergência dos BRIC altera a ordem económica internacional

in EXPRESSO

The Last Laugh - George Parr - Subprime

Mais de 330 mil portugueses têm mais de um emprego


Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), citados pelo jornal, no primeiro trimestre deste ano, o número de trabalhadores com mais de um emprego totalizava 339,3 mil, mais 7,5% do que no período homólogo do ano anterior, situando-se a um nível historicamente elevado.

"Com efeito, na actual série do INE (desde 1998), nunca se registou um valor tão alto num primeiro semestre e, levando em conta os outros períodos do ano, só em 2003 (no segundo trimestre) é que se registou um número mais elevado (343,1 mil)", explica o Diário de Notícias.

Na maioria dos casos, o segundo trabalho surge da necessidade de complementar o salário recebido no trabalho principal, acrescenta o diário.

in Diário Económico

Quem Paga a Festa?

O espertalhão Warren Buffett que, sendo o homem mais rico do mundo, sabe bem o que é uma paródia despediu-se dos mercados anunciando o que já toda a gente sabia: “A festa acabou”. Acabou? Perguntarão muitos para quem ela nem sequer tinha começado. Ingénuos. Serão eles e não o senhor Buffett que a vão pagar.

Outro que sabe de festas é Alan Greenspan. Reformado do Banco Central americano dedica-se agora a atormentar os outros. Veterano na gestão de crises afirmou há dias que a actual pode ser a pior desde a II Guerra Mundial. Será que o mago descobriu na bola de cristal aquilo que meio mundo político e académico anda à procura? Bom, é que se for verdade a festança vai ficar-nos pelos olhos da cara.

A comparação é inevitável, embora o senhor Greenspan cautelosamente a tenha evitado. Sem o mencionar, estava a referir-se à ‘grande depressão’ iniciada em Outubro de 1929, o primeiro “acontecimento verdadeiramente mundial”, segundo o historiador JMRoberts. Numa perspectiva económica foi a maior tragédia do século passado e sabemos quanto custou.

Sem ser exaustivo, para não assustar, custou 30 milhões de desempregados e uma quebra de rendimento nacional só nos Estados Unidos de 39%. Demorou sete anos a controlar e atingiu o pico três anos depois do seu início, em 1932. Dez anos depois, em 1939, o comércio internacional ainda era 50% inferior ao existente no início da crise. Foi nesse ano que Adolf Hitler decidiu dar cabo do resto.

É disto que o senhor Greenspan está a falar? Ninguém sabe, a começar por ele. E esse é um dos problemas da crise financeira revelada em Agosto do ano passado. Todos os dias aparecem novos cálculos sobre as perdas originadas no chamado «sub prime». Nos Estados Unidos variam entre 750 mil milhões de dólares e um montante três a quatro vezes superior. É um rombo de dimensão histórica nos activos das famílias americanas, que serão as primeiras vítimas.

Somemos a isto a falência de dois bancos, dificuldades graves em muitos outros, permanentes injecções de liquidez para evitar o colapso, 19 mil despedimentos já anunciados em apenas duas instituições financeiras, recessão nos Estados Unidos e inflação em alta nos dois lados do Atlântico. Uma mistura explosiva que torna ainda mais incerto determinar a gravidade da crise e a respectiva duração.

Há uma garantia. Será uma grande e dolorosa ressaca de um festim que misturou dinheiro à descrição, crédito fácil, ausência de controlo de risco e de supervisão. Outra. Vai afectar-nos mais a nós, que não temos nada a ver com o «sub prime», do que ao senhor Buffett.

in EXPRESSO, Luís Marques

Consumismo e endividamento

Um número significativo de portugueses, obcecados pelo consumo, vive em situação de sobreendividamento ao longo de toda a vida

Nas duas últimas décadas o consumismo tornou-se uma doença em Portugal, levando a um endividamento recorde das nossas famílias. Na zona Euro apenas a Holanda nos supera no grau de endividamento dos particulares, ao mesmo tempo que a dívida das empresas atingiu o nível mais elevado dos países da zona, fazendo do endividamento um problema preocupante do nosso país.

Em menos de duas décadas, o peso das dívidas no rendimento disponível passou de 19,5% em 1990 para 124% em 2006, enquanto a taxa de poupança caiu de quase 20% para 8,3% apenas: a mais baixa da União Europeia.

O fenómeno não é só nosso, verificando-se também em países ricos como os EUA, a Inglaterra e a Holanda, e bem assim em Espanha; mas tornou-se particularmente preocupante entre nós. Uma parte muito elevada do endividamento das famílias portuguesas consiste em crédito hipotecário para pagar a habitação, mas o crédito ao consumo representa também uma porção importante. E, à semelhança do que sucede no país vizinho, um número significativo de portugueses, obcecados pelo consumo, vive em situação de sobreendividamento ao longo de toda a vida.

Como nota Octávio Uria, professor de Sociologia da Universidade Juan Carlos de Madrid, muitas famílias endividam-se hoje sem necessidade imperiosa, e apenas para satisfazer o desejo de possuir bens a que antes não tinham acesso e que pensam que lhes dão uma melhor posição social. Antes, estes casos eram raros, mas hoje, especialmente nas gerações mais jovens, a ânsia de comprar tornou-se uma autêntica doença ou «addiction», como a droga, a que não resistem, e que as leva a adquirir sem se pôr o problema de saber como vão pagar, fazendo simplesmente aumentar o volume de crédito malparado. Em Espanha, cerca de metade dos jovens consome em excesso, sem se preocupar em poupar, recorrendo ao crédito para depois passarem a vida num estado permanente endividamento.

Não dispomos de dados semelhantes para o nosso país, mas aqueles que possuímos mostram também que há cada vez mais gente nessa situação. Como alguém disse, já se não constroem catedrais, mas multiplicam-se os centros comerciais, ou templos do consumismo, que constituem cada vez mais lugares de atracção, sob a pressão de uma publicidade agressiva e por vezes enganadora!

in EXPRESSO, Valentim Xavier Pintado, Professor da FCEE- Católica

Atocha


Foi há quatro anos.

Chegou a Quarta Vaga

Alvin e Heidi Toffler dizem que definir o que é ‘ser humano’ vai ser a questão mais polémica

“Saber o que significam as palavras Ser Humano” será o grande desafio que temos pela frente. Esta é a opinião do futurista Alvin Toffler, que esteve esta semana em Lisboa, acompanhado da sua inseparável mulher e companheira intelectual Heidi, a convite da Ordem dos Biólogos para discutir a importância da bioeconomia - uma nova realidade “que faz parte de uma quarta vaga de transformação da sociedade e da economia”.

Conhecido por ser um antecipador de mudanças que vão ocorrer, Toffler é um visionário, que nos anos 70 do século passado já afirmava que o mundo ia ser controlado por computadores quando ninguém falava de «bites» e «bytes». A Toffler se deve, por exemplo, a antecipação do declínio da vida familiar, da aceleração do ritmo de vida, da diversificação de informação, do medo do terrorismo, da procura de micronichos - que substituirão os mercados de massa.


