Novos Povoadores®

Apoiamos a instalação de negócios em territórios rurais

Os Benefícios da Crise!

Ultrapassado que está o período das vacas gordas - afirmação extemporânea para a maioria dos portugueses - o lado positivo da vida está agora a nascer.

As áreas metropolitanas perderam há muito o seu esplendor. Foram durante décadas o epicentro de talentos de nível nacional onde residiam as oportunidades de participação profissional que gravitavam em redor dos mesmos.

Hoje, a economia do conhecimento traz consigo a democratização territorial. E os territórios rurais, outrora desconectados dessa economia, têm hoje atractivos de relevo para proporcionar o êxodo metropolitano: A qualidade ambiental, social e económica dos territórios rurbanos respondem ao novo estilo de vida dos empreendedores.


A consequência mais interessante do êxodo metropolitano será a polinização de conhecimento protagonizado pelos Novos Povoadores nos territórios de baixa densidade. As redes e a Internet trouxeram consigo a possibilidade de acesso e difusão de informação a nível global, e-learning e trabalho com equipas geograficamente distribuídas (groupware), para citar algumas possibilidades. Facilitarão deste modo a dinamização em seu redor de pequenos alvéolos sociais, com vista a respostas mais actuais à economia que estamos a construir.


O modelo de vida tradicional, onde a população metropolitana adquiria no campo/praia a segunda habitação que lhe permitia respirar, é no actual modelo a sua morada de eleição: Quebraram-se as barreiras geográficas e a falta de competitividade provocada pelos excessivos custos de produção nas áreas metropolitanas - que eram suprimidos por uma procura sucessivamente crescente de uma economia que agora sabemos sobreaquecida - tem hoje uma resposta no território interior conectado.

Por outro lado, os territórios com vontade de atrair Novos Povoadores - gente empreendedora, capaz de gerar dinâmicas de emprego e com vontade de adoptar um estilo de vida mais familiar - são chamados a posicionar-se de uma forma pró-activa, isto é, facilitar a integração dos novos residentes e das suas famílias. Essa tem sido a grande diferença no desenvolvimento dos territórios de baixa densidade. Quando os diversos actores territoriais se mobilizam em torno de um mesmo projecto - Networking Territorial - o sucesso torna-se alcançável. Os Novos Povoadores deixam de o ser, para fazerem parte de uma comunidade que luta para uma maior afirmação territorial, um acto de cidadania activa que os torna actores do desenvolvimento económico e social dessas regiões.

Será esta uma visão utópica?

Segundo um estudo da ONU, em 2015, 69% da população portuguesa viverá nas áreas metropolitanas, acentuado a ausência de qualidade de vida nesses centros populacionais.

Por seu turno, só o Município de Sintra acolhe mensalmente 1000 novas famílias de acordo com os últimos censos do INE.
Estando a sociedade globalizada assente cada vez mais numa economia sem geografia, facto que permite olhar para o território de uma forma mais inclusiva, é possível reduzir o fosso das assimetrias regionais com vantagens para os novos residentes dos territórios de baixa densidade. Assim, além do inegável incremento da qualidade de vida, promover-se-á a quebra de um ciclo de sangria demográfica.

Passar horas a fio no trânsito - que se retiram directamente ao tempo em família - não é uma inevitabilidade para ninguém.

Alexandre Ferraz e Frederico Lucas, co-autores do projecto "Novos Povoadores"

in SOL

As férias da minha vida!

Todos temos férias que jamais esqueceremos. São momentos especiais, marcados por novas experiências... :-)

Deveria ter 11 anos quando rumei, uma vez mais, com os meus pais para o Algarve.
Na época, para uma criança alfacinha, o verão era marcante: Pelos novos aromas, pelas novas gentes e por um equilíbrio entre a ruralidade e o turismo existente naquela época.

Foi nessa altura que questionei-me sobre “onde queria viver quando crescesse”!
E, naquele instante, fascinei-me pela primeira vez pelo meio rural num processo que me conduziu muito mais tarde a uma ruptura com o ambiente metropolitano.

Hoje, quando observamos o Algarve, não encontramos a mesma harmonia entre o turismo e a ruralidade.
Atrevo-me a dizer que pouco restou da identidade algarvia em boa parte da sua região.

E é esta constatação que me faz lutar por um interior equilibrado. O turismo é importante mas não deve ser sobrevalorizado como o “remédio para todos os males”.
Multiplicar por dez o turismo no interior, coeficiente necessário para o reequilibrio económico nestas regiões, significaria ceder ao fish and chips dos destinos de massas.
E essa não é, por certo, a ambição das gentes de Trás os Montes e Alto Douro.

