Novos Povoadores®

Apoiamos a instalação de negócios em territórios rurais

Quanto custa uma migração mal sucedida?

A mensagem é romântica e toca todos os portugueses que são vítimas de stress urbano: "Migrar para o Campo" aparece como um desígnio para os tempos modernos.

Melhorar a informação sobre as oportunidades disponíveis e os riscos inerentes a este processo é a missão do Programa Novos Povoadores.

O território português de baixa densidade tem falta de emprego, consequência de um tecido empresarial pouco inovador. Isso gera desemprego, que antecede o fenómeno do despovoamento.

Inverter este ciclo passa por captar empreendedores capazes de transferir para o território rural as atividades tradicionalmente urbanas de elevado valor acrescentado.

Transformar a lã de ovelha em mochilas chic ou uvas em vinho para comer são exemplos de fórmulas que criam emprego na cadeia produtiva.

Cada família é um caso. A configuração familiar, as competências dos adultos e as vocações dos seus filhos obrigam a uma análise cuidada sobre os melhores destinos rurais para a sua migração.
A ansiedade pela aquisição de nova habitação é emocional e legítima, mas nem sempre racional e correta.

A alergia de um membro da família à vegetação local, a falta de condições para a instalação de uma nova empresa ou a incapacidade de escoar os seus produtos ou serviços, são causas comuns para transformar sonhos em pesadelos.

Não existem estudos sobre os custos material e emocional dessas migrações mal sucedidas.
Mas sabemos que onze das treze famílias que desistiram desse projeto migratório acabaram por se separar.
Para os técnicos do Programa Novos Povoadores não é fácil desaconselhar uma família a migrar. Mas é recorrente: 461 famílias atendidas, 140 desaconselhadas a migrar.

O insucesso é uma parte da realidade. No outro lado da estatística estão 255 famílias aprovadas, e dessas 132 estão instaladas em pequenas vilas do território rural português com o apoio do Programa Novos Povoadores.

É uma gota no oceano. Mas são estas gotas que estão a reconfigurar aquilo a que designamos por campo!

Novos serviços para apoiar a migração

No seguimento do inquérito aos inscritos no nosso programa no passado mês de Novembro, percepcionámos o interesse generalizado na prestação de serviços personalizados para a identificação de fontes de financiamento (71,1% das respostas), apoio no desenho do negócio (60%) e na identificação de parceiros para a nova atividade económica a desenvolver (57,7%).

Neste sentido, e com a expetativa de responder a essas necessidades, melhorámos a plataforma para o desenho de novos negócios.
Neste momento, as famílias que tenham preenchido com sucesso o questionário de candidatura, cujo link seguiu no email com o assunto ‘Inscrição aceite!’, receberão o acesso gratuito ao sistema de desenho de modelos de negócio.

Após o preenchimento desse questionário, receberão no seu email três quadros: a Tela do Modelo de Negócio; o Desenho da Proposta de Valor; Quadro Marketing Mix.

Com estas tabelas, facilita-se a leitura sobre o posicionamento do novo negócio, as oportunidades e os riscos associados.

Serviços Personalizados

O Programa passará a prestar serviços personalizados às famílias que pretendam instalar-se em territórios que ainda não sejam aderentes.
Até ao momento estavam limitados aos serviços online.

Estes novos serviços a prestar estão disponíveis nos planos “projeto” e “implementação”, cujos custos podem ser consultados na opção Serviços.
Assim, o Programa Novos Povoadores adopta uma política comercial freemium: os serviços online são gratuitos, passando os serviços personalizados a ter um custo.
A elaboração de Planos de Negócio e os serviços de consultoria imprescindíveis à montagem do negócio são elegíveis para co-financiamento através do Vale Empreendedorismo.

Interculturalidade: O fator chave do desenvolvimento





Somos os atores principais das nossas vidas.

A crise dos refugiados não deixa ninguém indiferente.
Tal como na tragédia do Titanic, alguns salva-vidas acolheram apenas metade da sua capacidade, enquanto outros 1514 passageiros morreram congelados ao largo da Terra Nova.

Hoje, 100 anos depois, discutimos o acolhimento daqueles que fogem da guerra.
Somos europeus e vivemos na terra desejada para os sírios. E entre nós, existe quem tenha a ousadia de pensar que deveremos barrar essa entrada, atirando milhões de seres humanos para a morte.

Irónico.
Um continente em envelhecimento entende que não tem espaço para acolher quem nos pede auxilio.

Mais grave.
A História, para quem a conhece, revela que o desenvolvimento nasce na interculturalidade.
Charles Darwin explica que aqueles que melhor se adaptam aos novos contextos são os que têm maior probabilidade de sobrevivência.