A era da diversidade

Em entrevista ao Expresso, o autor de a ‘A Revolução da Riqueza’ (2006) volta a surpreender. Aos 79 anos, com um invejável espírito aberto e global, fala com muita lucidez não só do presente mas sobretudo sobre o futuro. Um futuro onde “a economia não pode ser separada dos factores sociais, políticos, culturais e religiosos” e que, na sua opinião, será marcado pela grande diversidade de escolhas, de famílias, de produtos. “Caminhamos cada vez mais para uma era marcada pela diversidade”, diz este analista que considera que “existe uma série de assuntos intermédios que vão estar na nossa agenda nas próximas décadas, tais como a energia e o desafio da religião”.

Porém, o grande desafio que vamos ter recairá na nossa escolha sobre o que significam as palavras ‘Ser Humano’. “Temos tecnologias, aplicações e outros factores que vão colocar em causa a nossa definição sobre o que isso é. E eu acredito que vai dar origem a confrontos globais sobre o uso das tecnologias, que podem na verdade mudar as características das nossas espécies. Isso é a maior batalha que vamos atravessar”.

Numa outra escala de inquietude vem ainda a dessincronização das instituições que fará com que o progresso económico esteja a ser comprometido. Segundo os Toffler, “não podemos ter uma revolução tecnológica sem ter uma revolução social e estrutural”. O que está a acontecer, segundo este casal, é que os modelos institucionais que mantinham a sociedade coesa na fase da era industrial estão a cair e os sistemas burocráticos estão a ser postos em causa.

Autor de ‘O Choque do Futuro’ (1970) , diz que ‘A Terceira Vaga’ (1980) é o livro mais importante que escreveu. Considerado por vários organismos ocidentais como “o futurista mais influente do mundo”,

Toffler é também uma referência no mundo asiático. Na China, por exemplo, está na lista dos 50 homens mais influentes. País onde o seu livro ‘O Choque do Futuro’ é a segunda obra mais vendida de sempre, só perdendo para os discursos do político reformador Deng Xiaoping.

Para terminar, o visionário fala da importância de entendermos as actuais crises (da educação à saúde) de forma interligada e deixa uma crítica aos candidatos à Casa Branca: “Nenhum diz que as crises estão interligadas”, mas confessa que votará em Barak Obama.

Mafalda Avelar


"

Os chineses têm uma política clara e correcta. Entendem a diferença entre a segunda vaga da economia industrial e a terceira vaga da economia do conhecimento e estão a ser capazes de ter as duas ao mesmo tempo.

O grande desafio é saber res- ponder à questão: Quem é que é humano e quem é que não pode ser definido como huma- no por causa da tecnologia e das mudanças genéticas.

O que acontece é que temos empresas que correm e insti- tuições que andam muito devagar e que estão a deitar abaixo a produtividade da economia.

Em termos de educação é esperado que as escolas preparem os jovens para vidas produtivas; mas enquanto os negócios mudam muito rapidamente as escolas mudam muito muito devagar.

O que se está a passar com as novas tecnologias é que o conceito de sociedade de massas está a ficar desactualizado. Na verdade, as pessoas estão a ficar cada vez mais diferentes.

in Expresso

Valores: a cidadania adormecida


No próximo fim-de-semana, cem jovens com menos de 45 anos vão debater, a bordo de um barco que subirá o Douro, sete grandes desígnios para Portugal. O Expresso começa hoje a revelar os documentos, que depois serão entregues a Cavaco Silva

No séc. XIX, no apogeu do Império Britânico, era habitual dizer-se que o Parlamento inglês poderia fazer tudo menos transformar um homem numa mulher. Entre nós, só a partir de 1969 a mulher pôde transpor qualquer fronteira sem autorização escrita do marido.

Na década de oitenta, o então primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro tinha o estigma de ser divorciado. O que mudou, primeiro lenta e depois cada vez mais rapidamente, para que o que antes era errado e impossível seja hoje apenas normal?

O sentido e percepção do tempo, a evolução técnica, a globalização, a fragmentação do colectivo, a diluição da autoridade e o relativismo axiológico, são algumas das respostas imediatas que, contudo, não preenchem a ausência de sentido ou diminuem o vazio que vai alastrando pela sociedade, transformando de forma cada vez mais profunda os nossos dias.

Confrontamo-nos hoje com percepções, discursos e racionalidades distintas entre si, as quais criam e promovem no mesmo tempo e espaço várias representações, imagens, linguagens, percepções e valores alegadamente não hierarquizáveis. A imposição externa (religiosa, estadual ou colectiva) de valores coerentes e congruentes fragmentou-se, e o colectivo deu lugar ao primado, cada vez mais subjectivo e autónomo, do eu individual todo-poderoso.

Se esses resultados foram positivos, como se demonstra nos exemplos indicados, tiveram também consequências nefastas. Compartilhamos hoje um espaço que aparentemente vive dominado pelo império do lucro económico imediato e desigual. Esta é, também, a primeira era em que a beleza, a verdade e a justiça não existem como entidades aglutinadoras e verticais, mas apenas como algo parcelar, aprendido, formulado e hierarquizado por sistemas próprios de referências e valores, tão distintos e autónomos entre si como cada uma das liberdades do indivíduo.

Mas se cada cidadão é, só por isso, livre de agir e de “conformar o seu mundo”, essa mesma liberdade de acção pressupõe que seja responsável pelos seus actos, perante si próprio, perante os outros e perante a comunidade onde se integra e na qual exerce a sua liberdade, à qual, por tudo isso pertence inelutavelmente. Somos, por isso, nós com e para os outros.

Nesta nova ordem socioeconómica multicêntrica, construída num quadro de conflitualidade próprio das democracias modernas, o desafio está em encontrar um postulado intercultural, com pluralismo ideológico e religioso que possa sedimentar uma co-existência construtiva eticamente fundada.

Um debate sedimentado e pluridisciplinar é a única alternativa para a reflexão que deve preceder o discurso e a acção.

Um dos caminhos será a procura do valor como espaço simbólico fundado num discurso convincente e por isso aglutinador.

Outro, a reformulação e neocontextualização das virtudes cívicas da justiça, temperança, tolerância, harmonia e equidade.

Uma terceira via seria simplesmente substituir esses conceitos pela pura eficácia ou racionalidade económica.

Contudo, a história ensinou-nos, depois de Nuremberga, que a pura racionalidade utilitária pressupõe e exige uma delimitação baseada em critérios fundamentais, inalienáveis, que não se esgotem no imediato e útil, mas que salvaguardando o indivíduo potenciem também a coesão social.

Se tudo já foi dito, tudo foi feito e nada mais resta do que a “perpétua agonia da indecisão individual”, valerá a pena a discussão, o simples gesto de começar o caminho descruzando os braços e levantando os olhos para lá de cada espelho. Talvez sim se, além dos grandes princípios, mas com base neles, procurarmos as simples boas práticas e concretizarmos os pequenos nadas que, juntos entre si, podem transformar muitos quotidianos. Afinal, o mesmo tijolo que hoje eleva os muros que nos vão separando, pode ser removido para abrir algumas janelas, construir pontes e talvez trazer algum equilíbrio à nossa triste e bela cidade, suavemente adormecida.

in Expresso, Paulo Duarte Teixeira, Juiz de Direito e Coordenador do Grupo Valores do ‘Novo Portugal - Opções de uma geração’

SEDES alerta para "mal-estar" na sociedade

Lisboa, 22 Fev (Lusa) - A Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) alertou quinta-feira para um "mal-estar" na sociedade portuguesa que, a manter-se, poderá originar uma "crise social de contornos difíceis de prever".

