Novos Povoadores®

Apoiamos a instalação de negócios em territórios rurais

A explosão suburbana


Uma praga alastra das áreas metropolitanas ao conjunto do território português: a doença suburbana

Durante décadas, sempre que se falava em crescimento de subúrbios, pensava-se automaticamente nas periferias de Lisboa e do Porto. Nos últimos anos, o fenómeno ganhou uma nova dimensão. Agora, quase todas as capitais de distrito se despovoam, pelo menos no que às áreas centrais diz respeito, alastrando à sua volta e ‘invadindo’ os concelhos vizinhos, como uma espécie de mancha de óleo de aglomerações-satélites (a infografia que acompanha este texto é ilustrativa desta nova tendência). Ou seja, o mecanismo de transferência de população entre o interior e o litoral referido na edição da semana passada é muito mais complexo do que parece. O interior despovoa-se, mas não são necessariamente as cidades litorais seculares que crescem. Isso acontece - e de uma forma que só encontra analogia no alastramento de uma epidemia - nas zonas suburbanas. Entretanto, políticas desgarradas e de vistas curtas persistem em retirar equipamentos das cidades em vias de despovoamento (veja-se, na pág. 35, o exemplo da projectada transferência do Instituto Português de Oncologia de Lisboa para Oeiras) ou encaram o fecho de maternidades, postos de polícia ou serviços regionais numa lógica de gestão pontual, à margem de qualquer visão de conjunto do equilíbrio do território.

Do ponto de vista urbanístico, estas novas zonas habitacionais periféricas são desastrosas: poucos espaços livres, construção em altura de baixa qualidade, equipamentos colectivos subdimensionados ou inexistentes. A rede de infra-estruturas, seja de transportes e comunicações seja de água, luz ou saneamento, corre atrás do prejuízo e com várias voltas de atraso. O IC19, a via rápida (só de nome) que liga Lisboa a Sintra, é um caso paradigmático: onde em 1991 circulavam 12 mil veículos por dia, passaram a andar 24 mil em 1996. Hoje, transitam dez vezes mais carros que em 1991 e circula-se cada vez pior, apesar de sucessivos e caros alargamentos e desnivelamentos. Há quem deixe o carro à beira do IC19 e faça o trajecto de e para casa a pé, para ganhar uns preciosos minutos no engarrafamento da manhã. De resto, para avaliar onde chegou o pesadelo dos subúrbios, veja as duas reportagens que acompanham este texto, referentes aos arredores do Porto e de Lisboa. É certo que a vida nestas aglomerações não tem só um lado negativo (como as reportagens também registam), e não é menos certo que aqui se produz uma parte importante da riqueza gerada no país. Mas em que condições!

Se, como se referiu no caso do IC19, há mais carros, é porque há mais gente. Prescindindo da discussão sobre a maior ou menor utilização pelos portugueses do transporte público (que será abordado numa das próximas edições destes trabalhos dedicados ao Mês das Cidades), o nível de engarrafamento do IC19 mede o grau de falhanço do planeamento do território nas últimas décadas. Sintra é o concelho da Área Metropolitana de Lisboa onde se licenciaram mais fogos entre 1994 e 1998, alguns ainda por construir. Com um total de 28.375 fogos construídos nos últimos cinco anos, este concelho acolheu (imagina-se como) mais de um terço da construção do distrito de Lisboa.

O que eleva a irracionalidade aos píncaros é começar a verificar-se outro fenómeno, cujas consequências ainda não estão bem avaliadas: o abandono dos subúrbios de pior qualidade, onde estão a multiplicar-se os andares devolutos. O que não admira, se soubermos que a construção prevista nos planos directores municipais dava para albergar outro Portugal.


Luísa Schmidt e Rui Cardoso, EXPRESSO

Peter's

Desabafo


Tenho revisto nos últimos dias os programas "Prós & Contras" sobre a Ota.
Quanto mais os revejo mais fico revoltado, (o que até denunciará que sou masoquista).
Defende o PNPOT as cidades policêntricas - que discordo porque agravará as assimetrias regionais - e afastar-nos-á do modelo de cidades médias à escala ibérica.