Mas, e existe sempre um “mas”, os comércios desta região precisam de mais consumidores, as escolas de mais crianças, os centros de saúde de mais utentes. Em suma, este território precisa de mais gente.

Num momento em que 30% dos trabalhadores desenvolvem a sua actividade online - sejam contabilistas, tradutores, gestores de clientes ou ilustradores, para dar alguns exemplos - isso significa que muitas familias metropolitanas podem migrar para onde lhes convier.
É aqui que reside um grande factor de competitividade dos territórios rurais mas conectados à banda larga: Captar essas familias!

E esse é o desafio: Convidar as familias metropolitanas para residir nos nossos territórios menos povoados, com mais qualidade ambiental, social e económica.
Para que isso aconteça, é importante que saibamos receber essas gentes “de braços abertos”!

Crónica de Frederico Lucas para a Revista Tribuna Douro

Sabores transmontanos à sua mesa!

Luís e Patrícia partiram de Braga para Alfândega da Fé, onde têm familia.
Assim concretizaram o objectivo de alterar o ritmo das suas vidas, no momento em que passaram a ser pais.

Com esta migração, abraçaram outro designio: colocar à mesa dos portugueses os produtos tradicionais transmontanos.
Os seus conhecimentos sobre as pequenas indústrias da região permitem-lhes identificar os produtos que o solo transmontado viu nascer, cumprindo a sua identidade.


Com o portal Monte Mel, pretendem aplicar aos negócios ancestrais ferramentas actuais.

Promovem os pequenos produtores transmontanos, preenchendo uma lacuna no mercado, após a estagnação do comércio tradicional. Procuram contrariar a desactivação de pequenas unidades produtivas, que têm vindo a perder facturação nas últimas décadas.

"Em Abril, Alheiras Mil" é o mote da actual campanha de promoção do portal Monte Mel.

Broadband 'can be an engine for economic growth in Europe'

The Mobile World Congress (MWC) 2012 took place in Barcelona from 27 February to 1 March with the participation of global leaders in the world of telecommunications.
The event coincided with the decisions on roaming and data roaming charges in the European Parliament, considerations of the future investment in internet technologies and debates on the Anti-counterfeiting Trade Agreement (ACTA), each with its own policy ramifications on the telecoms industry.

Despite the positive global trends linking broadband technology to GDP growth, speakers at the MWC pointed out that Europe remains the only continent where telecommunications business is running at a loss. The European Commission has dedicated €9.2 billion to co-finance transition from copper to fibre-based cable telecoms and internet networks in October 2011.
Indonesian Telecoms Minister Tifatul Sembiring stressed at the broadband forum organised by leading global information and communications technology solutions provider Huawei that growth in broadband was central to economic growth of 6.5% that the country experienced in the past year.

The importance of the broadband internet as an engine for the economic growth was pointed out by Huawei Vice Director Richard Brennan who told New Europe that the technology could improve various aspects of life, including education, healthcare and the way businesses operate.
One of the creative solutions presented at the eve of MWC is improvement in machine-to-machine (M2M) technologies presented by Huawei that allow both wireless and wired systems to communicate with other devices, providing an interface for consumers and developers to implement ideas and services as applications on the cloud rather without unnecessary worries about the infrastructure set-up and maintenance.

The future IPv6 technology, championed by Huawei, would allow for every appliance to be connected to the network, fetch data from it and report its position and other information. Application of such technology in healthcare could provide timely and accurate treatment while lowering costs.
Many companies around the globe already benefited from using Huawei's cloud technologies, but creation of a wider open-access data network, based on the fibre broadband which would serve as a backhaul available to users, could provide a boost to invention-based economy and creative businesses.
The World Bank estimates that a 10% increase in broadband penetration can potentially translate into 1.3% GDP growth, with comparative studies in countries which committed to national broadband commitments confirming this trend.

in New Europe

TVI 24: O projecto Novos Povoadores



A 25 de Fevereiro, o Portugal Português teve como tema principal «Novos Povoadores»: um projecto que tem como principal objectivo repovoar o interior do país.
Os Novos Povoadores apoiam quem quer mudar de vida, quem decide largar as grandes cidades e rumar para concelhos mais rurais. Até agora cerca de 600 famílias já se inscreveram, mas o projecto tem tido muitos avanços e recuos.
A primeira família mudou-se agora para Alfândega da Fé. O Portugal Português mostrou outros casos de famílias que decidiram arriscar e viver com mais qualidade.
Em estúdio, a jornalista Paula Magalhães, contou com a presença de Frederico Lucas, responsável pelo projecto Novos Povoadores e Luís Guimarães, membro da primeira família a mudar-se para o interior. Porque o que se passa em qualquer lugar deste país interessa a Portugal.