Em comunicado divulgado no seu portal, a SEDES sustenta que "sente-se hoje na sociedade portuguesa um mal-estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional".

Esse "mal-estar" deve-se a "sinais de degradação da qualidade cívica", como a "degradação da confiança dos cidadãos nos representantes partidários", a "combinação de alguma comunicação social sensacionalista com uma Justiça ineficaz" e o aumento da "criminalidade violenta" e do "sentimento de insegurança entre os cidadãos".

A SEDES adverte que, a manter-se o "mal-estar e a degradação da confiança (...), emergirá, mais ou cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de prever".

Por isso, a associação apela à intervenção da sociedade civil mas sobretudo do Presidente da República e dos partidos políticos com representação parlamentar.

O comunicado é assinado pelo conselho coordenador, do qual fazem parte Vítor Bento, que o preside, Alves Monteiro, Luís Barata, Campos e Cunha, Ferreira do Amaral, Henrique Neto, Ribeiro Mendes, Paulo Sande e Amílcar Theias.

Criada em 1970, a SEDES é uma estrutura que tem como preocupação reflectir sobre a situação económico-social do país.

No comunicado, a associação manifesta a sua preocupação com "o afunilamento da qualidade dos partidos", devido à "dificuldade em atraírem e reterem os cidadãos mais qualificados" e a "critérios de selecção cada vez mais favoráveis à gestão de interesses".

A SEDES critica igualmente a "tentacular expansão da influência partidária na ocupação do Estado e na articulação com interesses da economia privada".

Para a estrutura, a "combinação" entre uma "comunicação social sensacionalista" e uma "Justiça ineficaz" traduz-se num "estado de suspeição generalizada sobre a classe política", que leva ao afastamento de "muitas pessoas sérias e competentes da política, empobrecendo-a".

A "banalização da suspeita" nos media e a "incapacidade" da Justiça em "condenar os culpados (e ilibar os inocentes)" favorecem os "mal-intencionados", o que conduz à "desacreditação do sistema político", reforça a SEDES.

A associação considera que o Estado "tem uma presença asfixiante sobre toda a sociedade": deixa cada vez menos espaço "verdadeiramente livre para a iniciativa privada" e "demite-se, muitas vezes, do seu dever de isenta regulação, para desenvolver duvidosas articulações com interesses privados".

Referindo-se à criminalidade, o comunicado aponta a falta de "uma acção consistente - da prevenção, investigação e da Justiça - para transmitir a desejada tranquilidade" e uma "espécie de fundamentalismo ultra-zeloso, sem sentido de proporcionalidade ou bom-senso" do Estado.

"Calculem-se as vítimas da última década originadas por problemas relacionados com bolas de Berlim, colheres de pau ou similares e os decorrentes da criminalidade violenta ou da circulação rodioviária e confronte-se com o zelo que o Estado visivelmente lhes dedicou", sublinhou a SEDES, responsabilizando os legisladores portugueses, que "transcrevem para o direito português, mecânica e por vezes levianamente, as directivas" europeias.

Para a "regeneração" da sociedade portuguesa, a associação advoga que os partidos políticos devem "abrir-se à sociedade, promover princípios éticos de decência (...) e desenvolver processos de selecção que permitam atrair competências e afastar oportunismos".



Lusa/ER.

DESEMPREGO: Aumento de 61% entre licenciados em três anos

O número de desempregados licenciados aumentou 61 por cento nos últimos três anos, disse à TSF o economista Eugénio Rosa. Cerca de 40 por cento são das Ciências Sociais, enquanto apenas nove por cento vêm das áreas tecnológicas.

O número de desempregados licenciados aumentou 61 por cento nos últimos três anos, disse à TSF o economista da CGTP Eugénio Rosa, esta sexta-feira, dia em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga os últimos números do desemprego em Portugal.

«O desemprego total, de acordo com os dados do INE, aumentou cerca de oito por cento, enquanto que o desemprego de portugueses com escolaridade superior aumentou à volta dos 61 por cento», disse.

Para o economista, isto acontece porque «há uma desadequação entre aquilo que as universidades estão a produzir em licenciaturas» e as «necessidades de desenvolvimento do país», ou seja, na criação de emprego.

Eugénio Rosa conferiu os dados estatísticos dos desempregados entre 2000 e 2006 e verificou que 40 por cento são de Ciências Sociais, sobretudo das áreas de «Educação, Artes, Humanidades, Sociologia, Psicologia, Direito e Jornalismo», enquanto que «apenas nove por cento» são das áreas tecnológicas.

«Há uma desproporção muito grande», porque a maior «parte dos licenciados são precisamente os que estão mais na situação de desemprego», frisou o economista da CGTP.

De acordo com os últimos números oficiais, existem actualmente 47 mil desempregados com licenciatura.

A TSF ouviu alguns desempregados licenciados, entre os quais Rui, que é licenciado em Física e Química e que se revolta quando ouve os governantes dizerem que é necessário apostar na formação profissional.

Para além de apostar na qualificação, «é preciso termos emprego para que essa formação tenha continuidade após as saídas da faculdade», disse, lembrando que muitos licenciados estão a trabalhar em áreas diferentes daquelas que queriam seguir.

Teresa, que tirou o curso de Arquitectura e é empregada de mesa, entende que não consegue emprego na sua área, porque o seu curso insere-se num «meio muito fechado e competitivo», onde preferem pagar menos a quem não tem formação específica.

in TSF

Uma notícia pouco abonatória para um país que tem boa parte dos seus trabalhadores intelectuais a fazer trabalhos manuais.

Cooperação transfronteiriça: Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional considera que portugueses devem ser mais "pró-activos"

Badajoz, Espanha, 06 Fev (Lusa) - O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Rui Baleiras, desafiou hoje os portugueses interessados em desenvolver projectos de cooperação transfronteiriça com Espanha a serem "mais pró-activos" do que no passado, para aproveitarem os apoios comunitários até 2013.
"No passado, os actores portugueses foram demasiado passivos na apresentação de candidaturas. Esperaram que fossem contactados por parceiros espanhóis, que precisavam de um parceiro do lado português para terem acesso aos fundos comunitários", afirmou a agência Lusa, à margem de um seminário em Badajoz, Espanha.

O secretário de Estado, que participou na apresentação do novo Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Portugal-Espanha 2007-2013, fazia o balanço dos três programas europeus transactos destinados a apoiar projectos em regiões europeias de fronteira (INTERREG).

Para este novo período de apoios comunitários, frisou, a mensagem a passar para o terreno é a de que, "desta vez, os portugueses tem que ser mais pró-activos".

"Devem ter a ambição de liderar consórcios, de serem eles a propor o projecto e a ir à procura dos parceiros em Espanha", estimulou, exemplificando que seminários como o que decorre na cidade de Badajoz, com cerca de 800 participantes, permitem esses contactos para futuras parcerias.

O PO de Cooperação Transfronteiriça Portugal Espanha, que vai vigorar até 2013, conta com uma dotação financeira próxima dos 360 milhões de euros, sendo que o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) suporta 267,4 milhões de euros.

A cooperação transfronteiriça entre os dois países, no âmbito do PO, vai assentar em quatro eixos fundamentais: fomento da competitividade e promoção de emprego, meio ambiente, património e prevenção de riscos, ordenamento do território e acessibilidades e fomento da cooperação e integração sócio-económica e institucional.