Isto significa que na minha opinião, a melhor solução para o desenvolvimento sustentável do país seria de Portela + TANCOS, sendo que a Portela ficaria com o tráfego de passageiros (tradicional) e TANCOS com as mercadorias e com a aviação Low Cost. Esta solução custaria ao país 300 milhões de euros - custo final da remodelação do Aeroporto do Porto - isto é 5% do valor de investimento previsto, dinamizaria a linha do norte, tal como a Ota, traria tarifas concorrenciais a essa infraestrutura e promoveria a região Santarém/Abrantes.

Mas o PNPOT defende outra coisa: Cidades Policêntricas.
Neste pressuposto, seria previsivel que um dos centros fosse colocado na margem sul, "expandido a cidade de Lisboa para a região menos saturada", argumento utilizado para a actual localização da Ponte Vasco da Gama.
Mas não! O argumento utilizado para definir a actual localização da PVG, a bem do ordenamento e "contra" o ambiente, não serve para a futura localização do Aeroporto!
Mais estranho ainda é a compreensão do argumento de Mário Lino, que refere-se a uma região a 20 kms do centro de Lisboa como "deserto" o que me leva a questionar se existe melhor localização para um aeroporto do que um deserto a 20 kms do centro económico do país.
Para além disso, e quem conhece o território como reclama o autor do PNPOT, a Península de Setúbal vive problemas gravíssimos de desemprego no sector terciário. Sabendo que um aeroporto emprega, entre directos e indirectos, 15 a 25 mil pessoas, que solução melhor se vislumbra como solução?

Ou será que sou eu que não estou a compreender e os policentros têm que ser litoralcentros?
... Saberá algum dos leitores qual a dimensão da faixa litoral na nossa vizinha Espanha?!

Seminário: Aldeias Lar - Um futuro para o interior de Portugal

A Rede Europeia Anti-Pobreza – Portugal organiza em Beja, dia 15 de Junho, o seminário internacional “Aldeias Lar – um futuro para o interior de Portugal”. Este seminário pretende aprofundar o conhecimento sobre a desertificação das zonas do interior de Portugal.

A organização de um conjunto de “aldeias Lar” pode permitir a revitalização da actividade social e económica nas aldeias e vilas em processo de desertificação, requalificando casas devolutas. Esta medida proporciona a criação de emprego, em áreas como os serviços geriátricos e os cuidados paliativos, e aposta no turismo social dirigido a idosos portugueses e europeus.

Informações: agenda@causas.net

Living labs

video que aborda um projecto que visa democratizar o desenvolvimento.

A revolução das micro-algas



A empresa portuguesa Necton é uma das pioneiras mundiais na tecnologia de produção de micro-algas para o fabrico de biocombustíveis. E quer conquistar o mercado das maiores empresas nacionais emissoras de dióxido carbono (CO2)


São plantas unicelulares que se duplicam no prazo de 1 a 5 dias, sendo a sua produtividade 200 a 300 vezes superior à das plantas terrestres. Têm uma capacidade de acumulação de lípidos que pode atingir 60% a 70% do seu peso seco, um valor muito superior ao das sementes de soja (20%) e de girassol (40%). E cada tonelada produzida consome duas toneladas de CO2, isto é, 10 a 20 vezes mais do que as plantas terrestres.

As micro-algas parecem ser um autêntico ovo de Colombo, mas não existe ainda a produção em larga escala desta alternativa amiga do Ambiente, porque a tecnologia para a concretizar está ainda a dar os primeiros passos.

"Destruir a indústria local pode ser bom"



Especialista nas áreas da tecnologia e inovação, Ed Steinmuller, de 55 anos, diz que a qualificação da mão-de-obra, proporcionada pela presença de multinacionais, só tem vantagens quando o conhecimento adquirido é aplicado noutros contextos.