In TVI24

Negócios rurais a crescer

António Afonso, André Vaz e Marco Domingues arriscaram onde quase ninguém ousa fazê-lo: no interior do país. A falta de mercado de trabalho local tem criado novas oportunidades para quem não quer ir atrás do "sonho do litoral".

André Vaz é um apaixonado por abelhas. A licenciatura em educação física e a especialização em animação social não chegaram para que se sentisse realizado. Foram precisos 320 enxames para começar a pensar em deixar o trabalho por conta de outrem para se dedicar exclusivamente à Apidolce. 

Por enquanto, vai mantendo a sua actividade na Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros e na Casa da Misericórdia, mas o objectivo é o de viver apenas da apicultura. "O projecto é recente, mas o gosto vem de há muito. O meu avô e o meu pai eram apicultores, mas tiveram que deixar de ter abelhas por motivos pessoais. Em 2003, comecei a fazer da apicultura um 'hobby' e seis anos depois iniciei o meu projecto empresarial", conta.

O rosto por trás da Apidolce foi um dos vencedores da edição de 2010 do Prémio EDP Empreendedor Sustentável, cujo objectivo é o de criar um contexto favorável à criação de auto-emprego em regiões onde a ausência de mercado de trabalho é uma das principais preocupações.

António Afonso também viu o seu "Reino Maravilhoso" ser distinguido com o primeiro prémio, depois de vários anos ligados à docência e ao turismo. Recentemente, terminaram várias jornadas municipais de empreendedorismo, organizadas para lançar a segunda edição e, sobretudo, para provocar o encontro de instituições ligadas ao desenvolvimento ou gestão da região, com actuais e futuros empreendedores. No total, houve mais 500 participantes.

"Este prémio nasce da visão da EDP para a região onde estão a ser construídas barragens: se produzir energia a partir da água é bom para o país inteiro, então os primeiros portugueses a beneficiar com isso devem ser os que lá vivem", explica Sérgio Figueiredo, administrador-delegado da Fundação EDP. O ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa promoveu um inquérito sociológico às populações de Trás-os-Montes e Alto Douro, para identificar quais eram as suas prioridades. As respostas foram claras: o povo transmontano quer que o investimento que está a ser feito na região crie oportunidades de emprego. "E nós achamos que isso é crucial para fixar pessoas naquele território, que é provavelmente o maior drama com que o interior do país se confronta", acrescenta.

A EDP entendeu que poderia ir além do emprego, directo e indirecto, gerado pelas obras de construção e criou o "Programa Empreendedor Sustentável", uma de várias iniciativas em curso. Objectivo: que a região adquira competências e capacitação para o auto-emprego e lançamento de pequenos negócios. "Dadas as dificuldades da economia portuguesa, com taxas de desemprego elevadas, a capacitação e desenvolvimento de uma cultura para o empreendedorismo é absolutamente necessária", revela. Sérgio Figueiredo adianta que este programa desafia as pessoas a "pensar fora da caixa". "A EDP apoia gratuitamente empreendedores locais, através de serviços de consultoria e formação, elaboração de plano de negócios e apoio ao processo de financiamento."

Além desta iniciativa, a Fundação EDP desenvolveu outra, a "EDP Solidária Barragens", que visa apoiar a inclusão social e a melhoria das condições de vida dos mais carenciados. A Fundação conseguiu encontrar projectos empreendedores com uma vertente social associada, como o CSS - Comércio Solidário e Sustentável, de Marco Domingues, que venceu o primeiro prémio. Mas tudo isto não chega.

André Vaz gostaria que os municípios pudessem dar mais apoio técnico a quem quer criar o seu próprio negócio ou revitalizar o emprego. "As pessoas têm vontade e mercado, não têm é argumentos válidos para ir buscar o financiamento. Penso que isto resolveria o problema dos jovens no geral", afirma. Ao trabalhar na área social, o apicultor tem contacto com uma das actividades que a autarquia desenvolve, o "Empreendedorismo e Capacitação de Agentes".
"Vejo que há bastantes jovens a tentar criar o seu emprego e a fugir à falta de empregabilidade da região. Muitas vezes, este empreendedorismo é fora da área de formação, tal como me aconteceu a mim." O principal obstáculo é o financiamento, seja por falta de capitais próprios ou de abertura das instituições bancárias. "A vontade existe e a procura também." António Afonso concorda. O recém-empresário afirma que a região transmontana tem muita gente a querer empreender e que o Governo devia apostar no interior do país.