O PO visa promover o desenvolvimento das zonas fronteiriças, reforçando as relações económicas e as redes de cooperação existentes em cinco áreas territoriais específicas, nomeadamente Galiza/Norte de Portugal, Norte de Portugal/Castela e Leão, Centro/Castela e Leão, Alentejo/Centro/Extremadura e Alentejo/Algarve/Andaluzia.

O secretário de Estado afiançou à agência Lusa que, neste PO dedicado à cooperação transfronteiriça, a prioridade vai ser dada a "projectos de natureza imaterial".

"O programa de cooperação transfronteiriça, tanto em Espanha como em Portugal, no passado, serviu para fazer mais do mesmo, basicamente o mesmo tipo de iniciativas que os PO regionais financiavam. Houve a preocupação de mudar e deste programa ser um complemento a esses PO regionais", disse.

Projectos como "rotundas ou pontes" não vão ser financiados, garantiu, contrapondo que, com sinal positivo, encontram-se iniciativas que permitam a "gestão em comum de equipamentos colectivos" ou "agilizar a prestação de socorro, do outro lado da fronteira, por unidades de protecção civil do outro país".

Melhorar o combate a incêndios florestais e colaborar na valorização do património ecológico de um lado e outro da fronteira foram outros dos exemplos dados por Rui Baleiras, que aludiu ainda a iniciativas ligadas ao projecto de navegabilidade do rio Guadiana, este já apoiado pelo PO regional do Algarve.

No seminário de hoje, que se prolonga até quinta-feira, também o secretário-geral de Presupuestos Y Gastos, Luis Espadas Moncalvillo salientou que a cooperação territorial, em especial a transfronteiriça, por apoiar as regiões raianas, tradicionalmente "mais deprimidas", é importante para a coesão económica e social de cada país.

Os anteriores programas europeus de apoio transfronteiriço, afiançou, foram "catalizadores do desenvolvimento" na raia espanhola e portuguesa, devendo agora esse esforço ser prosseguido, para que as fronteiras deixem de ser "um obstáculo"e possam ser fomentado "o crescimento económico e o emprego" nessas regiões.

© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

O QUE FAZER COM A MARCA PORTUGAL? Contributos de Tiago Forjaz e Nick Knight


Confesso-me um apaixonado por Portugal e pelo talento português. Quando há uns anos tive a oportunidade de estudar lá fora em escolas de referência soube nessa altura apreciar de fora a nossa personalidade única enquanto povo, bem como a riqueza imensa da nossa herança cultural, ambiental e gastronómica.
Foi nessa qualidade e com alguma expectativa que recebi a “nova imagem” de Portugal, que penso dar um (pequeno) passo no que nos pode levar a formar uma opinião de um país mais moderno e atraente, e que nos poderá trazer também uma componente mais sexy de turismo e investimento a um país com muito para dar… mas esperava bastante mais…
E aqui começa o que verdadeiramente vos queria dizer: tal como uma imagem televisiva é feita por milhares de pontos no écran chamados pixéis também a marca Portugal é constituída hoje por mais de 10 milhões de pessoas (contam já o Deco e o Pepe…), assentes no legado histórico dos grandes portugueses que fizeram desta uma nação única que perdura. E a marca Portugal não é nem pode ser uma campanha fotográfica espalhada em grandes cartazes, mesmo que eu aprecie particularmente o estilo do Sr. Nick Knight. Tem que ser muito mais… tem que ser, por exemplo, o ecoar repetido do nosso hino cantado pelo Vasco Uva e pelos restantes Lobos. Tem que ser o salpicar salgado das ondas de Sagres invocando o infante D. Henrique.
Tem que ser o esforço colectivo de uma consciência nacional do que nos torna únicos, do que nos faz diferentes no mundo, do que conquistámos, do que temos para conquistar (as marcas criam-se a olhar o futuro), do que ambicionamos como nação. A marca Portugal que nos vai levar longe começa com a projecção do nosso talento nacional. E aqui o Sr. Nick Knight e o João Wengorovius da BBDO que me desculpem mas tenho que dar maiores créditos por exemplo ao Tiago Forjaz e à equipa da Jason Associates pela grande iniciativa que estão a levar a cabo com o StarTracker (ver www.thestartracker.com ). Aí estou a ver a Marca Portugal a dar saltos em frente.
O StarTracker, que é uma plataforma de network entre os jovens talentos portugueses, introduzidos por convite pelos méritos que os actuais membros lhes reconhecem, faz muito pela marca Portugal. Basta ver os vídeos das reuniões de talento português em Londres ou Paris ou Madrid para percebermos onde estão depositadas as sementes do futuro da Marca Portugal… cada português faz parte da marca Portugal. É uma legítima expressão e extensão da nossa marca colectiva. O que o Tiago Forjaz fez é extraordinário, pela simplicidade da iniciativa (as melhores ideias são sempre as mais simples e as mais objectivas…) e pelo que está a proporcionar aos nossos talentos lá fora em termos de contactos pessoais, que acredito irão contribuir para novos projectos que levem Portugal bem longe.
Mais do que vermos a Marca Portugal em fotos está a viver-se assim a Marca Portugal, está a descobrir-se quem somos na verdade. Temos com orgulho uma nova nação que começa a querer ver-se ao espelho. E que está a gostar do que vê…
Somos um país de descobridores. Sempre o fomos e vamos continuar a ser. Descobrimos um país onde ninguém o via. Descobrimos caminhos marítimos para novas riquezas e novas glórias. Descobrimos a Europa e estamos a fazer muito por ela. Talvez o nosso grande desígnio para o séc. XXI seja a descoberta de nós próprios enquanto povo. Daqui a 10 ou 20 anos a Marca Portugal, através de cada português, irá viver novos tempos de afirmação no mundo pela consistência da nossa mensagem individual. Espero estar cá por muitos anos para ver em pleno o que está a ser começado agora.
Sr. Nick Knight, apareça por cá daqui a uns anos mas traga muitos rolos. Vai ter de tirar muito mais fotos de figuras brilhantes para conseguir ilustrar Portugal…

in PÚBLICO, Miguel Coelho

Clusters Vocacionais



(Clique na imagem para ampliar. Desconheço a fonte.)

Fica a pergunta: A quem cabe a responsabilidade de mudar? Ao Governo? Aos Consumidores? Aos Empreendedores?

Interior rural é o próximo alvo do turismo do Algarve

O interior rural é o próximo alvo do turismo algarvio, com a valorização pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve de projectos que estimulem o desenvolvimento local e que poderão beneficiar de apoios comunitários.

“Queremos fazer uma discriminação positiva do interior. A costa não está cem por cento esgotada, mas quase. Além disso, o Plano Regional de Ordenamento do Território para o Algarve (PROTAL) impõe limites mais rígidos à construção no litoral, por isso é preciso dinamizar o interior”, disse à Lusa o presidente da CCDR do Algarve, João Faria, adiantando que já existem pedidos de licenciamento de empreendimentos nestas zonas.

Estes projectos poderão ser apoiados com fundos comunitários inscritos no Programa Operacional do Algarve (PO) para o período 2007-2013. “Não vamos financiar directamente os empreendimentos, mas podemos apoiar equipamentos e infra-estruturas que sirvam a zona onde se inserem”, afirmou o presidente da CCDR do Algarve.

O QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) para o período de 2007-2013, que enquadra o destino do actual pacote de verbas comunitárias para Portugal, tem programas operacionais (PO) para cada uma das cinco regiões de planeamento do Continente – Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve – e um para cada região autónoma.

Complementarmente ao Feder (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, que se destina a corrigir as assimetrias regionais), a aposta no interior algarvio contempla também verbas para o desenvolvimento das actividades rurais e ligadas ao turismo de natureza.

PO Algarve tem 175 milhões de euros

Exemplo disso são os projectos da Via Algarviana, uma rota pedestre que liga Alcoutim ao cabo de São Vicente, numa extensão de 240 quilómetros que atravessa a serra algarvia, e da Ecovia, direccionada para a utilização de bicicletas, que têm já financiamentos previstos no PO do Algarve.

Para João Faria, importa também criar “pontos de interesse” que promovam as aldeias, “frágeis em termos de capacidade de atracção”, como a festa dos presépios e o concurso de gastronomia que premeia as melhores receitas típicas.

O programa de revitalização das aldeias vai ter continuidade, garantiu o responsável da CCDR, apesar de haver menos dinheiro para distribuir no novo ciclo de apoios comunitários.

O Programa Operacional (PO) Algarve21 conta com uma dotação de 175 milhões de euros, um terço do investimento do anterior ciclo de programação, orientando as verbas para três eixos: competitividade, inovação e conhecimento (90 milhões), valorização territorial e desenvolvimento urbano (61 milhões) e protecção e qualificação ambiental (18 milhões).

“Havendo menos dinheiro, temos de ser mais selectivos”, frisou João Faria, acrescentando que “é preciso garantir a competitividade na região e investimentos no sector privado que permitam um crescimento sustentado.

Daí que o eixo da competitividade absorva cerca de metade dos fundos disponíveis, merecendo especial atenção a criação de zonas onde as empresas se possam implantar.

Formação superior aproxima-se do mercado

Fomentar o empreendedorismo qualificado é outra prioridade que se pretende promover com estímulos financeiros.

Neste contexto, as universidades do Algarve surgem como um parceiro interessante, já que “têm centrado as suas actividades em sectores prometedores” e com potencial ligação ao meio empresarial nas áreas das ciências do mar, dos sistemas inteligentes e das ciências da saúde e biotecnologias.

No ano lectivo de 2004/2005, os cursos de licenciatura com maior número de matriculados eram gestão de empresas, economia, biologia marinha e pescas, engenharia biotecnológica, engenharia de ambiente, de sistemas e informática.

Nas Escolas Superiores (Tecnologia e Hotelaria e Turismo), o maior volume de matriculados encontrava-se nos cursos de gestão, turismo, engenharia eléctrica e electrónica, engenharia civil e engenharia mecânica.

“Este perfil de frequências posiciona as Faculdades e Escolas da Universidade do Algarve num patamar de relação activa com trajectórias formativas que valorizam uma integração no mercado de trabalho menos dependente do emprego público e mais ligadas ao empreendedorismo e a funções técnicas e de gestão, próximas da economia empresarial”, sublinha o documento relativo ao programa Operacional do Algarve (2007-2013).

Pacote anterior de fundos executado a 80 por cento

Os primeiros concursos (sistemas de incentivos, regeneração urbana, modernização administrativa e acções de valorização do litoral) já foram abertos e prolongam-se até Abril, dependendo do eixo ao qual são apresentadas as candidaturas.

Relativamente ao anterior programa (2000-2006), cerca de 80 por cento está já executado e João Faria acredita que não vai ficar dinheiro por gastar.

O Programa Operacional do Algarve completou o ciclo de programação com uma dotação global de 485 milhões de euros, tendo disponibilizado 275 milhões de euros para intervenções sectoriais desconcentradas, 163 milhões para apoiar investimentos municipal e intermunicipal e 47 milhões de euros para acções integradas de base territorial.

O eixo 2 (acções integradas de base territorial) foi o que teve uma execução mais baixa, devido ao atraso sofrido pelos programas Polis. Ainda assim, este eixo revelou forte dinamismo no que respeita às aprovações, que cresceram 66 por cento, comparativamente à média dos outros dois eixos que rondou os 20 por cento.

in Público

Fome será o preço da alternativa biocombustível?


Os preços dos cereais atingiram níveis recorde e as reservas desta base de alimentação estão ao nível mais baixo desde há 25 anos. O alerta foi lançado recentemente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), que antevê os impactos mais graves desta realidade "preocupante" nos países em desenvolvimento, os que menor acesso costumam ter a esta produção agrícola.
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Desde o começo do corrente ano que o preço dos cereais tem vindo a subir no mercado internacional e já atingiu o nível mais alto de sempre. Isto deve-se ao aumento da procura e à diminuição das reservas mundiais, bem como à subida em flecha dos custos de transporte. Especialistas têm também alertado para os riscos da substituição da cultura de cereais para alimentação pelas oleaginosas destinadas a produzir biocombustíveis.
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A falta de cereais já está a levar a instabilidade social em alguns países em desenvolvimento. Mesmo na Europa o preço do pão tem escalado.Em Portugal já subiu 20% desde Janeiro e poderá subir ainda este ano mais 30%.

in JN

UE / Fundos: Bruxelas e Portugal aprovam primeiros quatro programas operacionais do QREN


A Comissão Europeia e Portugal aprovaram já um primeiro pacote de quatro programas operacionais no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional, garantiu ontem o ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional português.

"Os programas operacionais (PO) 'Factores de Competitividade', 'Valorização Territorial' e os programas para as regiões da Madeira e dos Açores [na vertente FEDER - Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional] foram aprovados nos últimos dois dias, o que confirma que Portugal está entre os primeiros países a fazer aprovar os seus operacionais", disse o governante à imprensa no final do primeiro dia do Fórum de Cooperação Interregional, em Lisboa.

"Conseguiu-se superar tudo e chegar a um acordo com Portugal, enquanto Estado-membro, sobre o programa operacional 'Factores de Competitividade' que é particularmente importante para o nosso tecido económico", que vai envolver 3,1 mil milhões de euros em fundos cofinanciados pelo FEDER", adiantou o ministro.

"Há agora que aguardar pelos procedimentos internos da Comissão Europeia, mas o acordo político está inteiramente conseguido", salientou.

O segundo o programa, "Valorização Territorial", foi também aprovado: "Não há obstáculo nenhum", sublinhou o ministro do Ambiente, realçando que envolverá 4,8 mil milhões de euros provenientes do FEDER.

Por sua vez, os dois outros programas operacionais para as regiões autónomas da Madeira e dos Açores, no âmbito dos fundos do FEDER, foram igualmente aprovados.

A comparticipação dos fundos comunitários (FEDER mais Fundo Social Europeu) nestes programas rondam os 446 milhões de Euros para a Madeira e os 1,2 mil milhões para os Açores, a que acrescerão verbas do Fundo de Coesão.

Na próxima semana já deverão estar na Internet os regulamentos relativos ao "Factores de Competitividade", bem como os sistemas de incentivos às empresas, para que possam ser consultados os regulamentos e começarem a ser preparadas as candidaturas".