O medo do empreendedorismo é um obstáculo sério à inovação e, mais do que programas de incentivos, é preciso perceber porque é que temos medo de falhar, diz Ed Steinmuller. O professor da SPRU - Science and Technology Policy Research, da Universidade de Sussex, Reino Unido, esteve em Portugal e concedeu ao PÚBLICO uma entrevista onde defende que a globalização, ao destruir a indústria local, pode ajudar um país a competir num cenário mundial

Até que ponto a tecnologia é essencial para inovar?
Durante muito tempo, pensou-se que a inovação estava relacionada com a tecnologia. No entanto, pode ter a ver com mudanças numa empresa, com a forma como pensamos, ou seja, tem também uma dimensão cognitiva. Vivemos numa era em que a economia desempenha um papel dominante no discurso sobre as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Muitas mudanças nas empresas envolvem o uso destas tecnologias e, por isso, dizemos que estão relacionadas tecnologicamente. No fundo, tem a ver com a forma como usamos o papel e a caneta ou o "laptop".
Significa, então, que para obter mais quota de mercado não é essencial usar tecnologia intensiva?
Depende do sector. Nas indústrias científicas não se pode ser competitivo internacionalmente sem a utilização profunda de conhecimento e utilização de tecnologia e ciência. Nas indústrias mais tradicionais, as mudanças organizacionais são tão ou mais importantes do que a introdução de qualquer tipo de nova tecnologia.

Os japoneses são famosos por terem melhorado a produtividade do sistema de produção sem utilizar as TIC. Aliás, fazem-no sem recorrer à electrónica. Utilizam, por exemplo, sistemas de cartões de papel. Pensa em tecnologia quando se fala num processo como este?

Não, mas se pensar, por exemplo, em empresas como a Toyota, a tecnologia é indissociável.
Sim, mas a verdade é que a Toyota tem tudo a ver com pessoas e pouco a ver com tecnologia. O que os administradores da empresa fizeram foi pensar que nunca iriam igualar os norte-americanos em termos de capacidade de investimento e equipamento para produzir em massa. Tiveram, então, de usar os recursos humanos de forma mais produtiva e estabeleceram formas de produção em que cada trabalhador faz múltiplas tarefas. Só depois chega a tecnologia.

Hoje são os fabricantes norte-americanos a imitar o sistema de produção da Toyota. Onde é que está a inovação?
Podemos mesmo dizer que copiaram a Toyota. Há uns anos escrevi um artigo com o meu colega Nathan Rosenberg chamado "Why are Americans Such Poor Imitators?" (Porque é que os americanos são tão maus imitadores), para a "American Economic Review". Concluímos que ser capaz de imitar é fundamental para o progresso tecnológico. E, imitar bem, normalmente implica uma adaptação à cultura e à tradição local.

Todos os países querem ter no seu território multinacionais que tragam a tão esperada inovação. Será mesmo obrigatório dar contrapartidas?

Os governos não têm necessariamente de oferecer vantagens e benefícios às empresas para que se instalem no seu País, mas há muitos sítios no mundo onde isso acontece. Por isso, é preciso decidir se vale a pena ou não entrar nesta competição.
Dou um exemplo: Em finais dos anos 90, houve na Costa Rica uma espécie de saldos para a instalação de unidades tecnológicas. Do género "é tudo gratuito se vierem viver connosco". Em Março de 1998, a Intel abriu duas unidades fabris e um centro de distribuição que geraram 3500 postos de trabalho. Esperava-se que houvesse actividades tecnológicas, mas a verdade é que esta é uma fábrica de trabalho intensivo e uma operação com pouca tecnologia (ou com tecnologia importada).

Os postos de trabalho criados não são um benefício suficiente?
Não, porque neste caso as expectativas não se concretizaram no que diz respeito aos efeitos indirectos.

Que efeitos são esses?
A mão-de-obra local obtém formação, não graças a um conhecimento específico, mas graças à experiência que ganha ao trabalhar num ambiente tecnológico. Essa experiência muda a visão que os trabalhadores têm da indústria e estimula-os a aplicar esses conhecimentos noutros contextos. Em alguns locais, esse conhecimento morre com as pessoas, nunca encontra terreno fértil para crescer, mas noutros torna-se na base de crescimento para novos negócios.

E porque é que nuns países o conhecimento desaparece com as pessoas?
Há dois factores. Um é o medo do empreendedorismo, que envolve riscos e o fracasso, que é visto por toda a rede social. Outro factor, prende-se com o facto de, no esforço de proporcionar igualdade, o Governo estabelecer leis específicas, restritivas, e esse ambiente pode pesar no nascimento de novas empresas.