Cinco dicas para promover o negócio local
1. Constituição de "working labs" e espaços de "co-working"

Estes "laboratórios de trabalho" e espaços para a partilha de negócios devem estar centrados no município e envolver a autarquia, que é, invariavelmente, a maior entidade empregadora e o principal dínamo do mercado de trabalho local. Os espaços permitem integrar conhecimento e parcerias entre desempregados, freelancers, empresários, mentores e universitários. O objectivo é criar um sistema em rede, com condições para incubação de empreendedores e empresas.

2. Ligar pequenos negócios a grandes investimentos

A construção de um empreendimento hidroeléctrico ou de uma obra pública de grandes dimensões gera oportunidades favoráveis ao nascimento de pequenos negócios. Os empresários devem promover encontros com as PME das regiões onde vão construir novas obras, para reduzir a desvantagem de acesso à informação que existe face a grandes fornecedores nacionais. Este efeito de alavancagem pode ser produzido da mesma forma nos processos de internacionalização.

3. De "freelancer" a pequeno empresário

Existem várias profissões que devem ser expandidas com formação, capacitação e "marketing" social, como o agricultor, pedreiro, canalizador ou carpinteiro. Devem ser dinamizadas, porque fazem falta, sobretudo em regiões onde há uma grande migração de habitantes. Um pequeno empresário promove o emprego e combate o êxodo rural. Os empresários devem estimular contratação de horas, em vez de contratar a pessoa. Os Centros de Emprego devem avançar com experiências-piloto, semelhantes aos mecanismos de "mercado" praticados por empresas de trabalho temporário, que permita orientar um desempregado para um trabalhador por conta própria.

4. Atrair jovens casais

A emigração para as cidades junto ao litoral não pode ser a única saída possível para os jovens desempregados do interior. As autarquias devem facilitar a instalação de casais jovens nos seus concelhos, para que possam aproveitar oportunidades como o programa de Empreendedor Sustentável e o Movimento de Novos Povoadores, que já permitiu a instalação de dois jovens casais.

5. Desenvolvimento de uma ideia de "serviço cívico nacional voluntário"

Esta ideia deve constituir uma ferramenta que que permita combater o isolamento do desempregado, em serviços de apoio domiciliário, por exemplo, utilizando espaços, cozinhas ou lavandarias já existentes.
in Negócios, Ana Pimentel

Associação Leque em Alfândega da Fé



O projecto Novos Povoadores está a apoiar a transferência de famílias para Alfândega da Fé.
Neste território, a Associação Leque desenvolve actividades para pessoas com necessidades especiais (Deficiência/incapacidade).
Mais informações em leque.org

Novo Parque de Ciência vai ter laboratórios para apoiar empresas




O Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo, previsto “nascer” em Évora, no próximo ano, vai agregar laboratórios para apoiar empresas em várias vertentes, como energias renováveis, ambiente e clima, agro-alimentares, protótipos e mecatrónica ou informática.

“Vários laboratórios vão ser instalados no parque para prestarem serviços a empresas, por exemplo no estudo de materiais e construção de protótipos”, adiantou hoje Manuel Cancela d'Abreu, vice-reitor da Universidade de Évora. O responsável explicou ainda que o espaço, assim como todo o Sistema Regional de Transferência de Tecnologia (SRTT) em que está integrado, num projecto para ser implementado no Alentejo e na Lezíria do Tejo, vai abranger várias vertentes de actuação.

“Uma delas, muito importante, é a das indústrias e empresas agro-alimentares. Outras são as energias renováveis, a mecatrónica e protótipos, as indústrias ligadas ao ambiente e ao clima e a informática”, revelou. A ideia é que existam laboratórios e outras estruturas de investigação que promovam a transferência de tecnologia da Universidade de Évora e dos institutos superiores politécnicos de Beja, Portalegre e Santarém para as empresas da região.

“O Parque de Ciência e Tecnologia e o SRTT são importantíssimos porque, hoje em dia, as empresas e as regiões desenvolvem-se e conseguem criar emprego através da inovação, pelo que é fundamental o trabalho em conjunto com as instituições de ensino superior e de investigação”, frisou.