A pena de morte foi abolida na Europa - excepção da Ditadura Lukashentina na República da Bielorrússia - mas diversos governos europeus continuam a marginalizar milhões de seres humanos que apelam por auxilio.

Ruralidade com futuro!
Para além do despovoamento, os territórios rurais na Europa têm recursos para acolher novos residentes.
Se esses residentes trouxerem novas competências, poderemos construir uma ruralidade com futuro: mais inclusiva, mais inovadora, mais efectiva.

O desafio está nas mãos daqueles que não se resignam ao papel de figurantes das suas vidas.

Quais as etapas no processo migratório?




A migração começa no desejo: a procura de uma vida mais tranquila e equilibrada.
Tempo para si e para os seus, longe do desperdício de tempo e recursos na mobilidade urbana.

Após a Inscrição no nosso programa, tem a possibilidade de realizar um auto-diagnóstico para validar as tarefas já cumpridas desse processo.
Com a aceitação da inscrição, inicia-se a Análise de Perfil.
Receberá um link para um inquérito sobre o enquadramento social: percurso de vida, experiências profissionais e ambições familiares.

Segue-se o desenho do Modelo do Negócio: o apoio ao desenho do negócio a instalar em meio rural.
As Competências, a Experiência, o Capital disponível e os Mercados conhecidos, são os fatores determinantes para o negócio a instalar pela família migrante. Para que tudo corra bem!

Ultrapassado este momento, Visita ao Destino: os territórios que reúnem condições e recursos para o negócio a implementar, compatíveis com o perfil familiar.

Com o negócio e o território definidos, é tempo de testar: Teste de Conceito do Negócio
O produto é aceite pelo mercado? E está disponível para o adquirir pelo valor pretendido? Os parceiros apoiaram a implementação do protótipo?
Ajustamentos ao Modelo de Negócio e implementação.
Toca a fazer as malas: Migração!



Ruralidade Moderna

As "cidades do futuro" pretendem ser verdes, sustentáveis, inteligentes e low cost.
Isto já existe. Chama-se "Campo".



As cidades são a imagem do passado, os territórios rurais são espaços do futuro.
O Século XX ficará para a história como o limite na utilização dos recursos naturais.
Primeiro no campo, onde as indústrias altamente poluentes instalaram as suas unidades produtivas, depois as cidades que acolheram milhões de habitantes, sem avaliar a sustentabilidade dos recursos ambientais.

O consumo excessivo de água e a emissão de CO para a atmosfera estão a condenar o ambiente das áreas metropolitanas.
Quem tem condições para migrar para territórios mais saudáveis, acaba por faze-lo.

No Programa Novos Povoadores, o foco está nos serviços dos ecossistemas.
Procuramos oportunidades de negócio que geram valor, riqueza e postos de trabalho, em sintonia com a melhoria das condições desses recursos.
Não é possível mantêr o principio do “mal menor”: polui o ambiente mas cria emprego.
Hoje, é fundamental que crie emprego enquanto despolui o rio.
Não é uma utopia.
Hoje, há quem produza capas para telemóveis a partir dos residuos recolhidos de um rio, e quem constrói casas de madeira dentro de um processo de reflorestação.

A importância de criar valor não substitui a necessária melhoria dos ecossistemas, devido às gerações vindouras.
Precisamos de simbiose entre ambiente e economia, e não de uma relação de concorrência.
A imaginação é o limite.

Mondim de Basto adere ao Programa Novos Povoadores

A Câmara Municipal formalizou, recentemente, um protocolo para a implementação do Projeto Novos Povoadores, no concelho de Mondim de Basto.

O programa de repovoamento rural Novos Povoadores vai facilitar a implementação ou transferência de projetos empresariais para os territórios rurais, apoiando a migração dos empreendedores e suas famílias.

É um projeto que pretende contribuir para a revitalização deste território rural através do repovoamento com empreendedores capazes de desenvolver economicamente este território com a instalação de pequenas empresas.

É, por isso, um programa dirigido a pessoas e famílias que pretendem deixar as áreas metropolitanas para viverem no interior rural. O programa de repovoamento rural facilitará a um membro da família a criação de uma empresa no território de destino ou a transferência da sua empresa que possua.

Os candidatos a Novos Povoadores beneficiam, através deste programa, de apoio na definição do projeto empresarial a desenvolver; na identificação de projetos semelhantes e visita aos mesmos e na identificação de parceiros e conselheiros para o negócio definido.