Países como Portugal devem estimular a actividade empreendedora para sobreviver no mundo global?
Penso que é uma questão quer de reflexão individual, quer de acções governamentais. É preciso pensar: Qual é a nossa situação actual? Até que ponto queremos apostar no empreendedorismo e em novas iniciativas? Se quisermos, de facto, apoiar o nascimento de novas empresas é preciso perceber o que é que, na nossa sociedade, está a atrasar o processo.

Há culturas mais propensas a inovar?
A inovação é um processo social, envolve pessoas, linguagem, percepção e, por isso, difere de cultura para cultura. Podemos imaginar o mesmo, mas a forma como o fazemos difere e depende de uma linguagem cultural específica.

A educação tem um papel fundamental?
Sem dúvida. Haverá sempre alguém, em qualquer ponto do mundo, que se destaca e traz novas ideias. A questão é saber se tiveram a oportunidade de implementar essas ideias no seu próprio país ou se tiveram de ir para outro local.

Que papel desempenha o Estado na estimulação da inovação?
O que um Governo pode fazer é encorajar os que desafiam as normas socialmente aceites. Em qualquer sociedade há pessoas que acreditam nas suas ideias e ignoram o que os outros pensam. Essa pessoa seguirá em frente se tiver uma oportunidade. O Estado pode ter um papel a desempenhar.

Mas o empreendedorismo depende mais das pessoas e das ideias do que do Estado...
Acredito que sim. Criam-se programas e incentivos com mais frequência do que seria desejável e pensa-se que as pessoas não vão fazer nada se não tiverem um empurrão. Em vez de oferecer subsídios, devemos focar-nos nas razões que levam os indivíduos a não ter uma atitude empreendedora. O que difere uma sociedade da outra são as barreiras à mudança.

Pensa que globalização é uma ameaça à inovação?
Sem dúvida.

De que forma?
Destrói a indústria local. E se esta não existe, não há recursos para investir em inovação.

Que oportunidades podemos, então, explorar?
Destruir a indústria local pode ser uma coisa boa.

Uma coisa boa?
Sim.

Porque, assim, teremos de criar outro tipo de indústria que possa competir de forma global?
Exactamente.

Ou seja, regressamos ao mesmo tema. Temos de falhar primeiro para mudar.
O medo de falhar é um impedimento à mudança. A globalização aumenta as oportunidades de especialização. No caso concreto de Portugal, é preciso mais oportunidades para aprofundar a especialização. O futuro não passa pela competitividade salarial.

[01-06-2007] [ Ana Rute Silva, Público ]

Patent Search

Mais uma surpresa da Google.
Com esta ferramenta é possível pesquisar as patentes nos EUA.

Numa Era em que o conhecimento é o factor diferenciador, a possibilidade de consulta a patentes semelhantes às diversas áreas de estudo é uma enorme mais valia para o conhecimento individual e colectivo.

Mais uma boa notícia das terras de Mountain View!

Mudança

As alterações ao regime de trabalho que estão a ocorrer em todas as economias desenvolvidas, que se afastam dos conceitos tradicionais de "emprego", implicarão necessariamente alterações ao modelo de endividamento das familias, principalmente no respeitante à aquisição de habitação.
Por outras palavras, e por mais que as instituições financeiras se esforcem a provar o contrário, uma percentagem significativa da população deixará de poder adquirir a sua própria habitação nas grandes cidades, pelo menos enquanto se mantiver a actual cotação das mesmas.

Bridging the Broadband Gap



Realizou-se no passado dia 14 e 15 de Maio em Bruxelas a conferência "Bridging the Broadband Gap", cujo objectivo foi o de sensibilizar os governos regionais para a importância da cobertura de banda larga nas regiões rurais.

Entre as conclusões configura a importância dessa cobertura na "Diversificação das actvidades económicas [no meio rural] para a criação de emprego e para uma melhor utilização das tecnologias de informação, nomeadamente para a dinamização de teletrabalho e para o suporte à criação e manutenção de actividades económicas em zonas rurais"
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