"Nos primeiros dias de Outubro serão recebidas as primeiras candidaturas", disse o ministro, que falava à imprensa no Pavilhão de Portugal em Lisboa, sendo acompanhado pela comissária europeia para a Política Regional, Danuta Hubner, e pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Rui Baleias.

"Isso significa que começámos a entrar na fase de execução do QREN, o que é um motivo de satisfação para todos nós", disse.

No entanto, realçou que falta ainda o terceiro programa temático "Potencial Humano" que está em negociações, com mais uma reunião na sexta-feira, bem como os programas operacionais regionais.

"Numa semana, quinze dias, no máximo estarão aprovados", adiantou.

in AgroNotícias

Desculpas, desculpas, desculpas...

Caríssimos visitantes,
Os meses de Julho e Agosto foram marcados por excessivos niveis de exigência profissional, motivo pelo qual o blogue quase estagnou.
Porque muitas vezes os textos publicados são apenas transcrições de outras fontes, mas que, quer pela qualidade quer pela visão que apresentam, merecem essa difusão, nem sempre deixarão perceber ao visitante o nível de empenho que tenho com este projecto.
Assumo na minha definição de cidadania a procura incessante de soluções que visem harmonizar o território português, quer pelo aproveitamento dos seus maiores activos naturais - sol, campo, sossego, baixa densidade populacional - tecnológicos e infra-estruturais.

Peço pois que me desculpem, assim como eu vos perdou-o do vosso silêncio!

15 cidades excedem limite de poluição


O Expresso fez um «ranking» das cidades mais poluídas. Lisboa lidera, seguida de Guimarães, Paredes e Espinho

Um mero assador de castanhas localizado junto a uma estação de medição da qualidade do ar fez disparar os níveis de concentração de partículas nocivas para a saúde. Isto aconteceu em Novembro, em Entrecampos.

Por aqui se vê a que ponto é complexa a medida da poluição atmosférica. Mas não é nenhum acaso que faz da Avenida da Liberdade a mais poluída do país. Ali, o tráfego intenso e a morfologia (avenida estreita, ladeada por prédios altos) concentram os poluentes emitidos pelos carros.

Dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) - que ajudou o Expresso a elaborar este «ranking» - indicam que a capital, em 2005, teve 183 dias durante os quais se verificou excesso de concentração de partículas. A norma apenas admite um máximo de 35 dias nestas condições. Madrid teve menos um dia de excesso de partículas. Contudo, estes dados referem-se a 2006.


Mas se Lisboa lidera pelas piores razões, o Norte de Portugal reúne o maior número de cidades que ultrapassam os limites legais de concentração de partículas. Guimarães, Paredes e Espinho ocupam os lugares cimeiros do «ranking», logo a seguir à capital. Esta classificação apenas reflecte os locais - em 44 cidades - onde estão instalados postos de medição. Para se ter uma ideia global é preciso ponderar as diversas medições.

Além dos carros e fábricas, a poluição atmosférica é acentuada por fenómenos como as elevadas temperaturas, ou os incêndios no Verão, ou até por episódios de transporte de partículas a partir do Norte de África.

“As excedências (dias em que os limites máximos são ultrapassados) ameaçam a saúde pública, por estarem associadas ao transporte de metais pesados tóxicos que provocam problemas respiratórios”, refere Dília Jardim, chefe da Divisão de Ar e Ruído da APA. A Comissão Europeia tem vindo a apertar os limites admissíveis destes poluentes, considerados responsáveis pela redução de nove meses na esperança média de vida dos europeus. Um estudo da Universidade Nova indica que 35% do atendimento pediátrico no Hospital D. Estefânia, em 2004, se deveu a doenças respiratórias.

A UE impôs em 2001 uma norma que obrigava as regiões mais poluídas a ter Planos e Programas de Qualidade do Ar. A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo concluiu os seus em 2005, mas a sua homóloga do Norte ainda não o fez.

Só há dois meses o Governo aprovou legislação que responsabiliza as Câmaras Municipais pela aplicação no terreno de medidas correctoras da poluição do ar exterior. “A Câmara de Lisboa não ligou nenhuma a estes planos”, critica o presidente da referida comissão, Fonseca Ferreira, lembrando ser ao município que compete decidir e aplicar as medidas.

Marina Ferreira, presidente da Comissão Administrativa da autarquia, contrapõe: “Tomámos medidas fortíssimas para condicionar o tráfego, designadamente aumentando as tarifas de estacionamento, aprovando o plano de pormenor que prevê a pedonização dos eixos laterais da Avenida da Liberdade, ou construindo o Túnel do Marquês, que reduz o congestionamento”.

Em tom de remate, Francisco Ferreira, da Quercus, lembra que “noutras cidades europeias o estacionamento é caro, não há alternativas, e o dinheiro serve para financiar os transportes públicos, enquanto em Lisboa 70% dos carros que entram não pagam nada e o dinheiro do estacionamento vai para a EMEL ou para os donos dos parques”.


in Expresso, Carla Tomás

I'm not dead!


Estive na passada semana em três cidades espanholas: Málaga, Sevilha e Mérida

O resultado excedeu as expectativas. Os problemas de ordenamento tornam-se mais evidentes quando analisamos cidades que acabámos de conhecer.

Por outro lado, e para quem não se lembra, PORTUGAL NÃO TEM NENHUMA CIDADE COM A DIMENSÃO DE MÁLAGA: Desconhece por completo a realidade de uma cidade com 700.000 habitantes.

Posso revelar, antes de aprofundar o tema e publicar as respectivas fotografias, que concluo hoje que as cidades superiores a 100.000 habitantes na península ibérica começam a perder dimensão humana.

Volto em breve ao tema.

Desabafo


Tenho revisto nos últimos dias os programas "Prós & Contras" sobre a Ota.
Quanto mais os revejo mais fico revoltado, (o que até denunciará que sou masoquista).
Defende o PNPOT as cidades policêntricas - que discordo porque agravará as assimetrias regionais - e afastar-nos-á do modelo de cidades médias à escala ibérica.

Isto significa que na minha opinião, a melhor solução para o desenvolvimento sustentável do país seria de Portela + TANCOS, sendo que a Portela ficaria com o tráfego de passageiros (tradicional) e TANCOS com as mercadorias e com a aviação Low Cost. Esta solução custaria ao país 300 milhões de euros - custo final da remodelação do Aeroporto do Porto - isto é 5% do valor de investimento previsto, dinamizaria a linha do norte, tal como a Ota, traria tarifas concorrenciais a essa infraestrutura e promoveria a região Santarém/Abrantes.

Mas o PNPOT defende outra coisa: Cidades Policêntricas.
Neste pressuposto, seria previsivel que um dos centros fosse colocado na margem sul, "expandido a cidade de Lisboa para a região menos saturada", argumento utilizado para a actual localização da Ponte Vasco da Gama.
Mas não! O argumento utilizado para definir a actual localização da PVG, a bem do ordenamento e "contra" o ambiente, não serve para a futura localização do Aeroporto!
Mais estranho ainda é a compreensão do argumento de Mário Lino, que refere-se a uma região a 20 kms do centro de Lisboa como "deserto" o que me leva a questionar se existe melhor localização para um aeroporto do que um deserto a 20 kms do centro económico do país.
Para além disso, e quem conhece o território como reclama o autor do PNPOT, a Península de Setúbal vive problemas gravíssimos de desemprego no sector terciário. Sabendo que um aeroporto emprega, entre directos e indirectos, 15 a 25 mil pessoas, que solução melhor se vislumbra como solução?