O SRTT vai ser criado por um consórcio de 21 parceiros e prevê um investimento global de quase 42 milhões de euros, dos quais cerca de 30 milhões (70 por cento) são apoios comunitários, através do Programa Operacional InAlentejo.

Uma das vertentes mais importantes do SRTT, que também engloba incubadoras de empresas em vários pontos da região, é o Parque de Ciência e Tecnologia que, no próximo ano, vai ser construído em Évora.

A sociedade gestora do parque, que vai também coordenar todo o SRTT, é constituída formalmente quarta-feira, na Universidade de Évora, com a assinatura da escritura. O capital da sociedade é de 575 mil euros, detido maioritariamente (quase 76 por cento) pela Universidade de Évora, seguindo-se o Banco Espírito Santo e a empresa Glintt, que actua em várias áreas, nomeadamente a informática e as energias renováveis.

Os restantes parceiros da sociedade são a Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo, a Associação Nacional de Jovens Empresários, os institutos Politécnicos de Beja, Portalegre e Santarém e a empresa Decsis.


in CiênciaHoje, Fotografia EDP FabLab

E-Migrar para Portugal

A polémica em torno das declarações do Primeiro Ministro sobre emigração dos professores tem provocado celeuma suficiente para jornalistas e comentadores discutirem os destinos mais aliciantes para portugueses em busca de uma oportunidade. Brasil, Angola, China?

Nos Novos Povoadores, preferimos falar em destinos como Alfandega da Fé, ou outras regiões do interior rural. Tristemente, a polémica não inspira os opinion makers a levantar o véu sobre as oportunidades que residem no reequilibrio territorial baseado na mobilização de uma população empreendedora capaz de gerar riqueza independentemente da localização geográfica (economia DNS).

Há um país por "descobrir". Esconde-se entre a visão romântica do meio rural e o estigma de um interior empobrecido. Na realidade, se a ideia de um projecto de turismo em espaço rural e uma pequena agricultura familiar nutre muitos sonhos, não é menos verdade que hoje, as assimetrias regionais são acentuadas em grande medida pela escassez de população.

É certo que o momento que Portugal atravessa não é dos mais auspiciosos, mas neste período em que o governo está concentrado na consolidação das finanças públicas, e a economia no seu todo sofre um severo abrandamento, é o momento oportuno para reflectir sobre o que, para cada um de nós, pode constituir uma oportunidade.

...e-Migração, porque não?
Emigração das suas ideias, dos seus serviços, sem dúvida! Na economia chamam-lhe exportação, e pode fazê-lo "e-migrando" dentro de Portugal em total segurança e qualidade.

A [e-migração] resultado da procura de melhores condições de vida fruto da ligação ao mercado global.

"É preciso instalar as pessoas com dignidade, é preciso dar vida às aldeias vazias"

Gonçalo Ribeiro Telles, de 89 anos, vai ser homenageado hoje, em Lisboa, enquanto "Homem, Político, Professor, Visionário".






Em entrevista ao SAPO, o arquiteto paisagista que já foi secretário de Estado do Ambiente de vários Governos provisórios, ministro da Qualidade de Vida e deputado, defendeu que é necessária uma nova mentalidade para o planeamento do território: "É preciso instalar as pessoas com dignidade, é preciso dar vida às aldeias vazias".
“Temos as aldeias com senhores envelhecidos, não está lá ninguém. É preciso muita coisa principalmente uma nova mentalidade para o planeamento do território”, afirmou.
Gonçalo Ribeiro Telles considera que são muito poucos os governantes que conhecem bem o país, especialmente o mundo rural. “Há uma ignorância total do que é um território, que tem de ter uma certa população a viver com dignidade”, explicou.
Para o arquiteto “é preciso tirar o maior partido possível das áreas que têm possibilidade de criar alimento. Há instrumentos para o fazer mas não são traduzidos nos planos diretores municipais. Muitas vezes são considerados como obstáculos ao desenvolvimento e ao progresso, o que é uma coisa espantosa”.
A cerimónia de homenagem a Gonçalo Ribeiro Telles decorre na Fundação Calouste Gulbenkian e, entre outros, vão marcar presença Duarte de Bragança, Diogo Freitas do Amaral, Miguel Sousa Tavares, Pedro Roseta, Maria Calado, Alberto Vaz da Silva, António Barreto, Eduardo Lourenço e Mário Soares.

in SAPO, Rita Afonso
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