O Presidente da Câmara, Humberto Cerqueira, reconhece que o território do concelho de Mondim tem atrativos que lhe permitem competir com as áreas urbanas e onde a tranquilidade e a vida profissional ativa podem coexistir “encontrar forma de combater a diminuição da população a atrair novos habitantes é o maior desafio destes territórios. É um desafio muito exigente e não há uma receita única para este problema, temos de ser capazes de enfrentar novos caminhos e novas soluções”.
Este projeto tem um custo para autarquia de 22.500,00€ (IVA incluído) e prevê instalar cinco famílias até ao final de 2017.

Tecnologia, conectividade e novos modelos de trabalho

Parafraseando a publicidade daquela famosa marca de whisky, diria que o trabalho já não é o que era. Dir-me-ão que a mudança é constante e esta frase pode ser dita em qualquer momento histórico, com a mesma validade…Mas a novidade é que a “mudança” acelerou nas últimas décadas e tal é bem visível em quase todos os contextos de trabalho. Da minha parte, em pouco mais de década e meia de vida profissional, já trabalhei em sectores ditos mais conservadores (ex. na banca) e noutros que se catalogarão de inovadores (ex. na área da internet). Em todos assisti, em poucos anos, a transformações radicais nas formas de organização do trabalho e nos outputs desse mesmo trabalho – sempre com base na simplificação e na rapidez. Complementando este meu empirismo, num passado recente tive a oportunidade de ler 2 livros que marcaram de forma vincada o meu olhar sobre estas realidades e me ajudaram a estruturar algum pensamento…e, confesso, algumas convicções.

O primeiro foi o provocador “The 4-Hour Workweek”, livro com um título disruptivo e com um conteúdo que não lhe fica atrás. Timothy Ferriss, o autor, passou mais de cinco anos a aprender as práticas dos que ele designa como «novos ricos», pessoas com estilos de vida profissionais alternativos, que abandonaram os modelos clássicos de trabalho das 9h às 6h, para viver na plenitude tudo o que o dinheiro, as tecnologias e este novo mundo globalizado lhes permite. Estas experiências levaram-no a tornar-se especialista na utilização das novas “moedas” – tempo e mobilidade – para criar um estilo de vida sofisticado, de aprendizagem e desenvolvimento pessoal constante (por curiosidade, entre outras experiências, já foi professor em Princeton, campeão de kickboxing e especialista em tango). Para além deste appeal romântico para todos os que quem querem escapar à pressão do quotidiano, viajar mais e ter rendimentos tranquilos, também traz ensinamentos profissionais e de gestão “out-of-the-box”. Alguns exemplos:

- “gerir através da ausência”, com modelos bem definidos de delegação e autonomia das equipas;

- estruturar regras de tomada de decisão sequenciais, com a “automatização” das sub-partes dos processos;

- optimizar o tempo, cruzando a aplicação da regra de Pareto (80/20) ao dia-a-dia com a escala/ importância de cada projecto a que nos dedicamos;

- cultivar um mind-set de “informação selectiva”, de modo a não sermos submersos pelos muitos canais/ media a que somos expostos (dentro e fora da empresa);

- desenvolver a arte de “bloquear as interrupções”, colocando todo o foco na tarefa-chave.

O segundo foi o “Rework”, um livro de gestão diferente de qualquer outro que tenha lido. Por vezes, parece até advogar a “não gestão”, condenando muitos dos rituais que preenchem o nosso dia-a-dia empresarial. A sua palavra-chave é “simplificar”. Exemplos?

- não perder tempo com business plans ou orçamentos que não servem para quase nada ou estratégias a longo prazo que muito rapidamente ficam desactualizadas;

- não perder tempo com reuniões inúteis, sem agenda ou outputs definidos;

- não crescer, quando se consegue obter sucesso com uma estrutura pequena;

- não perder muito tempo a estudar ou tentar copiar a concorrência e aplicá-lo, antes, a criar produtos ou serviços únicos (com grande engagement dos consumidores);

- criar ofertas simples (mono-produto ou quase) e apostar em vitórias rápidas.

Os autores, Jason Fried e David Hansson são “evangelizadores” genuínos e vivem de acordo com estas máximas na sua empresa Basecamp (ex-37 Signals). Com os seus métodos revolucionários centrados na autonomia, na improvisação e na produtividade individual, são uma lufada de ar fresco no mundo da gestão.

Cada um à sua medida, estes livros refletem um novo paradigma: processos simples, foco no essencial, forte componente tecnológica que permite acelerar e controlar fluxos processuais/ de informação e, claro, uma conectividade constante entre profissionais e equipas – com vista a resultados optimizados.