Ou será que sou eu que não estou a compreender e os policentros têm que ser litoralcentros?
... Saberá algum dos leitores qual a dimensão da faixa litoral na nossa vizinha Espanha?!

Bridging the Broadband Gap



Realizou-se no passado dia 14 e 15 de Maio em Bruxelas a conferência "Bridging the Broadband Gap", cujo objectivo foi o de sensibilizar os governos regionais para a importância da cobertura de banda larga nas regiões rurais.

Entre as conclusões configura a importância dessa cobertura na "Diversificação das actvidades económicas [no meio rural] para a criação de emprego e para uma melhor utilização das tecnologias de informação, nomeadamente para a dinamização de teletrabalho e para o suporte à criação e manutenção de actividades económicas em zonas rurais"

"Europa precisa de novos desafios ao nível da ciência e inovação"

Desenvolvimento e Inovação
"Europa precisa de novos desafios ao nível da ciência e inovação"
A ideia foi defendida pelo comissário europeu para a Sociedade de Informação que entende que a Europa deve continuar a desenvolver esforços no sentido de se tornar o território mais competitivo do mundo.

Carlos Zorrinho, coordenador do Plano Tecnológico, defendeu ontem em Guimarães a ideia de uma Capital Europeia da Inovação como uma forma de incentivar a investigação e a inovação no território europeu.

Para além de Carlos Zorrinho, esteve também presente o secretário de Estado da Ciência e da Tecnologia, e ainda o comissário europeu para a Sociedade de Informação, num encontro que reuniu em Guimarães representantes de 15 laboratórios europeus de investigação (os chamados Living Labs).

As várias intervenções do encontro focaram de forma transversal a necessidade de aproximar o desenvolvimento tecnológico e a inovação dos cidadãos, promovendo o crescimento e a criação de emprego – objectivos fundamentais da Estratégia de Lisboa.

A rede europeia de Living Labs pretende ser uma oportunidade importante para alcançar aqueles objectivos, mediante o estabelecimento de desafios concretos. O comissário Ulf Dahsten lançou exemplos como a criação de sistemas de energia e de transportes não poluentes ou ainda a necessidade de criar um sistema de saúde inovador que tenha em consideração o aumento da população idosa em toda a União Europeia.

O seminário decorre até amanhã, 23 de Maio.

in reflexodigital.com

Pedro Norton de Matos



Um aviso amigo. É com um toque de ironia que o empresário Pedro Norton de Matos se refere ao enfarte de miocárdio que sofreu há dois anos. Um acidente sem sequelas que o fez corrigir o «triângulo infernal» em que vivia: stress, vida sedentária e má alimentação. «Estava com o estilo de vida próprio dos tempos modernos. Andava muito de carro e de elevador, viajava muito, comia demais e a más horas e andava em permanente tensão. Imaginem um banco de tripé: se falha um pé, o banco tomba. Foi o que me aconteceu», brinca Norton de Matos. Depois deste episódio, voltou a praticar exercício com regularidade - na juventude chegou a jogar futebol no Benfica, na categoria de juvenil e júnior - passou a encher menos o prato e a acalmar o seu ritmo de trabalho. «No dia em que tive o ataque de coração, uma espécie de camião que estacionou no meu peito, fiz uma promessa à minha família. Passaria a tomar mais cuidado comigo e o meu ritmo de trabalho seria gerido de uma maneira mais racional», recorda. Actualmente orgulha-se de ter autoridade moral sobre a família, amigos e colegas. «Já cheguei a pegar amigos pelo braço, que viviam com ritmos e hábitos disparatados, obrigando-os a repensar prioridades.» Para manter um coração saudável, recomenda a todos que andem cerca de 50 minutos num terreno plano. «Chega para fortalecer o sistema imunitário», diz, tendo em mente a sugestão desta semana da agenda Expresso/Banif a propósito do Mês do Coração, em Maio: «Dê corda aos seus ténis e descubra a sua terra a pé».

in Expresso

5000!

Cinco mil visitas...

Um momento para agradecer aqueles que nos visitam, à google que nos aloja, aos comentadores que são o motivo da existência deste espaço, e principalmente aos participantes que aceitaram expôr-se em nome de uma sociedade melhor, mais competitiva, em síntese, uma sociedade sustentável.

A todos muito obrigado!

Trabalho em casa traz qualidade de vida e maior produtividade

Os chamados home offices chegam a 3,5 milhões; funcionários têm conforto e garantem economia para empresas

Já são 3,5 milhões os brasileiros teletrabalhadores, ou seja, aqueles que trabalham em casa. A maioria deles é de funcionários de empresas que optaram por fechar escritórios para reduzir custos desnecessários. O número é da Sobratt (Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades).

Também conhecido como home office, o trabalho em casa é uma tendência, segundo especialistas e empresas.

Segundo Álvaro Mello, diretor executivo da Sobratt, nos EUA esse número é muito superior e cresce 30% ao ano.


texto integral em Bom Dia Preto

"(...) Já não vive em Lisboa!"


Numa tentativa de organizar um jantar de uma antiga turma do secundário, fiquei a saber:
a) A Patrícia, que seguiu auditoria fiscal, vive em Amesterdão
b) O João, que seguiu jornalismo, vive no Brasil
c) A Adélia, que não sei se ingressou no ensino superior, vive no Algarve
d) A Elsa, que seguiu Gestão, vive igualmente no Algarve
e) A Mafalda, que seguiu Marketing, vive em Viana

...Enquanto isto acontece, os políticos dos diferentes partidos justificam o êxodo de Lisboa com a atractividade dos municípios contíguos.

Portugueses preocupados com educação ambiental e família

Os portugueses revelam uma preocupação especial a favor da aposta na Educação Ambiental. Num debate promovido pela Comissão Europeia, as três dezenas de cidadãos nacionais que participaram neste debate mostraram-se ainda preocupados com questões relativas à família.

texto completo em tsf.pt

11/3




É revoltante observar imagens como esta ou do 11/9.
De que forma pode a sociedade ocidental prevenir semelhantes barbaridades no futuro? Estará a sociedade ocidental a impôr o seu comportamento noutras civilizações sem respeitar a cultura local?
Pela mesma lógica, que atitude deveria a União Europeia assumir perante os EUA pelo abandono do tratado de Quioto?!

Contas Regionais do INE: Norte perde peso na economia portuguesa

A economia portuguesa cresceu 0,7 por cento em termos médios entre 2000 e 2003, com a região Norte a perder peso no valor da riqueza criada, segundo as contas regionais do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgadas.

Em termos nominais, o produto interno bruto (PIB) subiu 4,3 por cento nos três anos entre 2000 e 2003, e em termos reais (ou seja, descontando a inflação) subiu 0,7 por cento.

O Norte cresceu menos do que a média, perdendo peso no conjunto da riqueza criada internamente, enquanto a Madeira, os Açores, o Algarve e o Centro registaram taxas de crescimento superiores à média. As regiões Norte e de Lisboa representam, juntas, cerca de 65 por cento do PIB português e 63 por cento do emprego total.

Rendimento disponível subiu 4,8 por cento

O rendimento disponível das famílias portuguesas melhorou 4,8 por cento entre 2000 e 2003, crescendo a um ritmo superior ao da economia, segundo as contas divulgadas pelo INE, com dados definitivos para o período 2000-2003 e preliminares para 2004.

O crescimento do rendimento disponível foi mais elevado no Algarve (6,9 por cento) e na Madeira (6,6 por cento) e mais baixo no Norte (4,1 por cento) e Centro (4,5 por cento), com estas duas últimas regiões a afastarem-se da média nacional.

Os dados do Valor Acrescentado Bruto, uma medida do valor da produção, mostra que a importância do sector primário (inclui a agricultura) baixou nesses três anos, tendo aumentado a do secundário (indústria) e terciário (serviços).

Lisboa é única região com riqueza por habitante acima da média da UE

Lisboa foi a única região do país que conseguiu ultrapassar a riqueza média gerada por habitante no conjunto da União Europeia, entre 2000 e 2004, aproximando-se dos 110 por cento, medida em paridades de poder de compra.

As contas regionais hoje divulgadas mostram que Portugal gerou nesses quatro anos uma riqueza (PIB) por habitante de 77 por cento da produzida pela União Europeia a 25 Estados-membros,.

No Norte, uma região com muitas disparidades, o PIB por habitante em paridades de poder de compra não foi além de 62 por cento da média UE, apresentando-se como a região com maior afastamento face aos parceiros comunitários.

Actividades financeiras e imobiliárias absorveram 1/3 do investimento

As actividades financeiras e imobiliárias absorveram mais de um terço (35%) do investimento português em 2003, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgados.

Esta elevada percentagem deve-se sobretudo ao investimento em habitação, segundo o INE, o qual apresenta uma grande disparidade regional (é mais significativo em Lisboa e no Norte).

O segundo grupo de actividades com mais peso no investimento em Portugal foi o de “comércio, alojamento, restauração, transportes e comunicações”, com 22 por cento.

in Público

"Famílias pedem à banca 58 milhões por dia"

O semanário EXPRESSO faz hoje referência ao crescimento do endividamento das familias portuguesas.

Recordo-me que nos finais dos anos 90, o aumento do endividamento das famílias era uma manchete frequente.
A dúvida surge no momento desta notícia: Como é que nos dias de hoje pode existir esse aumento de endividamento não produtivo, estando a economia numa fase letárgica?

Por outras palavras: Estaremos a "consumir" de forma sustentável? Estarão as opções de consumo/vida do passado compativeis com o actual estado económico?

Serão os subúrbios solução para a redução dos custos de vida? Qual o custo económico e em tempo dispendido com transportes para o acesso aos centros empresariais?

Onde está, em Portugal, a qualidade de vida? A que preços?

Referendo sobre a Interrupçao Voluntaria da Gravidez

2007

A Justiça é o novo nome da Paz.

Faça do próximo ano a sua quota parte na construção da PAZ JUSTA.

Pobreza em português

Obrigado!

Ao fim de 4 meses de blogue atingimos as 2000 visitas!
Apesar de existirem posts em datas anteriores, inicialmente publicados no Beira Medieval sob o título "Inovação & Inclusão:(...)", só em Agosto foi criado este blogue e colocado o respectivo contador.

O visitante 2000 é oriundo das terras de Santarém e é cliente da Cabovisão!

A todos o meu muito obrigado!

Investimento em equipamentos cria défice no crescimento global de Serviços de TI em Portugal

O ritmo de crescimento para o sector de Tecnologias de Informação no mercado nacional é superior à média registada no resto da Europa o que leva a IDC a prever que entre 2005 e 2009 o investimento no sector leve a um crescimento acumulado de mais de 40 por cento em Portugal, mais 10 por cento do que é esperado no resto da Europa ao longo do mesmo período.

Contudo, é o mercado de equipamentos que obtém maior investimento por parte das empresas nacionais, superando os 54 por cento face aos "34 por cento da média europeia". Esta é uma realidade que tende a agravar com o aumento do peso específico do hardware, que deverá atingir os 60 por cento em 2009, em detrimento do sector de serviços, ou seja, o contrário do que se pode observar na Europa, onde este sector ocupa uma posição dominante.

A IDC reforça a sua previsão ao referir que, excluindo os serviços de outsourcing, o crescimento global dos serviços de TI entre 2005 e 2009 é seis por cento inferior aos valores registados nos restantes países europeus.

Estima-se que discrepância de investimentos entre os dois sectores acarrete impactos negativos ao nível da actividade dos fornecedores de TI, que obtêm "margens de lucros mais reduzidas na comercialização de equipamentos que em prestações de serviços", e nos índices de produtividade e competitividade dentro da comunidade utilizadora, já que a falta de investimentos gera "um fraco nível de definição estratégica e de planeamento", o que para a IDC é reflexo da lacuna estrutural existente no segmento empresarial português.

Paralelamente, também os investimentos em software representam valores superiores aos registados na média europeia, embora estejam abaixo dos números requeridos para a recuperação do atraso tecnológico e de organização. Mais uma vez, o crescimento neste segmento, é impulsionado pela actualização tecnológica e não tanto pela necessidade de investimento em aplicações e ferramentas de desenvolvimento.

Para 2006, a IDC, estima que o mercado global de TI seja dominado por um crescimento moderado, onde os principais players serão obrigados a repensar a sua "oferta de produtos e serviços em função das oportunidades de fusão e aquisição" e as estratégias de inovação - ao nível de clientes, de modelos de distribuição e de venda -, "adequados a um ambiente competitivo e em rápida mutação".

Contudo espera-se que as TIC obtenham um crescimento moderado, o que se reflecte junto dos fornecedores que apostam em novos produtos e serviços, mais modelos de negócio e "novos tipos de relacionamento com a comunidade utilizadora".

A aquisição de pequenas empresas, com especializações em determinados segmentos de mercado, assim como as fusões entre organizações continuarão a desempenhar um papel relevante junto do redimensionamento das empresas fornecedoras.

Prevê-se que o modelo Open Innovation venha potenciar a criatividade a partir de fontes externas à empresa, o que poderá trazer grandes mudanças ao nível de vários segmentos, "desde o open source até outras comunidades mais fechadas", já que, utiliza os benefícios da Internet para "acelerar o aumento da produtividade, constituindo uma importante contrapartida aos efeitos igualizadores da globalização", diz a consultora.

São esperadas novas versões de implementação online de aplicações por parte dos líderes de software aplicacional e estima-se que o "efeito Google" venha a expandir-se o que implica um impacto ao nível dos modelos de distribuição de software, agregação de conteúdos, publicidade, comunicações e media. Também os sectores financeiros, de transportes, de viagens ou de leilões iram sentir os reflexos desta tendência tecnológica, diz a IDC.

No entanto, a previsão aponta para a supremacia da tecnologia na oferta de serviços às empresas e aos consumidores, o que aumenta o "número de fabricantes de equipamentos extra-informática e o aumento da oferta de BPO".
in tek.sapo.pt

Uma "ponte" tramada!


Depois do feriado de ontem (portugal), estamos hoje em frente aos pc's a "fazer horas" para o fim de semana.
Curiosamente, estes dias são para mim os mais interessantes: Permitem-me organizar a papelada que há muito anda entre "pendentes".

Vamos a isto!

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