Acredito pois que, a nível da gestão, três tendências se irão reforçar nos próximos anos:

- Processos de inovação: progressivamente afectuados por equipas multidisciplinares, em conexão constante, dispersas geograficamente, com inputs de clientes finais e parceiros, aproveitando o conhecimento de toda a cadeia de valor;

- Processos de análise e tomada de decisão: com ferramentas cada vez mais poderosas que sintetizem as variáveis-chave e métricas do negócio, permitam definir e analisar cenários, bem como gerir a performance e o risco;

- Processos de controlo: cada vez mais automatizados e em tempo real, com sistemas de indicadores e alertas, que permitirão a quem gere intervir com base na excepção, quando algo não está “conforme” com o processo;

E consequências para o dia-a-dia dos líderes executivos? Para começar, os processos de gestão terão maior celeridade. Dados consolidados em tempo real (big data optimizado por tecnologias de business intelligence e predictive analytics) permitirão tomadas de decisão mais sustentadas em factos e não em assumpções ou intuições. Por outro lado, serão mais colaborativos, com participação de diversos stakeholders (internos e externos) e com necessidade de uma atenção constante ao meio envolvente. A horizontalidade progressiva das organizações já permite uma maior visibilidade dos gestores sobre as diversas operações e reforçará o seu maior foco no engagement dos colaboradores e dos clientes. Vejo, neste contexto, que um CEO assuma, cada vez mais, papéis importantíssimos para os quais terá progressivamente mais tempo: analista e implementador da estratégia, guardião das relações com os stakeholders e sponsor da mudança e da inovação.

Estamos apenas no início…a revolução segue dentro de momentos.

in Revista Human, Carlos Sezões

Incubadora Florestal

Segundo o estudo da DEMOSPIN, coordenado pelo Prof Eduardo Anselmo de Castro, desde o Séc. XIX que existe em Portugal o “vale demográfico” nos territórios rurais: a população sai para as cidades entre os 20 e 30 anos, para regressar dez anos mais tarde.
É assim há 200 anos.

Fará sentido quebrar esse “vale”, quando essa migração é tão importante para a experiência de vida desses jovens?
Como é que poderemos substituir uma experiência em cidades como Lisboa, Porto, Londres, Paris, Genébra ou Zurich?

Em Vila Pouca de Aguiar está a ser desenvolvida uma incubadora temática para a área florestal: Aguiar Nature
Naquele pequeno espaço, estarão representados os players internacionais dessa fileira, com destaque para produtores florestais, empresas de sistemas de detenção precoce de incêndios, Universidades europeias de Arquitectura ligadas à construção em madeira, para além das empresas da região correlacionadas com este sector.

Uma das contra partidas destas parcerias é a recepção de empreendedores incubados nos centros de desenvolvimento destas empresas, espalhados pela Europa, onde os projectos dos jovens aguiarenses serão analisados e discutidos.

Não sei se esta iniciativa será suficiente para que os jovens do Alto Tâmega optem por se instalar nesta incubadora, em oposição a uma experiência migratória.
Mas a tentativa merece o registo.

Os quatro pilares para uma instalação empresarial bem sucedida

Frederico Lucas, Coordenador de Comunicação e Empreendedorismo do 
Programa Novos Povoadores, fotografado por António Pedro Ferreira para o
Semanário EXPRESSO
O mundo está cheio de boas vontades e Portugal tem imensas famílias urbanas com vontade de migrar para o campo.
O Programa Novos Povoadores orgulha-se da taxa de sucesso de 93% das famílias monitoradas: entre as 117 que migraram, 107 permanecem instaladas.

A avaliação prévia do perfil profissional das famílias assenta sobre quatro pilares:
- Competências formais no negócio a instalar
- Experiência no sector económico
- Conhecimento prévio do mercado para os seus produtos ou serviços
- Capital necessário para o projecto a desenvolver e para os naturais “acidentes de percurso”

Analisados estes quatro pilares no perfil do candidato e do projeto submetido, os riscos de insucesso diminuem significativamente.
Entre as 1634 famílias inscritas no Programa Novos Povoadores, mais de 600 famílias manifestaram interesse em instalar os negócios da moda: turismos rurais, agricultura biológica ou frutos vermelhos.
Nestas candidaturas, e ao contrário das restantes, raras vezes os candidatos têm qualquer competência ou experiência nesses tipos de negócios que pretendem desenvolver.

A nossa função é apoiar e orientar os candidatos para adequar as suas competências com as actuais oportunidades de mercado.

Participação no Programa Nós: Qual o contributo dos Novos Povoadores?

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